O Carnaval, para muita gente, é uma verdadeira maratona, que reúne uma sequência de muita dança, caminhada atrás de trios elétricos, braços sempre em movimento e pulos, muitos pulos.

Mas é preciso atenção, pois o folião pode comprometer as articulações ou provocar lesões não só nos membros inferiores quanto nos superiores.

Para a alegria não acabar em trauma, é bom seguir alguns cuidados. É o que alerta a terapeuta ocupacional Syomara Cristina, que tem que tem mais de 30 anos de experiência no tratamento e reabilitação de pacientes com lesões nos membros superiores, especialmente mãos e braços.

A primeira orientação é escolher roupas e calçados confortáveis, que garantam estabilidade e auxiliem na absorção de impacto.

“Parece óbvio, mas muita gente esquece que essa dica é preciosa, pois o uso da indumentária adequada é o que vai evitar dores no dia seguinte”, afirma. Quem pretende aproveitar mais de um dia, por exemplo, deve abusar dos tênis e sapatilhas”, complementa. Além disso, sandálias de salto, por exemplo, podem levar ao desequilíbrio e provocar entorses.

Carnaval: saiba como evitar traumas e lesões. Divulgação

Dicas valiosas

Para quem tem restrição de locomoção ou usa cadeiras de rodas, sair de casa faz parte do processo terapêutico e auxilia na socialização, mas é preciso planejamento.

“O ideal é se programar. Verificar o percurso a ser percorrido, por exemplo, é fundamental para avaliar a acessibilidade, pois muitas vezes o trajeto dos blocos envolve terrenos irregulares. Se a restrição impede transitar em meio à multidão, o ideal é escolher alternativas, como um local fechado que proporcione segurança. Bailes em clubes e ruas fechadas pelo poder público são exemplos de que é possível aproveitar o Carnaval”, orienta.

Para aqueles que são portadores de alguma doença ou estão no meio de um tratamento, a terapeuta deixa uma reflexão.

“Gosto de lembrar que eles podem realizar o seu próprio Carnaval doméstico. Não é preciso necessariamente sair de casa para aproveitar”, diz.

Outra dica é sempre respeitar os próprios limites.

“Se a pessoa exagera na farra, é ela mesma quem vai sofrer as consequências no dia seguinte, com dores e possíveis lesões articulares”, afirma a terapeuta, ao orientar que o folião faça períodos de repouso.

A terapeuta faz outro alerta.

“Participar do Carnaval é algo que não faz parte do dia a dia da pessoa”, lembra.

“É preciso preparo com o que vai acontecer, pois música alta, confetes e serpentinas podem incomodar, especialmente crianças”, diz. Segundo Syomara, o ideal é que os familiares fiquem atentos e se a situação ficar incômoda é hora de ir embora.

Por fim, Syomara Cristina reforça as orientações que devem compor o dia a dia, ao longo de todo o ano.

“Não abuse de bebidas alcóolicas, descanse entre as saídas para as festas e bailes e não esqueça nunca de se hidratar”, avisa.