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Histórica banda blumenauense Vlad V reestreia como um trio; relembre história do grupo

Banda foi formada há quase 40 anos

A banda blumenauense de rock progressivo Vlad V vai reestrear novamente como um trio, contando com uma nova formação: o multi-instrumentista e vocalista Jean Carlo, Cliff McNamara na bateria e Seco Mafra no baixo e vocais. Nessa nova geração, diversas ideias estão sendo discutidas, como planos de gravar materiais inéditos e shows pela região.

Reprodução

Vlad V impulsionou o rock underground do Sul do país logo em seu começo, chegando a adquirir reconhecimento internacional, além de ainda ter influência na cena musical e contar com fãs fiéis até hoje. No Spotify, o perfil da banda soma um total de 5,3 mil ouvintes, 44,1 streamings e conseguiu atingir 54 países com a sua música.

Formada há quase 40 anos em Blumenau, Vlad V foi fundada e liderada pelo multi-instrumentista Jean Carlo. O músico domina a guitarra, violão, bandolim, harmônica, flauta, além de ser vocalista e compositor. Sobre a nova era da banda, ele comenta: “Com certeza, em breve, vamos divulgar shows na região para a galera da antiga que curtia o Vlad e para a nova geração conhecer a pegada atual”.

Reprodução

Com um total de 10 álbuns lançados — incluindo coletâneas e trabalhos solo —, o Vlad V foi fundamental para que a cena do rock catarinense se expandisse. “O meu som atravessa gerações e tem muita gente jovem hoje em dia que ainda curte os discos pra caramba, e faz mais 30 anos”, reflete Jean Carlo.

Para acompanhar e saber mais sobre o Vlad V, acompanhe seus perfis no Instagram, Facebook, YouTube e Spotify.

Jean Carlo, multi-instrumentista e vocalista

Reprodução

O músico revela que, na própria família, havia artistas e apreciadores de música boa, então, cresceu em um ambiente criativo e artístico. O pai era músico de uma banda de baile e estava sempre escutando orquestra, enquanto a mãe era artista plástica. Jean Carlo manteve suas preferências musicais ecléticas desde cedo, indo do MPB até o heavy metal, da música folk à música clássica.

Então, ele explica que a essência da banda é o fato dos álbuns do Vlad V serem tão ecléticos. “Você vai ouvir e não vai enjoar, né? Porque não fica numa levada só, não fica só numa pira acústica. Também não fica só num heavy metal ou hard rock. Vai pra tudo quanto é lado”, destaca. 

Arthur Fritzen Fotografia/Reprodução

“Por isso que eu caí pro lado do rock progressivo, para poder usar todas essas influências”, explica. Nas composições para o Vlad V, ele reitera que o rock sempre foi a base para tudo, independente do que fosse, sempre teria uma guitarra misturada na melodia.

Jean também tem uma carreira solo, em que foca mais no acústico, envolvendo o violão, flauta e a harmônica com os vocais. Nos shows solo, além de interpretar canções do Vlad V, o músico também inclui no repertório clássicos do Jethro Tull, Alceu Valença, Zé Ramalho, Led Zeppelin, Rush, Deep Purple, entre outros.

História

Em meados dos anos 80, o rock e o heavy metal estavam começando a se popularizar no Brasil. Jean Carlo explica que já havia algumas outras bandas na cena local quando o Vlad V surgiu, em 1986. Porém, confirma que foram pioneiros na cidade com os trabalhos tanto da banda quanto solos gravados em vinil e, posteriormente, em CD.

Atualmente, Jean Carlo afirma que busca incluir toda a discografia da banda nas plataformas digitais, tanto para preservar os trabalhos quanto para que um público mais jovem consiga ter acesso.

Arthur Fritzen Fotografia/Reprodução

A formação se transformou incontáveis vezes ao longo dos anos, porém, os nomes dos artistas que integraram o Vlad V ao longo das décadas sempre permaneceram marcantes. Flávio Theilacker, Jairson Dorigatti, Humberto Klitzke, Cláudio Reif, Beto Luciani, Pablo Demarchi, Klauss Tofanetto e Lenon Sabino são alguns dos músicos que passaram e deixaram sua marca.

1986-1993

A primeira vez em que a banda subiu aos palcos foi em 1986 em um famoso festival da cidade chamado Blumenália, promovido pela Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo da prefeitura. Foi através desse show que a banda se inspirou ainda mais e decidiu apostar na música, devido à repercussão do evento.

Em outubro de 1988, dois anos mais tarde, gravaram o sucesso “Entre as Nuvens”. Essa música foi uma das mais pedidas no rádio no ano seguinte do lançamento e até hoje está no repertório da banda.

Reprodução

Em 1992, os integrantes se mudam para São Paulo, expandindo o som da banda para um novo público. Vlad V, então, participa do programa da MTV “Fúria Metal”, começa a se apresentar em diversos locais como Black Kack, Café Piu-Piu, Café Pedaço, Aeroanta, Britania, e a repercussão segue aumentando.

O primeiro disco é gravado em 1993, quando a banda retorna para Blumenau. O LP também leva o nome Vlad V, e novamente impulsiona a banda, especialmente com críticas positivas. Com somente 2 mil cópias, o disco em vinil é um clássico e considerado raridade entre os fãs e colecionadores.

1997-1999

“A Espada e o Dragão”, gravado em 1997, rendeu ainda mais destaque, sendo comparada com a canadense Rush por um jornalista da revista Rock Brigade. O Vlad V foi pioneiro mais uma vez por utilizar o formato digital na divulgação do novo álbum, conseguindo chamar a atenção de outros países, como Bélgica, a Holanda, França, Finlândia e o Japão.

James Orsi Fotografia/Reprodução

Em seguida, “O Quinto Sol” é lançado em 1999, com Cláudio Reiff como baixista. O álbum conta com elementos variados, que transitam entre o folk, MPB, hard rock, heavy metal, blues e outros. Neste, é possível perceber outros instrumentos são inseridos na identidade da banda, como flautas, violões, bandolins e guitarras mais pesadas. Quanto mais a banda investe na variação de tons e inspirações, mais Jean Carlo se demonstra versátil com os instrumentos. 

2002-2008

“Vol. IV”, de 2002, representou uma nova fase para o grupo, contendo a participação de Celso Blues Boy, além de fazer covers de artistas como Jethro Tull e Janis Joplin em versões inusitadas com flautas.

Inovando através de um disco acústico, “Viagens Acústicas” foi lançado em 2005. O álbum não se conteve somente com as músicas inéditas e ainda fez releituras das faixas mais famosas da banda, as trazendo para o acústico e flautas, além de disponibilizar músicas que apenas apareciam em shows. Aclamado pelo público e crítica, representou mais um marco para o Vlad V.

Arthur Fritzen Fotografia/Reprodução

Em meados de 2008, Vlad V retorna às origens do hard rock, registrando o momento com a produção de uma coletânea intitulada “Longe do Fim”. Meses depois, já no ano seguinte, gravam o CD “Na Casa do Rock”, que também surpreendeu os fãs por apresentar faixas inéditas e com guitarras hipnotizantes, além de covers de bandas como Led Zeppelin, Rush, Jethro Tull, Deep Purple e Black Sabbath.

2017-2022

Em 2017, “Stratovladis” surgiu com um novo álbum que conquistou a atenção do público mais uma vez. Com guitarras potentes, riffs impactantes, composições marcantes e uma formação intensa, provou mais uma vez a importância da banda para o rock regional.

Em contraponto, o acústico retornou para o visual da banda em meados de 2019 com novas sugestões. Um mesclado entre o acústico e o som tradicional do Vlad V contribuiu para que fossem ainda mais reconhecidos. Nesse mesmo ano, Jean Carlo optou por seguir uma carreira solo, mas mantendo o som da banda vivo em suas apresentações acústicas, que exploram instrumentos como a flauta transversal, a harmônica e o violão.

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