Março reforça a importância da valorização e do cuidado com a saúde da mulher.

Além do aspecto social, que muito se debate neste período, o mês estimula a necessidade de elas manterem constante atenção com a saúde e bem-estar.

Tanto que é marcado pelo Março Lilás, movimento que busca a conscientização e prevenção do câncer de colo de útero, apontado como o terceiro tipo de câncer mais incidente entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Causado por dois dos 150 subtipos do HPV, doença sexualmente transmissível, o câncer de colo de útero é caracterizado por sintomas como ardência, coceira, formação de placas e verrugas localizadas na região genital.

Para estimular a observação de alguns dos sintomas, a enfermeira e professora Andressa Avila Melo afirma que é importante que as mulheres prestem atenção ao seu corpo.

“Elas devem realizar o autocuidado e inspecionar a região, para que, além de se conhecer, possam identificar alguma anormalidade”, sugere. Ao surgimento de alguns dos sintomas, é necessário buscar um médico de forma imediata.

Março Lilás reforça a necessidade da prevenção do câncer de colo de útero. Divulgação

Sobre o tratamento, a profissional explica que é possível cuidar das lesões causadas, como as verrugas, no entanto, não existem remédios que combatam o vírus.

“Mais de 80% dos pacientes curam o HPV de forma natural entre o primeiro e o segundo ano de contaminação, pois o sistema imunológico deles desenvolve um ‘antídoto próprio’, mas caso isso não ocorra, a tendência é que eles passem a vida toda infectados, o que pode caracterizar um retorno dos sintomas quando estiverem com a imunidade baixa”, alerta.

Preconceito é o maior inimigo

A professora e enfermeira conta que os índices da doença poderiam ser muito menores se o preconceito fosse deixado de lado e as pacientes adotassem um simples gesto: a prevenção.

Segundo a profissional, muitas mulheres ainda evitam realizar o preventivo de forma recorrente por receio de se submeter ao exame que, para muitas, é invasivo e desconfortável.

“Esse exame precisa ser desmistificado. Além do medo das mulheres em realizar o procedimento, há a falta de preparo de alguns profissionais, mesmo que o exame exija uma técnica simples. É preciso muita humanização para o acolhimento delas”, afirma.

A prevenção também pode ser feita por meio da vacina quadrivalente, que imuniza contra quatro subtipos da doença: HPV-6, HPV-11, HPV-16 e HPV-18, sendo que os dois últimos são apontados como os mais perigosos.

No entanto, há registros de pacientes que se recusam a tomar a vacina por receio de seus sintomas.

“É uma das formas de prevenção que se mostra eficaz, segura e sem efeitos, e está disponível nas redes pública e privada”.