Divulgação/Riffel
Home office: empresas de Blumenau chegam a dividir contas de casa com funcionários
Atualmente não há legislação que obrigue empresas a custear gastos do trabalho remoto
A pandemia alterou a forma de trabalho em diversas empresas. Com a necessidade de ter mais cuidado referente ao distanciamento social e prevenção, grande parte destes empreendimentos apostou no home office para continuar no mesmo ritmo e não arriscar a saúde dos funcionários.
Em Blumenau, algumas foram além de apenas enviar os funcionários para casa, investindo neste segmento, chegando a comprar equipamentos novos e até custear parte das contas dos trabalhadores em casa.
A Riffel, empresa especializada em peças e acessórios para motos, e a Ambev Tech, empresa de sistemas da informação, são dois exemplos nesse sentido. Desde que a pandemia iniciou, elas realizaram diversas mudanças no formato de trabalho para se adequar a nova realidade mundial.
No caso da Riffel, a empresa chegou a mandar os funcionários para trabalhar em casa e depois retornar ao escritório por diversas vezes, devido as “melhoras e pioras” da pandemia. Porém, em 2021, encontrou um modelo que consolidou: o híbrido, onde todos os funcionários de Blumenau intercalam entre o regime home office em alguns dias e presencial no escritório em outros.
Para isso, foram disponibilizados computadores e outros equipamentos novos, além de ajuda de custo para pagar a conta de energia e de internet, também usada para os serviços.
“Além do deslocamento da empresa, que a gente acaba tendo menos tempo no trânsito, economizamos com combustível e temos mais tempo com a família. Isso acaba sendo muito importante”, destaca Luiz Brasil, assistente comercial.
“Minha experiência tem sido muito boa. Como trabalho com marketing, uma área um pouco mais criativa, tenho conseguido me focar bastante no trabalho, até mais”, complementou Fernanda Vieira, analista de Marketing.
No caso da Ambev Tech, por se tratar de uma empresa e tecnologia da informação, eles já utilizam o regime home office desde 2018. Porém, não eram todos os funcionários e nem no formato que foi adotado após a pandemia.
Atualmente, os 1,6 mil funcionários da empresa em todo país, sendo 880 só em Blumenau, estão trabalhando de casa. Por conta disso, todos receberam equipamentos de informática, orientações de ergonomia, além de plano de saúde com cobertura para o local onde o profissional reside, e ajuda de custo mensal para subsidiar despesas como internet e energia elétrica.
Home office atingiu quase nove milhões de trabalhadores no Brasil
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontou que durante 2020, o número de trabalhadores remotos no país chegou a 8,7 milhões em 2020, no mês de junho. Em média, durante todo o ano – desde maio – os números variavam entre seis e sete milhões.
Em Santa Catarina, o maior número de profissionais em home office aconteceu em agosto, quando mais de 280 mil trabalhadores atuaram de casa.
Regras trabalhistas sobre home office
Atualmente, a legislação que trata do trabalho remoto está incluída no artigo 75 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), após a Reforma Trabalhista. O texto prevê negociações do tipo de trabalho entre patrão e empregado.
Ela também aponta que é da responsabilidade dos empregadores a “aquisição, manutenção ou fornecimento de equipamentos”. Porém, não define nada em relação às despesas do empregado durante este período. Ou seja, na prática, se torna opcional ao empregador realizar o reembolso dos gastos aos funcionários.
Uma legislação mais detalhada em relação ao home office está sendo discutida no Senado. O projeto é de autoria do senador Confúcio Moura (MDB-RO), e em um dos pontos aponta que “o trabalho remoto ou em domicílio do empregado deverá ser previsto em contrato específico, ou por meio de aditivo, com previsão do trabalho a ser realizado, da duração do contrato e da jornada de trabalho e intervalos, bem como do reembolso das despesas efetuadas pelo empregado para a realização do trabalho”.
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