O Dia Mundial do Sono, comemorado no dia 18 de março, é uma iniciativa da Associação Mundial de Medicina do Sono (World Association of Sleep Medicine) para chamar atenção para a importância de uma boa noite de sono.
O sono regular é fundamental para a manutenção das funções vitais e cognitivas do corpo humano.
Durante o sono pode parecer que o organismo fica em stand-by, repousando, mas muitos processos acontecem neste período: o sistema imunológico se fortalece, hormônios do crescimento são liberados, a pele é revitalizada, e os aprendizados do dia, consolidados.
De acordo com pesquisa, um terço da população mundial sofre com insônia¹, ², que atualmente já é definida como um transtorno e não apenas um sintoma.
O especialista Dr. Primo Paganini Neto (CRM: 82751) explica que a privação de sono pode ser responsável por um maior risco no desenvolvimento de depressão, ansiedade, abuso de substâncias, doenças cardíacas, diabetes, obesidade e outras comorbidades envolvendo a redução da imunidade.
O ciclo circadiano, responsável por nosso relógio interno que controla o ciclo de 24 horas em que dormimos e ficamos acordados, pode ser influenciado pela luz e pela melatonina, conhecida como hormônio do sono.
“A melatonina é produzida na ausência de luz, promovendo o sono. Ela não apenas regula o momento de dormir como também auxilia na reparação das nossas células como um antioxidante, principalmente quando expostas a estresse. Por isso, utilizar o celular ou assistir TV à noite pode ser prejudicial e retardar a indução do sono”, explica o médico.
Impacto na rotina diária
A falta de melatonina no organismo tende a bagunçar a nossa rotina diária, impactando a produtividade no trabalho e as rotinas domésticas, levando a maior tendência a erros e acidentes, dificuldade de concentração e piora na qualidade de vida.
“A produção desse hormônio atinge o ápice na infância e vai se reduzindo conforme vamos envelhecendo. É comum recebermos no consultório idosos com episódios de insônia, mas também esse é um transtorno que tem atingido cada vez mais pessoas jovens. Quando suplementada de forma correta, a melatonina se mostra eficaz para a insônia e pode ajudar a sincronizar o ritmo circadiano, sem o risco de dependência no curto e longo prazos”, completa Dr. Primo.
Após mudança regulatória aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em outubro do ano passado, a melatonina pode ser encontrada nas farmácias de todo Brasil.
Referência consultadas:
- Benca RM. Diagnosis and treatment of chronic insomnia: a review. Psychiatr Serv. 2005;56(3):332-43. MAR/22
- 2. Buysse DJ. Insomnia. JAMA. 2013;309(7):706-16. MAR/2022.
3. https://institutodosono.com/pesquisas/episono/. MAR/2022.