Ex-deputado João Pizzolatti se envolve em acidente grave entre Blumenau e Pomerode
Ele conduzia a caminhonete Volvo que bateu contra com um Fiat Mobi na tarde desta quarta-feira
O ex-deputado João Pizzolatti foi um dos envolvidos no grave acidente entre Blumenau e Pomerode nesta quarta-feira, 20. A batida foi na rodovia Werner Duwe e envolveu três veículos. Ele dirigia uma caminhonete Volvo que bateu de frente contra um Fiat Mobi.
Segundo informações do Corpo de Bombeiros, o condutor do Mobi ficou preso às ferragens e o automóvel pegou fogo. Outros motoristas usaram extintores de incêndio para apagar as chamas. A vítima, Paulo Marcelo Santos, 23 anos, sofreu lesões e queimaduras nas pernas, e foi atendido pelas equipes do helicóptero Arcanjo-3 e do Samu e levado ao Hospital Santo Antônio.
Divulgação
Fabiane Prelitter, que mora em frente ao local do acidente, relata que populares quebraram o para-brisas do veículo para que o motorista não morresse sufocado pela fumaça.
“Fui a primeira a chegar ao local. Pedi para que outros motoristas pegassem os extintores, e o pessoal foi lá ajudar”, relata.
Em vídeo, ex-deputado diz que estava bêbado
Ao sair do veículo, Pizzolatti foi agredido com um soco no rosto e chutes por pessoas que o culpavam pelo acidente. Ele se recusou a fazer o teste de bafômetro. Pizzolatti foi atendido por policiais e bombeiros militares no local, e depois foi levado por uma viatura do Corpo de Bombeiros ao Hospital Santa Isabel. Porém, ele deixou o local antes do atendimento ser concluído.
Em um vídeo feito por uma pessoa que estava no local, Pizzolatti admite ter ingerido álcool antes de dirigir. O autor do vídeo enviou as imagens à reportagem do Município Blumenau, mas não quis ser identificado. Primeiro, Pizzolatti diz que assume a responsabilidade pelo acidente. Depois, um homem questiona: “O senhor confessa que está bêbado?”. E ele responde: “Tô”.
Bafômetro
Os policiais rodoviários autuaram Pizzolatti por dirigir com sinais de “alteração de capacidade psicomotora” ainda no local do acidente. Segundo o sargento Edson Waltrick, que atendeu a ocorrência, o ex-parlamentar recusou-se a fazer o teste de bafômetro. Duas testemunhas assinaram o auto de constatação, que descreveu olhos vermelhos, dificuldade na fala e sinais de desequilíbrio ao caminhar.
Conforme Waltrick, Pizzolatti só não foi detido em flagrante porque o médico do Samu preferiu encaminhá-lo ao hospital. Havia sinais de que ele batera a cabeça no acidente.
“Como ele foi vítima, a gente baixou para um inquérito policial. Se ele não tivesse nenhuma lesão, com certeza seria feito o auto de prisão em flagrante”, explicou o policial.
Segundo o sargento, somente se houvesse vítima fatal os policiais acompanhariam o atendimento hospitalar, para depois levar o condutor até a delegacia de Polícia Civil. Como não foi o caso, o ex-deputado pôde ir para casa. Nesta quinta-feira, 21, a Polícia Rodoviária deve encaminhar o boletim de ocorrência à 2ª Delegacia de Polícia de Blumenau, para que seja aberto um inquérito.
O que diz o ex-deputado federal João Pizzolatti
A reportagem tentou ligar para o celular dele durante a tarde, mas o telefone estava desligado. O irmão dele, Paulo Pizzolatti, ex-prefeito de Pomerode, disse que o ex-deputado faz uso de antidepressivos e é hipertenso. Ele acredita que os sinais descritos pela polícia rodoviária tenham relação com os medicamentos. Paulo foi ao local do acidente e acompanhou o irmão até o Hospital Santa Isabel, mas não permaneceu no local durante o atendimento.
Como foi o acidente
Segundo relatos de testemunhas, João Pizzolatti dirigia no sentido Blumenau-Pomerode e colidiu contra o Fiat Mobi, que vinha na direção contrária. Um terceiro veículo, uma caminhonete Hyundai ix35, conduzida por uma mulher ainda não identificada, também se envolveu na batida. Ela não se feriu.
Paulo Marcelo Santos é funcionário de uma empresa de autoplacas em Pomerode. Segundo o chefe dele, João Paulo Windisch, a esposa dele está grávida. Ele teve queimaduras nas pernas e fraturou um braço, mas não corre perigo.