Homem que tentou matar ex-inquilinos no Progresso vai a júri popular em Blumenau
Caso aconteceu no início de 2019 e chocou comunidade da região
Uma confusão envolvendo três pessoas deixou assustada comunidade da rua Erwin Neumann, no Progresso na noite do dia 10 de janeiro de 2019. Um pedreiro de 60 anos foi armado até a residência de dois ex-inquilinos, pai e filho, para resolver uma pendência e acabou atirando contra os dois e também foi baleado. Após quase um ano de processo, a 1ª Vara da Comarca de Blumenau resolveu aceitar a denúncia contra o idoso e levá-lo a júri popular por tentativa de homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, e por tentativa de homicídio simples.
O julgamento ainda não foi marcado, porém, o réu alega que não há provas da autoria do crime e diz ainda que a vítima – o pai – teve possibilidade de se defender, tanto que jogou contra ele um objeto.
No entanto, de acordo com o desembargador Zanini Fornerolli, relator da matéria, consta nos autos provas da materialidade delitiva e indícios suficientes de autoria e do dolo do agente, por isso a questão deve ser julgada pelo Tribunal do Júri. “Não é necessário, nesta etapa, um juízo de certeza”, explicou o magistrado.
Portanto, quem vai dizer se tudo aconteceu como descrito na denúncia, e se o pedreiro é culpado ou não, é o júri popular. O voto do relator foi seguido de forma unânime pelos desembargadores Alexandre d’Ivanenko e José Everaldo Silva
Relembre o caso
De acordo com informações apontadas pela denúncia do Ministério Público, após investigações da Polícia Civil de Blumenau, o pedreiro foi de carro até a residência dos ex-inquilinos levando um facão, um revólver, uma espingarda e várias munições. Ele então buzina na frente do imóvel e aguarda a aparição de um deles.
Quando um deles aparece (o pai), eles iniciam uma discussão, onde logo em seguida o pedreiro saca um revólver e atira três vezes contra a vítima, errando dois disparos e acertando um no ombro. Mesmo baleado, o morador consegue pegar um vaso sanitário (uma das testemunhas discordou e disse que era uma pia) e arremessa contra o vidro do carro.
Quando escuta os barulhos, o filho, de 20 anos, sai da residência correndo e tenta defender o pai. O acusado então atira mais três vezes na direção do rapaz, mas acerta apenas o dedo, e deixa o revólver cair no chão. O jovem então pega a arma e atira três vezes na perna do agressor, que mesmo baleado consegue acelerar o carro e sair do local.
Porém, a história não havia terminado. Instantes depois ele retorna com a espingarda em mãos. Segundo a denúncia, o jovem é mais rápido e desarma o pedreiro, que é rendido até a chegada da Polícia Militar. Quando questionado sobre o porquê da confusão, o acusado afirmou que foi por causa de duas garrafas térmicas que as vítimas teriam furtado dele quando eram seus inquilinos.