Ex-funcionários de empresa fechada há dois anos em Blumenau ainda aguardam pagamentos por rescisão
Trabalhadores que atuavam na RR Donnelley, que fechou no Brasil, ainda não receberam
Os 196 trabalhadores da empresa RR Donnelley que ficaram desempregados no dia 1º de abril de 2019, seguem sem receber os valores pelas demissões. O processo que cuida dos direitos destes ex-funcionários e de outros 767 que atuavam no estado de São Paulo, ainda está correndo na Justiça, sem data para ser finalizado.
A RR Donnelley é uma empresa americana e era uma das maiores gráficas especializadas em impressão de livros do Brasil. Porém, no dia 1º de abril de 2019 surpreendeu os trabalhadores da indústria que ficava em Blumenau com as portas fechadas e apenas um aviso, informando o fechamento no Brasil e declarando autofalência. Confira abaixo o comunicado:
Destaca-se do comunicado, que a empresa não tinha recursos para pagar os vencimentos do mês seguinte e por isso decidiu pelo fechamento imediato. Mas que mesmo assim, honraria com os pagamentos passivos trabalhistas pelas demissões.
Porém, exatos dois anos depois a novela ainda continua e os valores devidos aos funcionários não foram pagos. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica de Blumenau, Moacir Effting, afirma que, por mais que a demora seja muito incômoda, ela está sendo executada dentro da lei.
“A gente entende que essa demora e essa situação é imoral, mas infelizmente não é ilegal, porque a empresa está usando todos os artifícios legais possíveis em meio ao processo. Estamos acompanhando de perto, mas sabemos que isso demora”, explicou Effting.
Ele ainda conta que, mesmo a empresa tendo centenas de ex-funcionários no Brasil, o processo é um só. Até devido a isso, a situação na Justiça está correndo totalmente na cidade de Osasco – SP, e mesmo o sindicato blumenauense acompanhando tudo de perto, não tem muita mobilização.
“A gente gostaria de acontecesse hoje, mas não acontece, demora. E a nossa situação é complicada porque as vezes o trabalhador até não acredita na gente. Mas na época nos mobilizamos muito bem, tenho o contato de 90% dos trabalhadores envolvidos, fomos na frente da empresa protestar, enfim, mas agora depende da Justiça”.
Effting também informou que logo após as demissões, 60% dos trabalhadores foram realocados para outras empresas do mesmo ramo, devido a necessidade de mão de obra. Mas que o restante ele não tem informações sobre a recolocação no mercado.
Nossa equipe tentou entrar em contato com os advogados que estão respondendo pela empresa e estão responsáveis pelo processo, porém, até a publicação da reportagem, não conseguimos ouvi-los.