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Família do Vale do Itajaí busca ajuda para voltar da Colômbia durante pandemia

Casal de Rio do Sul estava viajando pelo continente quando surto de coronavírus deixou eles presos no país

Em agosto de 2019, o casal Francieli e Eduardo Neves saiu de Rio do Sul com a cachorrinha Laila para realizar um sonho: dar a volta ao mundo de carro. O primeiro trajeto foi a América do Sul, onde visitaram Chile, Argentina, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia.

O destino final deste primeiro passeio, antes de voltar ao Brasil, era a Venezuela. Entretanto, eles não esperavam que um vírus impediria eles de seguirem viagem. Por conta da pandemia de Covid-19, a família ficou presa dentro da Colômbia.

Apesar de não terem completado o trajeto esperado, o casal agora só pensa em voltar para casa. “Acreditamos que isso vai se prolongar por muito tempo aqui. Neste momento, o mais seguro é estar em nosso país”, conta Francieli.

Quando o governo colombiano iniciou a quarentena, eles estavam em um camping na cidade de Cartagena. Eles chegaram a considerar voltar para o Brasil de avião. Entretanto, além de os preços estarem acima do que eles podiam pagar, não queriam deixar todos os pertences no país.

“Nosso carro é nossa casa. E não tínhamos segurança que daria certo, porque os voos estavam sendo sempre cancelados. Hoje não tem mais nenhum voo na Colômbia. Acabou!”, explica.

Casal viajou América do Sul em uma Hilux equipada com camper. Foto: Reprodução/Instagram

Além deles, outras famílias brasileiras ficaram presas no país. Como os hotéis e campings foram proibidos de aceitar novos hóspedes, muitos estão morando em seus veículos. “Eles não estão tão seguros quanto nós. No momento sofrem muita hostilidade da população. Eles veem os estrangeiros como vírus ambulantes”, relata.

A cachorrinha do casal também está sendo vítima da situação. Há uma semana ela sofre de uma infecção no ouvido. Entretanto, o veterinário mais próximo fica a 1h de distância, e o casal tem medo da insegurança de sair do camping.

Rotas possíveis

No dia 17 de março, eles registraram na embaixada brasileira o interesse em voltar ao Brasil. Segundo eles, as autoridades estão fazendo tudo que podem. Entretanto, sem um salvo-conduto eles não têm com sair do país.

O documento permitiria que eles cruzassem a fronteira com a caminhonete e voltassem para casa. Porém, o problema triplica: por conta da precariedade das estradas no país, eles precisariam passar também pelo Peru e pelo Equador para acessarem o Norte do Brasil.

“Pela Venezuela até seria mais fácil, mas hoje é impossível pelas questões diplomáticas. Outra opção seria o porto de Assis, mas não estão mais operando com barcos. Somente se o Itamaraty ou a Marinha conseguissem um barco para irmos até Manaus. Além do salvo-conduto para andar pela Colômbia”, diz Francieli.

O casal busca a autorização não apenas para eles, mas para todos os brasileiros que querem retornar ao país de origem. A ideia é que eles atravessem a fronteira de caravana para que possam ficar em isolamento em suas casas.

“Estamos todos unidos buscando uma solução, mas hoje não temos ideia de quando sairemos se nada for feito. Não estamos reclamando da embaixada, porque sabemos que estão tentando. Mas chega um ponto em que ou elas trabalham em conjunto com o Itamaraty ou realmente ficaremos aqui por sei lá quantos meses ainda”, desabafa.