Funcionários de centro de reabilitação de traumas e doenças em Blumenau temem encerramento dos serviços
Furb e Secretaria de Saúde garantem que serviço que atende pelo SUS irá continuar
Blumenau possui desde 2017 um Centro Especializado em Reabilitação (CER II), através de convênios entre Secretaria de Saúde, Universidade Regional de Blumenau (Furb) e Ministério da Saúde.
O espaço, localizado na Furb, atende pelo Sistema Único de Saúde (SUS) crianças com autismo, deficiência intelectual e física, além de adultos que sofreram algum tipo de trauma, como AVC, lesão medular, amputação, traumatismo craniano, entre outros.
Para isso, a universidade recebe um repasse de R$ 140 mil mensais do município para custear os profissionais. Já do Ministério da Saúde vem a parte dos recursos – por meio de emendas parlamentares – para equipamentos.
No ano passado, a universidade solicitou um repasse de cerca R$ 970 mil para investimentos que teriam quase R$ 10 mil de contrapartida da Furb. O objetivo é a compra de novos equipamentos como andadores, estimuladores, cama hospitalar, armários, computadores e etc.
Segundo dados da Furb, após licitações realizadas, em agosto deste ano cerca de R$ 226 mil foram repassados pelo MS à Universidade. Outra “fatia” de cerca de R$ 500 mil está prestes a ser liberada, também condicionada a andamento de licitação realizada.
Para se ter uma noção do funcionamento, o CER II já atendeu cerca de 700 pacientes de Blumenau e região e atualmente possui 70 pessoas em tratamento. Número esse que só não é maior devido a estrutura – número de profissionais e salas – existente, já que há fila de espera.
Porém, em meio a tudo isso, os funcionários do CER II estão apreensivos por um possível encerramento dos trabalhos. Em contato com a nossa reportagem – a fonte não quis se identificar para evitar retaliações – houve relatos de que os gestores alertaram para um possível fim dos convênios.
Nossa equipe entrou em contato com a reitoria da Universidade Regional de Blumenau (Furb). Márcia Cristina Sardá Espindola, relatou “não ser tão simples” o tema. Segundo ela, houve há pouco uma primeira reunião para discutir o futuro do CER II, mas não precisamente o encerramento.
“Até porque até o ano que vem não podemos encerrar, mas queremos encontrar soluções, porque hoje os recursos que recebemos não são suficientes para custear o que nos cobram”, explicou Márcia.
“Nós disponibilizamos o ambulatório e profissionais, mas por ser na universidade, deveria atender a formação dos estudantes, mas o projeto não abriga nossos acadêmicos”, completa.
Também conversamos com o vice-reitor e responsável pelo CER II, professor João Gurgel. Ele destacou que as dificuldades encontradas pela universidade neste momento são relacionadas aos profissionais. Segundo ele, há dificuldades em encontrar médicos especialistas e o que podem oferecer como salários dificultam ainda mais, por serem valores baixos.
“Mas a conversa com a Secretaria de Saúde não foi para fechar o serviço. Estamos tentanto encontrar alternativas para solucionar esse problema”, relatou.
Nossa equipe entrou em contato com o secretário de Saúde, Winnetou Krambeck, que fez questão de confirmar que o serviço irá continuar. Segundo ele, aliás, uma renovação dos convênios até o ano que vem já foi encaminhada ao Ministério da Saúde.
“É um serviço muito importante para nossa comunidade, e não só para Blumenau”, afirmou.
Mesmo assim a preocupação dos funcionários continua, até porque, como relatado por eles, a “expectativa” é que o CER II seja encerrado em até seis meses, período que engloba essa renovação de contrato.
“Fomos pegos de surpresa. A gente foi comunicado de um fechamento dos serviços, ou adequação dele de quatro a seis meses. Por mais que a universidade tente colocar panos quentes, internamente a situação está bem complicada”, contou a fonte.
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