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Homem acusado de assédio em jogo do Brusque no campeonato Catarinense se manifesta

Bruna Miller, esposa do atleta Fernandinho do Brusque, afirma ter sido agredida

Bruna Miller Maciel, esposa do atacante Fernandinho, do Brusque, afirmou ter sido vítima de assédio e agressão neste domingo, 27, no Estádio Augusto Bauer, durante a segunda partida da semifinal do Campeonato Catarinense 2022. A mulher gravou vídeo nas redes sociais denunciando o ocorrido e lamentando não ter socorrida.

Reginaldo Burigo, o acusado, alega que em nenhum momento desferiu qualquer tipo de agressão à Bruna e que, inclusive, jurou sequer ter tocado na mulher.

Representado pelo advogado Felipe Hort, ele pretende mover um processo tanto na esfera criminal quanto na esfera civil contra Bruna.

Versão do denunciado

Em relação ao ocorrido, Reginaldo afirma que neste domingo, 27, chegou ao estádio Augusto Bauer por volta das 15h, acompanhado de mais três pessoas, sendo uma delas menor de idade.

Após adentrarem no estádio, todas as quatro pessoas foram até seus respectivos lugares na arquibancada coberta, ocupando a primeira e a segunda fileira. O homem se recorda de, por volta dos 30 minutos do segundo tempo da partida, saiu do assento na companhia de um conhecido para ir ao banheiro e comprar bebidas na parte inferior do estádio.

No momento em que saíram do assento, houve um lance de falta a favor do Brusque, onde ambos, Reginaldo e o amigo, pararam para ver o lance. Ele ainda relata que estavam no corredor da arquibancada, onde há a circulação de muitas pessoas, visto que a maioria se levantou para ver o lance que poderia resultar em um gol para o time da casa.

De acordo com a nota divulgada pelo advogado de Reginaldo, dentre as pessoas em pé estava Bruna Miller Maciel. Porém afirma não se recordar de ter encostado em Bruna. Atesta que em nenhum momento tentou agarrar ou desferir qualquer agressão a mulher.

Confira o restante da nota divulgada:

“Reginaldo atesta que conversou com Bruna, tentando acalmá-la que em nenhum momento a assediou ou tentou qualquer coisa contra ela.

Que naquele momento também estava um segurança no estádio, a uma distância de aproximadamente um metro e meio cujo qual avaliou a situação, autorizando o Reginaldo a seguir até o banheiro porque não teria ocorrido nada.

Importante esclarecer ainda que o segurança presenciou os fatos e não entendeu por nenhuma agressão ou contato por parte de Reginaldo, autorizando-o a descer da arquibancada. 

Que após a descida, Reginaldo estava na companhia de Edgar próximo ao guichê de bebidas, onde foi abordado por dois policiais militares e novamente Bruna, a qual lhe acusou novamente de agressão. 

Que naquele momento os policiais mantiveram contato com aquele segurança da arquibancada, o qual sinalizou que não teria ocorrido nada.

Que o Reginaldo permaneceu assistindo ao jogo na parte de baixo da arquibancada por dez minutos, onde após, na companhia do amigo saíram do estádio indo até o estacionamento para aguardar os outros dois colegas.

Que Reginaldo nega veemente qualquer agressão à Bruna Miller.

Que após o ocorrido foi surpreendido por inúmeros relatos de amigos e familiares de que Bruna estaria lhe acusando de agressão nas redes sociais, inclusive postando a sua foto e atribuindo a autoria daquela situação. 

Inclusive uma pessoa que presenciou os fatos divulgou num grupo de WhatsApp que nada o que Bruna alega é verdadeiro”.

Versão da polícia

O comandante do 18º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Otávio Manoel Ferreira Filho comentou sobre o caso. Segundo ele, a mulher estava nervosa com a situação.

“Eu, em um segundo momento, foi quem atendeu a mulher após o término do jogo. Conversei com ela, mas ela estava muito nervosa, em pânico e chorando. Ela me relatou que, durante o jogo, um torcedor que estava com uma camisa do Brusque da cor preta, teria agarrado ela. Bruna então o empurrou e alguns torcedores em volta interviram”, diz Otávio.

Após a intervenção de torcedores, a mulher teria descido a arquibancada e solicitado ajuda de um policial, o qual teria relatado a mulher que não era possível fazer nada de imediato no momento.

“Quando a atendi ela possuía um pequeno arranhão em um dos braços que, segundo ela, foi provocado pelo tal homem. Ao final da minha conversa com ela, ficou acertado que ela enviaria a imagem do homem para a PM visando identificá-lo (ela gravou com o celular) para, posteriormente, passar a ela a fim de possivelmente confeccionar um boletim de ocorrência e responsabilizá-lo por possível crime e procurar seus direitos”, relata o comandante.

Ainda de acordo com Otávio, o contexto de tudo precisa ser melhor esclarecido. Ele afirma também, que haverá uma tentativa de identificar o policial que atendeu a Bruna no jogo para esclarecer o ocorrido.

Versão de Bruna

Em um vídeo postado nas redes sociais, Bruna afirma que tentaram agarrá-la e que, inclusive, sua irmã teria sido agredida.

“Tentaram me agarrar, o cara tentou me agredir, falou um monte de coisa, agrediu a minha irmã. Eu falei com um policial, falei com um segurança e ninguém fez nada”, afirmou Bruna.

“Eles acham que só homem tem direito, eles acham que homem não é obrigado a respeitar mulher, e tudo passa batido. Só depois que acontecer alguma coisa de fato que alguém vai falar alguma coisa. Isso não pode ser aceitado. Foi uma agressão, todo mundo viu”, continuou.

Bruna ainda afirmou que nunca se sentiu tão humilhada pela violência que sofreu e destacou que, se nada for feito contra o agressor – o qual ela fotografou – nunca mais irá voltar ao estádio Augusto Bauer. Ela salientou que tem certeza que o marido também não jogará mais no local.


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