Filha diz que mãe idosa, com Alzheimer e demência, foi agredida em UTI no Vale do Itajaí

"Achava que ela estava bem cuidada", relata filha da vítima

Na manhã desta quarta-feira, 7, a filha de uma idosa de 73 anos, internada no Hospital Azambuja em Brusque, recebeu uma denúncia anônima de que sua mãe havia sido agredida dentro da UTI. Conforme o relato, a vítima, com Alzheimer e demência, levou um soco no rosto e teve papéis colocados na boca para ser silenciada.

Diante da denúncia, a filha, que mora em Canelinha, pediu licença do trabalho e foi verificar a situação. Ao chegar no hospital, ela diz que teve seu acesso barrado pela diretora do local. “Eu pedi para subir, porque eu queria ver a minha mãe. Diante do que eu tinha ouvido, eu queria ter a certeza de que não tinha acontecido nada e ela me negou”, conta.

A diretora teria alegado que não houve agressão e que não era horário de visita, foi nesse momento que a filha decidiu acionar a Polícia Militar. Com o apoio policial ela pôde ir ao quarto da mãe e constatar as agressões. “Ela estava com um roxo na testa, ela operou a cabeça e foi bem próximo do local da cirurgia dela, e o lábio e a língua dela estavam cortados”.

Arquivo pessoal

A filha visitou a idosa na terça-feira, 6, e a vítima não tinha nenhum desses ferimentos e a reação da mãe também foi diferente. “Assim que ela me viu ela perguntou ‘pegasse ele? pegasse ele?’, aí eu disse que eu não tinha pego, mas que eu ia pegar. Aí não consegui me conter e saí dali”, revela.

Logo após sair do quarto, a filha foi abordada pelo médico responsável da UTI que confirmou as agressões. Ela conta que, conforme o relato dele e de enfermeiras, um enfermeiro começou a agredir a idosa que estava em crise e gritava. Foi necessário outro profissional intervir e tirar o agressor do local.

Denúncia

Após constatar os fatos, a Polícia Militar acionou a Polícia Civil para dar continuidade à ocorrência. A filha conta que os policiais perguntaram pelo nome do enfermeiro suspeito das agressões, mas a direção negou a informação.

Em seguida, ela foi para a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) registrar a ocorrência. Um médico legista foi ao local para avaliar a lesões e após o resultado de corpo de delito, a Polícia Civil dará continuidade ao caso.

“Ele provavelmente vai ser preso porque ela era vulnerável, estava internada na UTI em estado grave. Com certeza o hospital também será responsabilizado”, conta a filha.

Agressões anteriores

Em entrevista ao jornal O Município, a filha revela que acredita que as agressões já vinham acontecendo. A vítima está internada desde o dia 11 de novembro e já passou por duas cirurgias na cabeça. Após o segundo procedimento, a mãe contou que batiam nela, mas devido à demência, a filha desacreditou.

Apesar da situação, ela conta que confia no trabalho da equipe. Agora ela tem acesso liberado e sempre deixará a mãe acompanhada. “Eu não duvido do trabalho da equipe, tenho amigos lá muito competentes, mas para eu dormir em paz preciso que agora ela esteja sob os meus olhos”.

O que diz o hospital

Em nota, o Hospital Azambuja disse que está ciente da situação e o profissional foi afastado.

Confira na íntegra:

“O Hospital Azambuja informa que tomou conhecimento do ocorrido com a paciente e que abriu sindicância interna para apurar o fato e elucidar a situação. Além disso, de forma preventiva, o profissional foi afastado”.

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