GALERIA – TEDx reúne mulheres para compartilharem experiências em Blumenau

Com oficinas, palestras e ações sociais, evento ocorreu neste sábado

Esse sábado, 5, foi marcado por uma partilha intensa de mulheres no TEDxBlumenauWomen. Com o tema Afetos, a terceira edição do evento que reúne palestrantes de todo Brasil foi realizada no Instituto Hermann Hering, no Bom Retiro, e transmitida em tempo real no YouTube.

“Tradicionalmente temos o evento ano sim e ano não, como tivemos em 2017 e 2019. Porém, por conta da pandemia, preferimos esperar o retorno presencial. Assim podemos oferecer uma experiência diferente, mais intimista e com oficinas”, ressalta Thaysa Montibeller, organizadora do TEDxBlumenau.

As palestras foram realizadas entre as 15h e as 19h30, mas os 150 inscritos também contaram com oficinas de krav maga, yoga, cuidados diários com a pele, coloração pessoal e confecção de absorventes de pano. Os temas foram pensados para focar no auto cuidado das mulheres.

“É sempre um desafio selecionar as palestrantes. Tentamos ser o mais multidisciplinares e diversos possível. Ao fim de cada evento nos questionamos: ‘qual a próxima conversa que Blumenau precisa ter?’, e o evento seguinte busca responder essa pergunta”, comenta Thaysa.

Palestrantes

As jornalistas Larissa Guerra e Marina Melz apresentam o podcast Donas da P* Toda, produzido em Blumenau. Em três anos, elas já receberam mais de 320 convidadas para falar sobre empreendedorismo e outros temas do universo feminino. No palco, elas buscaram mostrar como todas as mulheres podem ser as donas da própria jornada.

“O nome do nosso podcast é uma brincadeira que esconde uma sutileza. Normalmente as mulheres que entrevistamos não se sentem uma dona da porra toda. Elas não são capa de revista, então se surpreendem ao serem protagonistas no nosso podcast. Como pode ser que essas mulheres incríveis não sintam que esse lugar é delas?”, questionou Larissa.

Marina apontou três pontos que respondem à pergunta: as diferentes realidades entre mulheres e homens, a expectativa colocada nas mulheres e, por fim, aceitar que a ideia de “chegar lá” não existe. A dupla aprofundou as reflexões durante a palestra.

Marina Melz e Larissa Guerra. | Foto: Ana Paula Ziegler/TEDxBlumenau

Após ver o filho sofrer racismo na primeira infância, a advogada Yhannath Vargas criou um projeto para levar informação e diálogo sobre racismo para escolas públicas em São Paulo, com foco no empoderamento, amor e autocuidado de pessoas pretas nas escolas.

“Não ser racista não é suficiente. Precisamos ser anti-racistas. Tem uma diferença muito grande, porque você entende que mesmo sem ser culpado, você também é responsável. Nossa sociedade foi pautada no racismo, então mesmo sem querer propagamos o racismo”, ressaltou.

Considerada uma das 20 principais executivas de destaque em Inovação Aberta no Brasil pela revista Exame, Lídia Cabral veio a Blumenau falar sobre as principais tendências que envolvem tecnologia e sexualidade feminina.

“Se sexualidade fosse um idioma, você se consideraria fluente? Consegue comunicar o que sente, o que te agrada e o que te incomoda sem culpa? Falar sobre sexo é mais íntimo do que fazer sexo. Uma boa comunicação é chave para uma vida sexual satisfatória”, defendeu.

A neurocientista Tamires Correa já trabalhou em startups, empresas multinacionais e laboratórios acadêmicos, na área de machine learning e neurotecnologias. No TEDxBlumenauWomen, ela explicou, a partir de pesquisas, o que nos leva a gostar do que gostamos.

Ela explicou a teoria do cérebro preditivo, que defende que nosso cérebro é uma máquina de previsões. E como, a partir da quebra de expectativa, um conteúdo chama ainda mais nossa atenção.

A jornalista Nina Santana trabalha com marketing digital e produção de eventos para o mercado musical. Atualmente, trabalha no Laboratório Fantasma, empresa fundada pelos irmãos Evandro Fióti e Emicida. No palco, ela falou sobre a relação entre música e bem-estar.

“Na pandemia vimos os artistas sofrerem com burnouts por precisarem usar as redes sociais para se conectar com o público. Eles precisaram descer do pedestal e falar sobre saúde mental”, comentou. “A música é uma ferramenta ancestral de autocuidado”, refletiu.

A cantora de MPB Ekena falou (e cantou) sobre o processo criativo por trás das composições e como as canções trazem vivências e cicatrizes de mulheres. Entre composições, ela compartilhou sua história.

“Ekena é meu nome de registro, porque minha mãe dizia que sempre soube que eu seria artista”, contou. A cantora também compartilhou que sempre se sentiu não pertencente, por isso decidiu usar a arte para alcançar outras pessoas que se sintam da mesma forma.

As palestras serão publicadas na íntegra no YouTube do TEDx Talks no fim do mês. Para receber os links diretos para os vídeos e saber sobre os próximos eventos, acompanhe as redes sociais do TEDxBlumenau.