“Explosão populacional”: entenda o acúmulo de mariposas em Blumenau

Biólogo da Fundação Municipal do Meio Ambiente explicou o fenômeno

Na última semana, quem passou pelo Centro de Blumenau percebeu a presença de muitos insetos espalhados pelas calçadas. As mariposas de cor marrom têm aparecido em vias públicas, principalmente na avenida Presidente Castelo Branco, a Beira Rio, grudadas em lâmpadas, bancos e paredes da cidade. 

Segundo o biólogo da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), de Brusque, Pedro Cavalin, esta infestação se trata de uma explosão populacional do inseto, e o motivo da aglomeração dos insetos pode ser uma dinâmica interna da espécie no Vale do Itajaí. Entretanto, ele avalia que situações envolvendo as estações do ano podem influenciar na explosão populacional.

“O surto não envolve necessariamente as mudanças climáticas, mas, sim, o próprio ciclo natural das estações. Há muitos insetos em que a população diminui durante o inverno ou entra em ‘dormência’. Certamente tem uma influência das estações do ano. Quando o inverno passa, a população de insetos começa a aumentar”, explica.

A maior concentração dessas mariposas tem sido no centro, devido à luminosidade do local. Esses insetos se movimentam durante a noite e são guiados pela luz da lua, e por conta da grande quantidade de luzes brancas espalhadas pelas ruas centrais, os bichinhos acabam ficando presos naqueles locais, explicou Rodrigo, da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade de Blumenau.

Mariposas mortas nas ruas

A mariposa eclode de um ovo como lagarta. Depois, produz um casulo e sai na forma de mariposa após passar pelo processo de metamorfose. Posteriormente, ela coloca ovos e morre pouco tempo depois.

Segundo o biólogo, o curto prazo de vida em meio a uma explosão populacional pode explicar o acúmulo de mariposas mortas nas ruas da cidade. “O inseto não costuma viver muito tempo. Acredito que, desde quando eclode como mariposa até morrer, vive entre 15 dias e dois ou três meses, aproximadamente”.

Eliz Haacke/O Município Blumenau

Ele avalia que o período de explosão populacional, gerando o acúmulo do inseto, mas que isso não deve durar muito tempo. Entretanto, o biólogo afirma que não é possível precisar um período exato em que elas permanecerão concentradas nos pontos luminosos da cidade.

Inofensivas

O especialista comenta ainda que as mariposas não causam, por si só, problemas de saúde das pessoas. Entretanto, faz ressalvas para algumas situações. “As mariposas têm pequenas escamas na asa que podem causar algum tipo de irritação caso as pessoas peguem ela na mão e passe nos olhos. Seria como se fosse ‘poeira’, mas elas não causam nenhum problema à saúde”, afirma.

Ainda como lagarta, algumas delas têm pelos e causam queimaduras, mas nem todas. No entanto, desde que esteja na forma de mariposa, o biólogo reforça que o inseto não causa danos às pessoas.

*Colaborou Iáscara Zultanski

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