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Ex-deputado João Pizzolatti volta a trabalhar como auditor da Fazenda em Blumenau

Licenciado do cargo há 23 anos, político planeja "fazer uma reciclagem"

O ex-deputado federal João Pizzolatti (PP) voltou a trabalhar como auditor na gerência regional da Fazenda em Blumenau. Servidor concursado, ele reassumiu o posto do qual estava licenciado há 23 anos. Foram cinco mandatos consecutivos em Brasília e quase três anos em Roraima, onde vinha atuando como secretário de Estado desde 2015.

A exoneração de Pizzolatti da Secretaria Extraordinária de Promoção de Investimentos de Roraima foi oficializada em 5 de setembro. O ex-parlamentar exercia uma função temporária de primeiro escalão, nomeado pela governadora e aliada política Suely Campos (PP).

Para Tribunal de Contas e Ministério Público de Roraima, o catarinense estava no posto para obter foro privilegiado e esquivar-se de investigações da Operação Lava-Jato. A tese convenceu os desembargadores do Tribunal de Justiça, que em dezembro de 2016 ordenaram a saída do então secretário. Pizzolatti recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas deixou o posto antes que o recurso fosse julgado pelos ministros. Conforme o deputado, a saída foi por vontade própria, para tratamento de saúde em Santa Catarina.

“A briga é muito grande entre os grupos políticos de lá. Não havia ilegalidade nenhuma. Tenho bastante experiência em Brasília, foi por isso que a governadora me chamou”, explica.

O ex-deputado fixou residência em Pomerode e está lotado na gerência regional da Fazenda de Blumenau. Segundo ele, a governadora de Roraima tem mantido contato para que ele retorne ao cargo, opção que não descarta. Enquanto isso, a volta ao trabalho exige uma readaptação após tanto tempo distante.

“Vou precisar fazer uma reciclagem, porque em 23 anos as coisas mudaram muito”, planeja.

Pizzolatti é investigado em inquéritos relacionados à Operação Lava-Jato em Curitiba e no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele estaria envolvido em um esquema de recebimento de propinas mantido por lideranças do Partido Progressista, segundo delatores como o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O ex-deputado nega envolvimento em irregularidades.