Ex-Cônsul Honorário da França em Florianópolis lança livro em Blumenau
Relatos ouvidos pelo pai sobre a Segunda Guerra Mundial ganham vida no livro “KG 412 – Prisioneiro de guerra”, escrito pelo diplomata francês Jean Victor Martin.
Na obra, o ex-cônsul honorário da França em Florianópolis, complementou as memórias familiares com muitas pesquisas, no intuito de oferecer ao leitor brasileiro um ponto de vista diferente sobre este período sombrio da história da humanidade.
Agora, após o recente lançamento da obra em Florianópolis – cidade que escolheu para viver –, o autor vem a Blumenau para uma Noite de Autógrafos na Aliança Francesa, na próxima quinta-feira, 8, às 19h.
Em seu primeiro livro, Martin resgata momentos vividos pelo pai Victor e a mãe Anne-Marie, a partir de 1939, quando viviam na pacata vila de Saint Mathurin sur Loire, no coração da França rural.
Tudo começa com a invasão de Hitler à Polônia e início da Segunda Guerra, quando Victor, aos 22 anos, foi convocado para prestar o serviço militar, deixando a esposa grávida de uma criança que viria a nascer em julho de 1940, época em que já se encontraria prisioneiro dos alemães.
Aliás, um cativeiro muito diferente daquilo que se poderia esperar.
A narrativa segue até junho de 1945, quando os americanos organizam o repatriamento dos prisioneiros aos seus respectivos países. Victor, na época com 28 anos, retorna ao seu ponto de partida, onde o aguardavam uma menina de cinco anos e sua mãe.
Mas por que, entre 1.800.000 franceses prisioneiros dos alemães, ele havia sido protegido pela esposa de um alto dirigente nazista?
Esta é uma das surpresas que reserva a obra, escrita a partir de fragmentos, anedotas e leituras.
Foi esta a maneira que Martin encontrou para reconstruir o que o pai viveu entre 1939 e 1945, já que ele evitava falar sobre essa fase da sua vida por considerar melhor para seus descendentes, seus conhecidos e – numa abrangência maior – para a humanidade, virar a página sobre acontecimentos dos quais esta não pode se orgulhar.
Embora os personagens principais tenham realmente existido, esta é uma história em grande parte recriada. Ou como dizem os italianos: “Se non è vero, è ben trovato!”.
Sobre o autor
Jean Victor Martin realizou a maior parte de sua carreira nas estruturas culturais francesas no exterior: Alianças Francesas (entre as quais Florianópolis e Recife), centros culturais e serviços culturais das embaixadas do seu país, em outros países tão diversos como Equador, Itália, Tailândia, Vanuatu e Nova-Zelândia.
Tornou-se assim, um cidadão do mundo. Essas atividades diplomáticas no campo da cultura desenvolveram nele uma real aptidão para a escrita e a fala.
Agora aposentado e casado com a brasileira Ângela resolveu se instalar no Brasil, onde cuidou até recentemente do consulado honorário da França em Florianópolis. Em seu tempo livre, dedica-se à leitura e à escrita.