Josué de Souza

Cientista social e professor, é autor do livro Religião, Política e Poder, pela EdiFurb.

“Ex-prefeitos de Blumenau derrubam mito da falta de representatividade”

Na coluna de estreia, cientista social destaca participação blumenauense nas eleições em Santa Catarina

O mito da falta de representatividade

Blumenau ocupa uma posição de destaque na política catarinense. Três chapas majoritárias para a próxima eleição no estado terão a presença de blumenauenses.

O deputado federal e ex-prefeito João Paulo Kleinübing (DEM) foi confirmado candidato a vice-governador na chapa com Gelson Merisio (PSD). O ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) será vice na composição com Mauro Mariani (PMDB). O Partido dos Trabalhadores confirmou o deputado federal e ex-prefeito Décio Lima como candidato ao governo.

Estas três candidaturas derrubam o mito da falta de representatividade política blumenauense. Sim, volta e meia ouvimos as lideranças locais reclamarem da falta de representatividade da cidade e da região frente ao governo do estado e ao governo federal.

Porém, em uma rápida olhada na performance de nossas lideranças políticas, vamos perceber que, nos últimos anos, dentro das funções e instituições que atuam, conseguiram uma atuação de destaque.

Décio Lima foi presidente da mais importante comissão permanente de uma casa legislativa, a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados. Cargo que também foi ocupado por Jean Kuhlmann (PSD) na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Ismael dos Santos (PSD), por sua vez, coordena a Comissão de Prevenção e Combate às Drogas, que é uma referência nacional na política de segurança pública e uso de substância psicoativa.

Ana Paula Lima (PT), mesmo sendo uma deputada de oposição, ocupou a secretaria da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, como também, presidiu a Comissão de Saúde, a Comissão de Direitos Humanos e a Comissão de Turismo e Meio Ambiente.

O senador Dalírio Beber (PSDB) é o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2019, a principal peça legislativa produzida pelo Congresso Nacional. Temos também representatividade no Tribunal de Contas do Estado e no Tribunal de Justiça.

É compreensível a queixa por parte de lideranças locais. Em política, como em outras esferas da vida, ganha mais quem faz mais pressão. Agora, eleger um representante regional para o Executivo não é garantia de uma atenção maior dos governos nacional e estadual para as nossas demandas.

Com dois deputados federais buscando alçar postos maiores, o que é legítimo, Blumenau corre o risco de ficar sem representante na Câmara Federal a partir de 2019. Mas isso só teremos certeza depois de 7 de outubro.

Josué de Souza escreve sempre às terças-feiras.

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