Hildebrandt diz que adiamento de votação na Câmara pode ter sido por “inexperiência de presidente”; Cunha rebate: “desrespeita o parlamento”
Situação foi mencionada durante o boletim ao vivo sobre a Covid-19 nesta segunda-feira, 8
Durante a transmissão ao vivo do boletim com informações sobre o novo coronavírus nesta segunda-feira, 8, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos) mencionou episódio ocorrido na última quinta-feira, 4, na Câmara de Vereadores. Na ocasião, os vereadores adiaram a votação de um projeto classificado como urgentíssimo pela Prefeitura de Blumenau.
O projeto em questão diz respeito à prorrogação do período de vigência dos concursos públicos da cidade. Estes concursos contemplam diversas funções, como professor, motorista, administrador, médicos, entre outros.
Conforme explicou Hildebrandt, ele poderia ter feito desde o começo por decreto, mas decidiu compartilhar a pauta com a Câmara de Vereadores. “O governo federal autorizou a prorrogação dos concursos públicos, mas quisemos compartilhar este processo com os vereadores. Porém, o presidente da Câmara (Bruno Cunha, do Cidadania), acho que por inexperiência, tirou de pauta. Ele e mais três vereadores”.
Hildebrandt, portanto, confirmou que será publicado nesta terça-feira, 9, um decreto oficializando esta prorrogação.
“Desrespeita o parlamento”
Em resposta, Bruno Cunha – que substitui Marcelo Lanzarin (Podemos) na presidência da Câmara enquanto o vereador cumpre quarentena por caso de coronavírus na família – criticou a fala de Hildebrandt. “Ele mostra que está desinformado, porque fui a favor da discussão e votação do projeto”.
Cunha também desaprovou a informação de que o projeto de lei será transformado em decreto já nesta terça-feira. “Mostra que o prefeito não dialoga com os vereadores e desrespeita o parlamento, que não pode agir como despachante da prefeitura. Lamento, de forma injusta o prefeito tentar usar um canal de comunicação a comunidade para tentar desqualificar quem não se curvar a ele. O projeto apresentado poderia ser votado até o dia 15, sendo que votaríamos nesta terça-feira ainda”.
Para o presidente da Câmara, o decreto é uma medida para barrar as emendas apresentadas pelo vereador Adriano Pereira (PT), que contemplariam também a prorrogação dos contratos para os professores ACTs.
“Ele foi preconceituoso com minha idade ao me chamar de inexperiente, sendo que tudo foi feito com auxílio da equipe jurídica da Casa. Vou apresentar os documentos que comprovam que tive este suporte”.