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“Família do bicho” de Blumenau mantinha vida luxuosa com dinheiro do crime, diz polícia

Operação Quebrando a Banca foi deflagrada nesta sexta-feira

Durante as investigações da Operação Quebrando Banca, deflagrada nesta sexta-feira, 3, a Polícia Civil descobriu a atuação de uma família ligada ao jogo do bicho em Blumenau há mais de uma década. Apenas nos últimos dois anos, eles já movimentaram cerca de R$ 15 milhões com a atividade ilícita.

A investigação identificou que esse grupo criminoso mantinha uma vida de luxo, bem como “lavava” o dinheiro do jogo do bicho na aquisição de carros, casas, apartamentos, lancha, jet ski e chácara.

Do montante de  R$ 15 milhões, a maior parte foi depositada pelos próprios investigados em quantias menores, para tentar dissimular a origem criminosa dos recursos, bem como fugir à fiscalização dos órgãos de controle. Dois dos investigados, inclusive, receberam auxílio emergencial durante a pandemia de Covid-19.

Polícia Civil/Divulgação

Como funcionava o esquema

O delegado Ronnie Esteves explicou que a família de Blumenau era responsável pela instalação dos equipamentos do jogo do bicho em bares e estabelecimentos semelhantes da cidade. O proprietário do estabelecimento recebia aproximadamente 20% dos ganhos do crime, enquanto a família embolsava o restante. Eles agiam, portanto, como incentivadores e coletores da atividade criminosa.

Polícia Civil/Divulgação

Operação Quebrando a Banca

O intuito da operação era cumprir 21 mandados de busca e apreensão contra 14 pessoas suspeitas de explorar ilegalmente o jogo do bicho. A investigação iniciou há dois anos.

Reunidos elementos da exploração ilegal do jogo do bicho, da lavagem de dinheiro e da participação em organização criminosa, representou-se pela prisão preventiva, busca e apreensão, bem como pelo sequestro e bloqueio de bens, direitos ou valores da maioria dos investigados.

O Ministério Público se manifestou favoravelmente a todos os pedidos da Polícia Civil. No entanto, o juízo indeferiu os pedidos de prisão preventiva e de sequestro e bloqueio de bens, direitos ou valores.

Prisões e apreensões

Durante o cumprimento das buscas, o principal operador da banca do jogo do bicho investigada foi preso em flagrante pelos crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa e também pela contravenção penal do jogo do bicho, já que, além da comprovação da exploração do jogo do bicho, ele mantinha um cofre em casa com R$ 32.060 em espécie, 2.5 mil dólares e cheques que totalizam uma quantia de R$ 338 mil reais.

Polícia Civil/Divulgação
Polícia Civil/Divulgação

Além desses valores, a Polícia Civil apreendeu na residência de dois investigados a quantia de R$ 16.000,00 em espécie.  Também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Caçador, Santa Cecília, Gaspar, Balneário Camboriú, Itapema e Florianópolis.

Em Santa Cecília e Caçador, a Polícia Civil apreendeu máquinas do jogo do bicho, bem como documentos relacionados à contravenção penal. Nas cidades de Balneário Camboriú e Itapema, a Polícia Civil também apreendeu documentos relacionados ao jogo do bicho.

Um Vereador de Santa Cecília e um policial militar da reserva do Estado de Santa Catarina também foram alvo de busca e apreensão.

No Estado do Paraná, nas cidades de Quinta do Sol e Cianorte, policiais civis daquele estado cumpriram mandados de busca e apreensão contra duas pessoas suspeitas de participarem desse esquema criminoso.