GALERIA – Conheça a moradora de Blumenau que tem coleção de quase 900 bonecas da Barbie
Coleção vai desde Star Wars e Harry Potter até a edição raríssima do designer de moda Karl Lagerfeld
Em um cantinho da Alameda Rio Branco, em Blumenau, se faz presente uma grande colecionadora. Ao entrar na casa de dona Rejane Rodacki, é impossível não se impressionar. Em cada espacinho do apartamento, é possivel encontrar uma coleção diferente de bonecas da Barbie.
Desde a coleção em parceria com a franquia Star Wars e Harry Potter, das Barbies que vestem roupas do Museu Yves Saint Laurent, boneca da Marilyn Monroe, da Oktoberfest de Monique, até a edição raríssima do designer de moda Karl Lagerfeld; são apenas algumas das edições colecionáveis de Rejane, encontradas na extensa coleção que já junta quase 900 bonecas.
Barbie linha Collector e Barbie linha Playline
Há uma grande diferença entre bonecas criadas para colecionadores e bonecas criadas para brincar. As normalmente vistas em lojas, são as Barbies da linha Playline, que servem para crianças e jovem brincarem; essas não são colecionáveis, sendo produzidas e vendidas de forma ilimitada. As caixas e os modelos são padronizadas entre todas as bonecas dessa linha.
Já as Barbies criadas para a linha Collector são produzidas de formas diferentes, sendo inclusive rotuladas com um sistema de Pink, Silver, Black, Gold and Platinum, que a partir dessa forma, é possivel compreender o quão rara aquela boneca é. Por exemplo, as bonecas dos rótulos Platinum, tem uma produção marcada em 999 apenas, no mundo inteiro.
Essa linha é destinada ao público adulto, com caixas em formatos variados, o modelo das bonecas apresentar diversas características diferentes e são produzidas por grandes nomes do mundo, além disso, elas vêm inclusive com certificados de raridade.
Diferente das Barbies da linha Playline que tem um valor entre R$ 40 e R$ 200, as bonecas da linha Collector, por serem raras no mundo, podem custar entre R$ 1 mil e R$ 100 mil.
O começo de tudo
Moradora de Itajaí, Rejane veio fazer um passeio em Blumenau aos 13 anos, e foi na loja Pontinho, no Centro da cidade, que tudo começou, quando ganhou sua primeira Barbie, em 1967. Com o passar do tempo, o gosto pelas bonecas só aumentou.
Mas a vontade de colecionar veio apenas quando ela já era casada e tinha três filhas. Durante a década de 1990, Rejane e as filhas mudaram-se para os Estados Unidos por alguns meses para que o pai e marido pudesse estudar em cursos de radiologia no país.
Lá, as filhas ganharam muitas bonecas, algumas até da linha de colecionadores, de presente, de Natal e aniversario. Sempre que elas recebiam uma nova, Rejane pedia que as pequenas cuidassem dos brinquedos “já que eles ficavam bonitos quando expostos”. E foi assim, que a vontade de ter mais bonecas foi se formando.
Os anos se passaram, e em 2002, durante outra viagem que Rejane fez com o marido, ela decidiu comprar a primeira boneca que seria apenas dela, e que, no futuro, seria o início da coleção: a Deusa da Beleza, da coleção Deusas.
“Antes, até considerava começar a comprar mais, mas na época, essas bonecas não eram para o meu bolso e eu tinha minhas filhas. Quando comprei essa primeira boneca, não fiz com a intenção de iniciar a coleção. Comprei por que achei bonita, mas no final, foi ela quem começou tudo”, conta.
Aventuras para conseguir as bonecas Barbie
Como Barbie de colecionador são difíceis de conseguir, dona Rejane tem muitas histórias para contar sobre as aventuras para conseguir suas bonecas. Ela lembra de algumas das histórias, mas uma das mais marcantes foi logo quando começou sua coleção.
Sua filha mais velha se mudou para Curitiba, para fazer cursos vestibulares após o terceiro ano do ensino médio, e lá, morava perto de uma loja que vendia brinquedos importados. No local, havia uma boneca da Scarlett O’Hara.
Sendo uma grande fã do filme “E o Vento Levou”, lançado em 1939 e dirigido por Victor Fleming, George Cukor e Sam Wood, dona Rejane se apaixonou pela boneca lançada pela coleção em homenagem ao filme. Na época, ela não tinha dinheiro para comprar, mas em conversa com um dos atendentes da loja, ele disse que daria um jeito de conseguir a boneca que ela queria.
Entre indas e vindas, ela finalmente conseguiu a boneca e agora possuía duas versões da tão sonhada Barbie do filme “E o Vento Levou”.
Outra história que se lembra muito bem, é da boneca utilizada durante o desfile do estilista brasileiro Alexandre Herchcovitch. Por ter muita ligação com a moda, muitas vezes as bonecas da Barbie participam de desfiles de moda; enquanto a modelo desfila, segura uma Barbie que veste o mesmo modelo de roupa.
Em um dos desfiles de Alexandre, a modelo blumenauense Mariana Weickert participou com uma dessas bonecas. Alguns anos depois, dona Rejane, que conhece a mãe da modelo, acabou ganhando a boneca, já que a amiga sabia que ela colecionava. Como era uma boneca antiga, ela estava com alguns defeitos e com as mãos comidas.
Pouco tempo depois, em um workshop, dona Rejane acabou conhecendo Elisa Olga, uma das estilistas da Barbie no Brasil, e durante uma conversa, resolveu dar a mesma boneca para ela, durante o desapego. Agora ela tem os dois modelos, que são muito importantes na coleção.
Ainda na linha de Barbies utilizadas em desfiles, está a boneca mais rara que dona Rejane possui: a Barbie Moschino, de 2015. Ao todo, foram produzidas apenas 200 delas e haviam sido entregues durante um desfile da marca, em Milão, não vendidas, o que tornam elas ainda mais difíceis de conseguir. Contudo, como tem outros amigos colecionadores que às vezes desapegam de suas coleções, dona Rejane acabou herdando a relíquia.
A última aventura que teve para conseguir uma boneca foi há algum tempo, quando a boneca do designer alemão Karl Lagerfeld foi lançada. Como ela tem um amigo que é quem vende as bonecas há mais de 20 anos, e eles já criaram uma relação muito próxima, sempre que surge um novo lançamento, ele faz questão de avisa-la, e foi assim que ela ficou sabendo que a boneca do designer seria lançada.
“Temos um grupo para ficar trocando informações, e ele avisou do lançamento lá. Fui a primeira entrar em contato com ele, mas achava impossível de conseguir a boneca, já que no dia que abriram as vendas haviam filas com milhares de pessoas pelo mundo todo, e haviam sido lançadas apenas 999. Mas um dia ele entrou em contato comigo e disse que a boneca havia chegado. Fiquei muito surpresa e feliz”, conta.
Na época, dona Rejane pagou um baixo valor pela boneca, não havia passado de R$ 2 mil. Agora, após a morte do designer, a Barbie foi muito valorizada e em alguns lugares já está sendo vendida por mais de R$ 65 mil.
O amor pelas bonecas é tanto, que a colecionadora já se desafiou até a criar a própria Barbie, com customização. A boneca representa o Brasil e a roupa foi toda feita de fios. Dona Rejane apresentou a boneca em um concurso durante as conferências da Barbie que aconteciam no Brasil até 2013.
Cuidados necessários
Dona Rejane conta que o cuidado com as bonecas não é simples e precisa ser feito regularmente, ainda mais Blumenau sendo uma cidade muito úmida. Por conta disso, criou um espaço especifico em sua casa onde deixa todas guardadas.
No quarto especial, há um ar condicionado que fica ligado em alguns momentos e também um desumidificador, para que as bonecas não estraguem nem peguem mofo. Mas mesmo com o tempo, as roupas acabam sendo danificadas, por isso ela precisa tirar elas das caixas e passar produtos para limpar e arrumar os estragos. Às vezes ainda é preciso lavar as roupinhas ou então comprar novas.
Volta do mundo da Barbie
É impossível falar sobre Barbie, sem falar sobre o filme que lançou nos cinemas de Blumenau, nesta quinta-feira, 20. Durante a entrevista com dona Rejane, ela comentou que apesar de seu mundo não ser cor de rosa, já que suas bonecas vestem cores variadas, ela está muito animada.
Segundo ela, a marca Barbie vinha decaindo conforme o tempo e qualidade dos itens produzidos pela Mattel estava sofrendo com isso, logo, as coleções também não estavam sendo tão impactantes quanto antes. Um exemplo disso, é como antes aconteciam convenções em no Brasil do mundo da Barbie, mas com a falta de investimento da marca, isso também deixou de acontecer.
Com a repercussão gigantesca que o filme está recebendo desde o anúncio, dona Rejane está muito feliz e espera que isso influencie também na forma como a Mattel trata a marca Barbie, e que as convenções e a qualidade das coisas também volte a crescer.
“Manter minha coleção é muito bom. Meu marido nunca se importou, minhas filhas, e o resto da família também não. Eu até brinco que minhas bonecas viraram minha terapia, já que eu não faço, elas cuidam de mim assim. Não é apenas um hobby, é uma paixão. Você aprende muito sobre outras culturas e sobre moda, já que é sobre isso que a Barbie é”, explica.
Confira galeria de imagem da coleção de dona Rejane:
Confira também um vídeo com um pouquinho mais da coleção:
Assista agora mesmo!
Veja o antes e depois de moradora de Blumenau após transformação completa no visual: