Lembra da sua mesa no escritório?

Antes da pandemia, é bem provável que você tivesse, no ambiente de trabalho, um “cantinho” só seu: uma escrivaninha cheia de fotos da família ou do cachorro, uma plantinha, uma caneca que ficava ali à disposição para a hora do café, gavetas cheias de objetos, a sua cadeira favorita.

Cada colaborador tentava criar no escritório um espaço que o fizesse se sentir mais em casa.

Em grande parte, isso acabou com a crise sanitária: muita gente migrou para o home office e levou as fotos da família, o vaso de plantas e a caneca favorita para casa.

E o trabalho exclusivamente presencial dificilmente vai voltar a ser predominante.

A pesquisa The Future of the Office (“O Futuro do Escritório”), conduzida pela consultoria de locação e gestão de imóveis CBRE, indica que 67% das pessoas preferem aderir ao modelo de trabalho híbrido no pós-pandemia.

Um levantamento do Índice de Confiança Robert Half (estudo que revela expectativas do mercado de trabalho para os próximos seis meses) mostrou que 48% das 387 empresas entrevistadas em novembro de 2021 pretendiam aderir ao modelo ao longo deste ano.

Escritórios do futuro: saiba como serão! Divulgação

Com isso, um fato se tornou evidente: visitando o escritório menos vezes por semana (ou mesmo por mês), os trabalhadores viram sua relação com esse espaço mudar por completo. E, se essa relação muda, o próprio escritório precisa, também, ser adaptado.

Adaptações necessárias

“As pessoas não têm mais ‘o seu cantinho’ na empresa, já que vários colaboradores podem usar o mesmo espaço em diferentes momentos quando estiverem no escritório. Esse cantinho dava uma sensação de pertencimento, de estar em casa. Sem isso, é importante criar espaços mais acolhedores, que transmitam uma sensação de conforto e segurança ao funcionário”, comenta o arquiteto Rogério Cruz, da empresa de arquitetura corporativa Spaceplan.

“Não há como competir com a nossa casa; então as empresas precisam criar atrativos para que o trabalhador queira estar no escritório.”

Rogério explica que o planejamento e construção de ambientes de trabalho mais acolhedores já era uma tendência que vinha se desenhando desde antes da pandemia de Covid-19; mas que, como tantas outras, foi acelerada pela crise sanitária.

“O escritório não é mais uma área de controle de produtividade: é muito mais um espaço colaborativo, adequado para que encontros aconteçam”, aponta o arquiteto.

Tendências

Dentro desse contexto, algumas tendências que devem se firmar cada vez mais são os ambientes flexíveis, adaptáveis a diferentes necessidades; o maior número de áreas ao ar livre; espaços de well-being; disponibilização de áreas de foco; e salas de reunião com ferramentas para a inclusão de quem estiver trabalhando remotamente.

A preocupação com a manutenção da cultura da empresa em um contexto em que os funcionários passam mais tempo isolados também se reflete na arquitetura – assim, muitas empresas têm expressado essa cultura inclusive por meio de seus espaços físicos.

Outro ponto importante é a promoção da equidade. Nem todas as pessoas têm, em casa, ferramentas totalmente adequadas à realização de suas funções (como ergonomia, boa conexão de internet, ou mesmo condições para se concentrar e focar).

É essencial que o escritório forneça esses recursos e esteja preparado para receber, em qualquer dia da semana, os funcionários que precisem da estrutura física da empresa para realizar seu trabalho.

Arquitetura baseada em dados: a tecnologia a favor das empresas e dos colaboradores

Odile Aidar, diretora comercial da Spaceplan, acrescenta que a arquitetura corporativa também se reflete em resultados reais – de rentabilidade, faturamento, retenção de talentos.

“A atenção ao planejamento do espaço físico da empresa evita o desperdício futuro de investimentos que estão sendo feitos agora”, ela argumenta.

“Por isso, levamos inteligência a cada metro quadrado em uso.”

Para isso, é claro, são necessários dados, que tornam o planejamento arquitetônico mais assertivo, evitando suposições e “achismos” e facilitando a tomada de decisões. E isso se torna ainda mais essencial no contexto do escritório híbrido; afinal, o uso do espaço, e as necessidades das pessoas que utilizam esse espaço, são flutuantes, podendo mudar a cada dia.

No caso da Spaceplan, a solução encontrada foi uma parceria com a Desko, plataforma de gestão do workplace sediada em Porto Alegre (RS) que é líder de mercado no Brasil.

Especialista no conceito de escritório híbrido, a Desko permite aos colaboradores fazer reserva de estações de trabalho, salas de reunião, lockers e mesmo vagas de estacionamento no escritório físico, controlando em tempo real a ocupação do espaço.

A solução é totalmente personalizável, reproduzindo no ambiente virtual a planta do escritório de cada cliente.