Nos últimos dias, alopecia foi uma palavra que esteve em diversos noticiários devido uma polêmica entre Will Smith e Chris Rock na noite do Oscar 2022.
O comediante fez uma piada de mau gosto com a mulher do vencedor da estatueta de Melhor Ator, Jada Pinkett-Smith que sofre de alopecia areata.
A tricologista Viviane Coutinho tirou as principais dúvidas da doença. De acordo com a profissional, a alopecia areata acomete cerca de 1 a 2% da população e pode afetar ambos os sexos, todas as raças e surge em qualquer idade.
“Porém, em 60% das pessoas a alopecia começa antes dos 20 anos. O mal também faz parte da genética familiar. Cerca de 40% dos diagnosticados, há outras pessoas na família com o quadro. Fatores ambientais como estresse ou presença de micro-organismo podem disparar uma resposta imunológica anômala que lesa o folículo. Cerca de 10% dos pacientes podem desenvolver formas graves de alopecia crônica”, esclareceu.
A doença
É importante salientar que essa inflamação torna inativo os folículos pilosos, fazendo esses fios caírem em falhas circulares.
“Em pequenos números ou evoluírem para perda total de cabelos ou os pelos do corpo também”, frisou.
A alopecia é classificada por uma doença inflamatória que pode ser assintomática ou vir inicialmente de uma coceira e/ou queimação, entre outros sintomas.
“Os pacientes com alopecia areata podem apresentar coceira no couro cabeludo ou uma sensação forte de queimação antes da queda de cabelo efetivamente acontecer. Pode haver também alterações nas unhas: pequenas alterações no relevo da superfície da unha, com aspecto de “furinhos”, chamados depitting”, explica Viviane.
A alopecia areata é mais frequentemente observada no couro cabeludo, mas também pode ocorrer na barba, sobrancelhas, nos pelos dos braços e pernas.
O diagnóstico
A tricologista diz que qualquer diagnóstico de disfunção capilar é necessário ser feito presencialmente e por meio de exames físicos, tricoscopia, e às vezes biópsia.
A profissional destacou que é necessário procurar um profissional, ao perceber qualquer alteração na sua saúde capilar para ele prescrever qual será o tratamento.
“Consiste desde injeções com cortisona, aplicações tópicas e terapias capilares que equilibram microbiotas, reduzem processos inflamatórios e automaticamente repelem os fios. Mas quando ela está atrelada a uma doença autoimune, é feito em conjunto com outros médicos. Nesse caso, podemos, por exemplo, trabalhar em conjunto com reumatologista para conseguir cuidar dos processos inflamatórios”, pontua Viviane.
Mas, infelizmente, nem sempre o problema pode ser solucionado.
“É preciso avaliar se ainda há folículos capilares na região. Se o local tiver apenas tecido cicatricial , a alopecia é irreversível. Mas onde houver folículo piloso, há esperança. Neste caso da alopecia, o tempo é nosso inimigo. Então, ao perceber um afinamento ou se começar a visualizar mais facilmente seu couro cabeludo, não hesite em procurar um profissional. Assim, é possível inibir o processo de progressão da alopecia”, finaliza.