Grupo reflexivo de gênero e masculinidades busca conscientizar homens envolvidos em violência doméstica em Indaial
Desde sua criação, o Grupo Reflexivo já atendeu 136 homens
Desde sua criação, o Grupo Reflexivo de Gênero e Masculinidades da comarca de Indaial já atendeu 136 homens. Para todos, ofereceu espaço de reflexão e responsabilização com o objetivo de promover mudanças de comportamento e reduzir a reincidência de atos violentos. A iniciativa, lançada em 2019 por meio de um Acordo de Cooperação Técnica entre o Poder Judiciário de Santa Catarina (PJSC) e o Município, foi implementada em 2022, após a pandemia de COVID-19, e segue as diretrizes da Lei Maria da Penha.
Metodologia do do projeto em Indaial
A metodologia do projeto, compartilha o psicólogo Alfrânio Adriani Tartari Júnior, da Secretaria de Desenvolvimento Social de Indaial, prioriza a responsabilização consciente e incentiva os participantes a refletirem sobre seus comportamentos violentos, além de promover saúde mental e relações interpessoais mais saudáveis. “A atuação em rede, integrando serviços de saúde e assistência social, oferece suporte tanto aos homens quanto às suas famílias, fortalecendo um ambiente de prevenção à violência”, ressalta.
Os homens são encaminhados ao grupo pelo juízo da Vara Criminal da comarca de Indaial, seja por meio de medidas protetivas de urgência ou como parte do cumprimento de pena. Eles participam de 12 encontros de 90 minutos, facilitados por dois psicólogos, um da Secretaria de Saúde e outro da Secretaria de Desenvolvimento Social. Os encontros abordam temas como masculinidades, violência de gênero, saúde do homem, psicoeducação emocional, paternidade, comunicação não violenta e a Lei Maria da Penha.
“O trabalho com os grupos reflexivos é um meio efetivo de prevenir a violência doméstica contra a mulher, uma vez que possibilita aos seus autores um espaço seguro de fala, trazendo à reflexão sobre os fatores culturais e emocionais que podem desencadear a violência, viabilizando assim ao homem uma ressignificação de sua masculinidade e reconstrução pessoal”, ressalta a juíza Leila Maria Silva, titular da Vara Criminal da comarca de Indaial.
O impacto positivo do projeto tem sido comprovado através de monitoramentos e questionários aplicados aos participantes. Muitos relatam mudanças significativas, como maior paciência no trato com familiares, envolvimento mais ativo na criação dos filhos e maior consciência sobre atitudes machistas e homofóbicas. Alguns expressaram até o desejo de continuar presentes aos encontros, mesmo após o fim do ciclo, ao destacar os benefícios para suas vidas pessoais como principal motivação.
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