O Instituto Camargo Corrêa, em parceria com a Femesc (Federação de Escalada e Montanhismo do Estado de Santa Catarina) e Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), recuperou 71 quilômetros de trilhas de Mata Atlântica no litoral de Santa Catarina.
O traçado reúne 12 trilhas localizadas nos municípios de Biguaçu, Palhoça e São José que, agora, podem ser utilizadas para a prática de caminhadas e montanhismo.
O trecho integra o Caminho da Mata Atlântica, trajeto de 4 000 quilômetros que está sendo criado para conectar o Parque Nacional de Aparados da Serra, no Rio Grande do Sul, ao Parque Estadual do Desengano, no Rio de Janeiro.
O projeto nacional foi incubado pela WWF e tem como apoiador o Instituto Camargo Corrêa, além de parceiros institucionais do Instituto Chico Mendes (ICMbio), Instituto do Meio Ambiente (IMA) e Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Desde 2020 o projeto possui uma governança própria estruturada em 3 níveis (Nacional, Estadual e núcleos locais).
O objetivo é estimular o ecoturismo e a prática do montanhismo para promover o desenvolvimento das comunidades locais e a conservação da biodiversidade em um dos biomas mais ameaçados do mundo.
A redefinição, sinalização e limpeza das trilhas em Santa Catarina foram acompanhadas de ações destinadas ao fomento ao empreendedorismo, com o desenvolvimento de negócios locais como o estacionamento para recepção dos turistas; o Viveiro Três Riachos, um sitio humanizado de criação de galinhas soltas, sem uso de gaiolas, o que atraiu turistas e seguidores nas redes sociais preocupados com o bem-estar-animal que recebeu um quiosque novo para exposição dos produtos coloniais e a aldeia Yguá Porã, em Biguaçu (SC), que passou a oferecer um espaço para camping, alimentação e vivências culturais para os visitantes.
Para a diretora-executiva do Instituto Camargo Corrêa, Bárbara Matias Bueno de Mattos Galvão, o projeto coloca em prática três pilares de atuação da instituição: a educação, empreendedorismo e infraestrutura.
“Ao estimular o turismo, aumentamos a consciência sobre a importância do bioma. Mas, para que o turista possa aproveitar as trilhas, é preciso ter serviços de apoio. Para isso, fizemos um trabalho de capacitação e desenvolvimento de estabelecimentos de turismo rural e criamos uma fonte de renda sustentável para famílias que moram na região”, diz.
Empreendedores locais de oito estabelecimentos participaram de workshops de negócios e receberam investimento para construção de estacionamento, sanitários e quiosques para recepção de caminhantes. O projeto beneficiou 15 famílias que vivem e trabalham nas proximidades do trajeto.
Também foi feito um workshop de turismo receptivo o que fomentou o ingresso de 20 jovens na cadeia produtiva do ecoturismo, concurso de desenho com o tema Mata Atlântica, o que levou a participação de 632 alunos e alunas do quinto ano de escolas públicas e privadas e uma competição de fotografia voltada para professores que contou com 117 docentes dos 24 municípios da grande Florianópolis.