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Johann Friedrich Theodor Müller, o doutor Fritz Müller, não foi compreendido pela sociedade blumenauense de seu tempo

Capa: Dr. Johann Friedrich Theodor Müller – conhecido Fritz Müller, foi um naturalista, político, desenhista, pesquisador, botânico e professor de matemática e ciências naturais. Foi pioneiro em apoiar a Teoria da Evolução de Charles Darwin, publicada no livro “Für Darwin”, onde também apresenta seus estudos com crustáceos brasileiros e a coerência de seus resultados com a teoria proposta por Darwin.

Encontramos publicado na revista Blumenau em Cadernos de 1965 (Tomo VII – N°1) um texto muito interessante assinado pelo presidente da Província de Santa Catarina – período de 1883 a 1884 – Luiz Francisco da Gama Rosa. Foi publicado também pelos jornais da época, sobre o naturalista e professor alemão Fritz Müller, ao qual Gama Rosa conheceu pessoalmente.

Até então, desconhecíamos que Dr. Fritz Müller residira, com sua família, na Praia de Fora, atual Beira-Mar Norte, em Nossa Senhora do Desterro.

O imigrante alemão – Dr. Fritz Müller

Erfurt – Idade Média.

Johann Friedrich Theodor Müller nasceu na casa paroquial de Windischolzhausen em Erfurt, no dia 31 de março de 1822. Seu avô e bisavô paternos e seu pai, Johnannes Friedrich Müller (*1794 – +1873), foram pastores luteranos. Sua mãe foi Martha Carolina Trommsdorff (*1799 – +1843), também de família de Erfurt.

Ascendência de Johann Friedrich Theodor Müller até o século XVII.

Johann Friedrich Theodor Müller (*1822–+1897) foi o irmão mais velho de seis irmãos:

  • Martha Johanna Charlotte Müller (*1823–+1894);
  • Friedrich Wilhelm August Müller (*1825–+(1904);
  • Christiane Dorothea Rosine Müller (*1827–+1903);
  • Heinrich Ludwig Hermann Müller (*1829–+1883);
  • Auguste Emilie Luise Müller (*1832–+1905);
  • Ludwig Theodor Müller (*1835– + ).

Erfurt é a capital do Estado da Turíngia – Alemanha e não tem nada a ver com a região dos prussianos, como menciona o texto publicado ao final deste artigo. Com seis anos de idade mudou-se, com seus pais para a cidade de Mühlberg.

Elfurt. Google Earth.
Elfurt. Google Earth.
Mapa Elfurt. Fonte: Mapas del Mundo.

Em 1835, com 13 anos, Fritz Müller ingressou no ginásio de Erfurt e residiu com seu avô materno Johannes Bartholomaeus Trommsdorff, renomado farmacêutico e químico da época e que teve grande influência na formação do neto, tornando-o próximo das práticas científicas deste e afastado das práticas de seu pai – religiosas. Quem foi Johannes Bartholomaeus Trommsdorff?

Johannes Bartholomaeus Trommsdorff – avô de Dr. Fritz Müller

Trommsdorff (*1738 – +1782), avô materno de Dr. Fritz Müller, casado com Johanna Elisabetha Martha Hoyer (*1776 – +1836), foi filho do farmacêutico, médico (profissão que Fritz Müller desejou cursar) e professor de Medicina, Wilhelm Bernhard Trommsdorff, começou a estudar química na WH Buchholz em Weimar no ano de 1784 e terminou em 1788. Depois Johannes Bartholomaeus Trommsdorff esteve na Szczecin e Stargard.

Em 1790 entrou no curso de Doutorado e em 1795 tornou-se professor na Escola de Medicina de Erfurt. Na Universidade de Erfurt ministrou palestras sobre Química farmacêutica, mineralogia, História da Química e Química Geral.

É mérito de Trommsdorff a formação moderna dos farmacêuticos, que sempre buscou elevar o nível científico da farmácia prática. Em 1795, ele fundou Pharmaceutische físico – químico – internato para rapazes, o primeiro de uma série e Institutos de farmacêuticos na Alemanha, onde se formaram inúmeros farmacêuticos em física, química e farmácia. Trommsdorff foi o pioneiro na formação acadêmica de farmácia.

Quando teve que se afastar do Instituto, em 1828, por motivos de saúde, havia formado mais de 300 profissionais e publicados alguns livros. O avô materno de Dr. Fritz Müller também contribuiu com aspectos práticos da profissão de farmácia e dentro da indústria Farmacêutica.

Livro de autoria de Johannes Bartholomaeus Trommsdorff – avô de Dr. Fritz Müller.

O avô de Dr. Fritz Müller foi cofundador da Erfurt Farmacêutico Kränzchens, em 1811, quando juntamente com seu amigo Christian Friedrich Bucholz angariou doações para uma instituição de apoio aos “Assistentes farmacêuticos abandonados”. Em 1813 fundou uma fábrica de produtos químicos-farmacêuticos em Teuditz. Em 1822 foi Diretor da Academia de Ciências Erfurt e em 1827, cofundador da Associação Comercial Erfurt e do Gotha Seguro de vida.

Seu avô Trommsdorff, que faleceu em 1837, influenciou Dr. Fritz Müller, o qual mudou seu estudo de farmácia para o estudo de química. Foi aprendiz desde quando tinha 13 anos de idade até quando terminou seus estudos do colegial. Em 1840, com 18 anos de idade foi trabalhar em uma farmácia, na cidade de Naumburg an der Sale. Não apreciava o trabalho de atendente de farmácia.

No ano seguinte, em 1841, entrou na Universidade de Berlin e cursou Matemática e História Natural.

Universidade de Berlin por volta de 1850, com estátua equestre de Frederico, o Grande. Fonte: Wikipédia.
Johnnes Müller nasceu em Koblenz – Foi um privatdozent de fisiologia e anatomia comparativa em Bonn – 1824, professor ordinário em 1830 e em 1833 foi para a Universidade Humbolt de Berlin até partir.

Em 1842, foi duas vezes a Greifswald. Em 1843, conheceu o biólogo Johannes Müller e ficou impressionado com a biologia e há quem diga que nesse momento, decidiu estudar biologia no exterior.

Em 1844, de acordo com sua Dissertação: “De hirudinibus circa Berolinun hucusque observatis” foi graduado Doutor pela Faculdade de Filosofia. Ao contrário de Hermann Blumenau, Johann Friedrich Theodor Müller realmente foi um doutor certificado, mas poucos o chamavam pelo título conquistado e de direito, em sua época contemporânea.

Müller foi aluno dos zoólogos Lichtenstein e Erichson e dos botânicos: Kunth de Berlin e Hornbusch de Greifswald. Em pouco tempo, que terminou esta etapa de estudos, submeteu-se aos exames de professor superior da Prússia. Mas não deu prosseguimento à tentativa. Müller tinha planos de trabalhar na Prússia.

Durante algum tempo, sondou a possibilidade de procurar, naquele Estado, um cargo de professor superior, porém sua conduta ideológica impediu que seguisse com seu plano. Era contrário à prática de prestar juramento, em nome de Deus, como funcionário do Estado da Prússia, com o seguinte teor: “Que Deus esteja do meu lado, em nome de Jesus Cristo”. Pediu ao ministério que o liberassem desse juramento, substituindo-o por um simples aperto de mão, o que lhe foi negado. Pensamento e espírito livre, uma das principais características de sua personalidade.

Sem opções, Dr. Fritz Müller aceitou um cargo de professor domiciliar em Neuvorpommernn – Pomerania Ocidental.

Greifswald.

Em 1845, Dr. Fritz Müller retornou a Erfurt, como professor ginasial das cadeiras de Álgebra e História Natural. Sua tentativa de ser professor na Prússia não dera certo, por diferenças filosóficas, ideológicas e políticas. Nesse mesmo ano, iniciou o curso de Medicina em Greifswald, e não concluiu o curso por conta, também, de ter que fazer o juramento em nome de Deus. Ateu convicto, não concordava com isso.

Tentou mudar as palavras do juramento, mas os responsáveis não concordaram. Preferiu, então, abandonar o curso.

Durante este tempo do curso que não terminou, seus principais colegas de classe foram: seu irmão Heinrich Ludwig Hermann Müller – conhecido como Hermann Müller (*1829 – +1883), os futuros famosos zoólogos Max Schulze e Oskar Schmidt, como também o escritor de Ciências Físicas e Naturais – Anton Karsch e o futuro diretor do Ginásio Real de Berlin, Franz Wenzlaff.

Seu irmão Heinrich Ludwig Hermann Müller, ou Hermann Müller, que estudou com Dr. Fritz Müller em Greifswald e com quem trocava assídua correspondência (que permaneceu na Europa) nasceu em 23 de setembro de 1829, em Mühlberg, Sachsen-Weimar-Eisenach e faleceu em 25 de agosto de 1883 no Tirol, Áustria.

O único irmão que migrou posteriormente para o Brasil com Dr. Fritz Müller, foi seu irmão Friedrich Wilhelm August Müller ou August Müller, como era conhecido. Ele nasceu em 24 de novembro de 1825, em Windischholzhausen, Erfurt, Thüringen – Alemanha e faleceu em 21 de maio de 1904, em Blumenau, Santa Catarina – Brasil. Entre as muitas atividades, August Müller foi professor na comunidade de Salto Weissbach.

Cidade na qual Dr. Fritz e Caroline se casaram.

Dr. Fritz Müller foi filiado ao grupo liderado por Gustav Adolf Wislicenus, em Halle. Este grupo condenava a tutela espiritual feita pela igreja luterana e sua vinculação ao Estado Absolutista. Lembramos que também fizeram parte deste grupo, os iluministas luteranos, católicos e os descontentes com o Estado Absolutista.
Entre 1849 e 1852, portanto, Dr. Fritz Müller trabalhou como professor particular na Pomerânia Ocidental, onde conheceu sua futura esposa Karoline Thöllner (*1826 – +1894). Casaram-se em 27 de abril de 1852, em Mühlberg, Sachsen-Weimar-Eisenach.

Em 19 de maio de 1852, Dr. Fritz Müller, sua esposa Karoline Thöllner, sua filha mais velha Luise e seu irmão Friedrich Wilhelm August Müller, embarcam em Hamburg, com destino ao Brasil, Vale do Itajaí – Colônia Blumenau. Dizem que mudou-se, devido à perseguição política relacionada à Revolução de 1848. Dr. Fritz Müller não voltou a residir na Alemanha.
A família Müller chegou à costa brasileira em 19 de julho de 1852 e na Colônia Blumenau, em 22 de agosto de 1852.

Curioso é que o negociante de lotes da Colônia Blumenau – Hermann Blumenau, vendeu aos dois irmãos Müller, os lotes com valores muito mais altos, pelo menos 10 vezes, do que aqueles vendidos aos demais colonos. Os irmãos Müller adquiriram os primeiros lotes coloniais no Vale do Garcia. Perguntamo-nos se Hermann Blumenau lembrou de que trabalhou para o avô dos irmãos Müller, em Erfurt, e usufruiu do poder econômico sólido da família para aumentar seu ganho.

Portanto, os irmãos Müller foram os primeiros colonos a comprarem lotes coloniais de Hermann Blumenau no Vale do Garcia, seguidos pelas famílias: August Hesse, Friedrich Seiffert, Gaspar Huhn, Johann Gebien, Christian Josinger, Eurico Ehrhardt, Andreas Klinger, Karl Spiess,, Chistian Hahnemann, Eurico Leuthäuser, por ordem de aquisição.

Os Müller pagaram um valor muito mais alto que qualquer outro dos citados, aproximadamente 10 vezes a mais. Hermann Blumenau conhecia muito bem a família Müller, pois fora funcionário do avô materno de Dr. Fritz Müller e do professor August Müller.
Para você entender a história, sugerimos a leitura de Hermann e Fritz.

Argumento embasado em narrativas. Os Müllers foram convidados por Hermann Blumenau para migrar para sua colônia. Do livro – História de Blumenau de José Ferreira da Silva – 2°ed. Blumenau: Fundação Casa Dr. Blumenau – 1988. – 299p
Mapa Colônia Blumenau 1864, com o local marcado dos lotes 1 e 2 vendidos aos irmãos Müller.
Localização aproximada, dos lotes coloniais 1 e 2, pertencentes aos irmãos Müller, os primeiros a serem comercializados por Hermann Blumenau na Colônia Blumenau. Isso foi possível, estudando-se o mapa da Colônia Blumenau – Ano 1865.

Carta de Dr. Fritz Müller à sua irmã Christiane Dorothea Rosine Müller

A carta de Dr. Fritz Müller para sua irmã foi publicada na Revista Blumenau em Cadernos, Tomo XXXVIII, Nº 5, maio 1997.

Colônia Blumenau, Província de Santa Catharina, Brasil, 6.1.1853.

Minha querida Rosine!

Tu, certamente, ficarás alegre em saber que eu estou inteiramente satisfeito com a escolha que fiz do país que me servirá de segunda pátria e que me sinto feliz e alegre com a vida que escolhi.
O começo foi difícil. Sentimos, na própria carne, tudo quanto de mal há por aqui; houve momentos em que sentimos vontade de amaldiçoar o Brasil. Desde a nossa chegada no mato, em fins de agosto, até meados de novembro, só tivemos aborrecimentos e tempo chuvoso; por semanas inteiras não podíamos sair do nosso ranchinho; o mofo e a ferrugem estragavam as roupas e as ferramentas; o que fora semeado apodrecia; o mato derrubado não secava e o tempo das plantações começava a passar sem que pudéssemos preparar o terreno. Teremos que deixar para fevereiro a maior parte das grandes plantações.
Alemães, que estão aqui no país há mais de 20 anos, não tinham ideia de terem passado uma temporada tão má. Nos últimos dias de outubro acresceu, a esse tempo chuvoso, uma enchente tão grande, como há muitos anos não acontecia.
O nosso Garcia subiu além de 20 pés acima do nível normal. Na minha Colônia, que começa a se elevar já da margem do ribeirão, não houve danos maiores. No lote do August, uma grande parte do mato derrubado, que aqui se chama roça, ficou debaixo d’água. Esta, ao baixar, deixou tudo coberto de lama, de sorte que as folhas e galhos não podiam mais ser requeimados e, consequentemente, foi preciso limpar todo o trecho com dispêndio de tempo e trabalho.
Muito pior, porém, sucedeu a outros colonos, que moram para diante dos nossos lotes e que haviam construído os seus ranchos em lugares baixos. Alguns desses ranchos ficaram completamente debaixo d’água, muitos objetos se perderam e, além disso, os caminhos inundados não deram mais passagem e nem se podia descer o ribeirão de canoa, devido à forte correnteza, o que obrigou muita gente a passar fome.
Depois desse tempo chuvoso veio um calor medonho; pelos fins de novembro, muitas vezes o termômetro alcançou 29 graus à sombra. E, em dias tão quentes, nós tínhamos que derrubar mato. Suamos como nunca na vida havíamos suado. Quando, certo dia, eu e S. derrubávamos uma grossa magnólia, o suor corria-nos, como rio pelo corpo abaixo. Esse calor desanimava-nos mais que o tempo chuvoso, e temíamos nem poder mais trabalhar quando chegassem os meses de janeiro e fevereiro, que são muito mais quentes. Felizmente, isso não aconteceu.
O tempo refrescou. Nessa época de calor, tivemos também algumas tempestades que, para muitos de nós, europeus, eram de medonha violência. Relâmpagos sobre relâmpagos, raios sobre raios e um verdadeiro dilúvio de chuva; as palmeiras próximas dobravam-se ao vendaval, como caniços e os galhos quebrados estalavam na mataria.
Além das chuvas e do grande calor, tivemos ainda outra praga que, também no dizer dos antigos moradores, foi coisa que nunca se vira antes, a dos insetos. Quando, após o tempo chuvoso, veio o calor, surgiram verdadeiros enxames de pernilongos, parecidos com os da Alemanha. É só entrar-se no mato e cai sobre a gente uma nuvem negra de insetos. Se se ficar por um momento quieto o rosto, braços, mãos e pernas ficam cobertas de picadas.
Mais de uma vez, eles correram conosco do trabalho para casa. A coitadinha da nossa Anna estava tão cheia de pintas vermelhas, que parecia estar com sarampo. Agora, esses pernilongos começaram a desaparecer.
Em virtude disso tudo houve também uma grande alta no custo dos gêneros de primeira qualidade, como na farinha, que aqui substitui o pão, e na carne seca. Esta última havia muito que estava em falta e
afinal tivemos que nos contentar com uma mercadoria ordinária, mal cheirosa, mais pele e nervos do que carne, por 6 vinténs o quilo. Um saco de batatas – que nem sempre se encontrava – custava 2 mil réis (1 thaler e 20 silbergroschen). O saco de farinha custa agora 11 patacas (2 thaleres e 28 silbergroschen), o saco de feijão 8 a 10 mil réis.
Os perigos que aqui nos ameaçam, de quando em quando, nos fornecem exemplos que nos tornam mais prudentes e cuidadosos.
Um dos nossos colonos, um amável rapaz de 20 anos, geralmente muito estimado, afogou-se a 29 de dezembro, no Itajaí. Com o sogro e dois outros alemães, ele foi de canoa até o morador próximo e, dali, seguiu sozinho para ir buscar uma carta que chegara da Alemanha. Depois de longa e inútil espera pela volta, viram os seus companheiros a canoa que boiava vazia: ele tinha caído e se afogara. Entretanto, fora um dos melhores canoeiros entre os alemães. Uma embarcação, tão leve como as nossas canoas de pouco mais de 2 palmos de boca, vira facilmente e ainda mais facilmente pode-se perder o equilíbrio quando se rema de pé. Por isso, aqui, o nadar é uma arte necessária. Minha mulher terá
ainda que aprendê-la.
Pouco depois fomos surpreendidos por outro acontecimento. Os bugres (como aqui os indígenas são chamados) assaltaram o acampamento do Dr. Blumenau, na Velha, distante de nós nem meia hora. Eles, naturalmente, notaram que, por duas vezes pela manhã, uma canoa, com homens, havia saído (rio abaixo, navegava-se no meio do rio para aproveitar a correnteza), mas não os viram quando regressaram, bem junto à margem. Ao meio dia, também não viram ninguém, estando, justamente, os dois arrendatários do terreno limpando e pondo em ordem as suas espingardas. Pensaram, assim, que a casa estivesse vazia. Quando, por volta das 3 horas o arrendatário Schramm saiu de casa, viu 5 vultos bronzeados, nus, armados de arcos e flechas, que vinham em direção à casa, saindo de uma roça de mandioca dum morro próximo. Um sexto permaneceu mais atrás, neste morro. O arrendatário deu alguns passos em direção a eles e depois depositou a arma no chão e acenou-lhes com um ramo verde, para que eles pudessem chegar pacificamente e sem armas. Pareceu que eles conferenciavam entre si, mas, a uma ordem do cacique, soltaram um medonho brado de guerra e partiram em direção ao arrendatário, batendo com as mãos nas coxas. O outro arrendatário, Toepsel, atraído pelo barulho e pelos chamados de Schramm, deu um tiro para o ar para assustá-los; eles hesitaram um momento, para em seguida continuarem em direção a casa. Schramm e Toepsel entraram em casa e mandaram a mulher do primeiro, com um acompanhante, ao Garcia, não só para deixar a mulher em segurança, como para buscar socorro. Os dois arrendatários esconderam-se em outro rancho próximo. Os bugres aproximaram-se com gritos ameaçadores.
Atiraram flechas, entraram nos quartos e começaram a pilhagem. Juntaram no pátio uns sacos que por ali havia e alguns bugres entraram no quarto do Dr. Blumenau (que estava em viagem, no Desterro) e Schramm ouviu quando eles estavam arrombando o armário. Um bugre, que também se dispunha a entrar no quarto, notou a presença de Schramm na janela do sótão do rancho próximo, mas nesse exato momento recebeu um tiro no lado. Soltando um grande grito, ele jogou fora a sua arma e fugiu; os outros, também abandonando as armas, foram lhe atrás. E ao correrem, davam pulos da esquerda para a direita, e desta para aquela, com medo dos tiros, mas, apesar disso, parece que um foi, ainda, gravemente atingido nas costas. Ainda ouviam-se os seus gritos, vindos de dentro da mata. No outro dia foi encontrado o que recebera o primeiro tiro. Vi a cabeça. Não era feio; ainda que o nariz e os lábios fossem bem grossos, era mais bonito do que muitos caboclos e muito mais ainda do que os negros. Os cabelos pretos e lisos eram rapados no alto da cabeça e aparados ao redor desta. Os olhos eram castanhos e quase não tinha barba. No lábio ele trazia um bodoque, isto é, uma cavilha de pinho. As flechas eram meio mal feitas, de taquara, com ponta de madeira, com 6 ou 10 reentrâncias, em forma de dentes e com algumas penas de jacu na outra extremidade. Entre as 8 flechas encontradas, uma tinha ponta de ferro.
Naturalmente, após o assalto dos bugres, as armas passaram por uma revisão e foram postas à mão, devidamente carregadas e, nos primeiros dias não caía, nem mesmo uma folha de palmeira no mato sem que se ficasse na expectativa de ver surgir um bugre de trás de alguma moita. (Naturalmente, uma folha de palmeira, de 10 pés de comprimento, faz mais barulho ao cair do que uma folha de tília alemã). De noite, os bugres não fazem os seus assaltos e, durante o dia, um homem só com uma arma de fogo não precisava temer número maior de bugres.
Assim, se muitos de nós tivemos que passar por duras provas, nos primeiros tempos e ver nisso o motivo para amaldiçoar esta bela terra, basta uma visita aos alemães estabelecidos rio abaixo, para se ganhar novo ânimo. Se uma família, há 4 anos começou com nada, uma família, naturalmente, bastante disposta ao trabalho, e se essa família, agora, em um só ano, fez açúcar para mais ou menos 1.000 thaleres e, além disso, tem fartura em gado e verduras e quando a gente vê como crescem os cafeeiros e as árvores frutíferas, e se admira as maravilhosas plantações de bananas e laranjas, então a gente tem que se render à evidência e convencer-se de que, com saúde e constante atividade, chega-se a
uma vida satisfeita e alegre e a transformar o caos e troncos e galhos, meio queimados, que agora rodeiam o nosso rancho, num pequeno paraíso.
Tu, naturalmente, te perguntarás a ti mesma como é que se pode, numa casa tão miserável e num trabalho tão desagradável e pesado, sentir-se feliz. Mas, conhecesses tu este pedacinho de terra que agora se pode alcançar com a vista, no seu atual estado, comparado com o que era, a poucos meses atrás, onde eu, em meio ao mato fechado, escolhi um local para construir o rancho e através cerrada capoeira, por caminhos quase intransitáveis ia buscar a água, pudesse tu fazer uma ideia disso aqui, como era e agora é, e ainda dizer-te a ti mesma: “Agradece tudo isso ao teu próprio trabalho! Com as tuas próprias mãos limpastes o chão da casa das árvores que nele cresciam; preparastes os caibros e sarrafos, colhestes as folhas para a cobertura e as ligastes em esteiras; construístes a rampa para chegar à água; derramastes suor ao derrubar esta ou aquela árvore; pudesses tu, minha irmã, à tardinha, contemplar de cima de um tronco caído, as roças, o terreno limpo, um pouco distante da confusão de troncos e ramos; naturalmente tu criarias, também, amor a esta choupana e a este terreno e, com igual disposição tu te porias ao trabalho, como eu o faço.
Eu me sinto tão bem aqui, que até mesmo nos domingos, só mesmo por motivos poderosos o abandono. Esses motivos são, por exemplo, comprar nossas provisões, que teremos que carregar às costas por uma meia hora, pois, infelizmente, o nosso Garcia, em seu nível normal, não é navegável por canoa.
Uma vez eu fiz juntamente com Schramm uma viagem, por água, rio abaixo, para comprar um leitão; adquirimos um pequeno, meio gordo, com mais ou menos 60 libras, por 6 mil réis. Tivemos, naturalmente, que carregá-lo aos ombros, por mais de meia hora, pelo mato. Várias vezes vieram me buscar para visitar doentes, rio abaixo, pois em todo o Itajaí não há um Médico. No ano novo, nós, assim como o August e sua mulher, estivemos no acampamento do Dr. Blumenau, na Velha, onde fomos tomar uma xícara de chocolate.
Devo contar-te, ainda, que eu, uma vez ao fazer derrubada, quase que perdi a vida. Foi a 26 de novembro; nós tínhamos derrubado um pedaço de mato, na propriedade do August, e estávamos ocupados em cortar e juntar os galhos das árvores caídas para que estas, depois de secas, queimassem melhor. Assim estava eu com o machado entre os galhos de uma laranjeira, quando ouvi os gritos de: “Fritz, Fritz!”. Olhei e vi que uma palmiteira que August estava derrubando, na beira do mato, ia caindo mesmo em cima de mim; ela tinha sido desviada, na sua queda, do rumo que August lhe imprimira, por uma planta trepadeira; eu não podia saltar do ponto movediço em que me encontrava e antes que eu me desse conta, o tronco de palmito veio direto à minha cabeça e eu fui atirado ao chão, sangrando. Muita gente já havia sido acidentada por palmitos ao serem derrubados, pois os compridos caules, sem galhos, adquirem na queda medonho impulso. Saí-me bem do acontecido; em pouco voltei ao sentido e depois de ter, à tarde e à noite, colocado compressas frias sobre os ferimentos, a dor quase cessou completamente. Ainda por alguns dias minha cabeça ficou ressentida e, mesmo por bastante tempo depois, ficou sensível ao sol. Nunca se é precavido demais ao derrubar mato, pois, é muito comum o desvio de direção dos troncos na sua queda.

Revista Blumenau em Cadernos, Tomo XXXVIII
N. 5, maio 1997.

Dr. Fritz Müller era autêntico e não escondia sua opção religiosa – ateu convicto – de sua nova comunidade. Tornara-se um homem da ciência, como seu avô Johannes Bartholomaeus Trommsdorff, o foi. Sempre observador, possuía na paisagem natural da novíssima colônia, um universo de pesquisa a desenvolver. Sua postura aberta e franca e suas palavras emitidas aos demais novos residentes da Colônia Blumenau, não deixavam Hermann Blumenau muito à vontade e este sentia um certo desconforto. Criou-se uma situação de constrangimento. Logo que Dr. Fritz Müller e sua família chegaram à sua terra, no Garcia, abriram uma roça e construíram uma casa temporária de palmito.

Uma fotografia publicada no Jornal Blumenauer Zeitung, no final do século XIX, de uma casa provisória construída com palmitos em um terreno recém “limpo”, semelhante àquela construída pelos Müllers no seu lote colonial localizada no Garcia.

Três anos após a chegada dos Müllers à Colônia Blumenau, em 1855, com a propriedade já bem estruturada, Hermann Blumenau, à revelia da vontade de Dr. Fritz Müller, entrou em contato com o Presidente da Província – Nossa Senhora do Desterro – João Coutinho e oportunamente recomenda os irmãos Müller como professores de um novo colégio que o Presidente da Província pretendia abrir. O fundador da Colônia Blumenau temia que o ideário de vanguarda de Dr. Fritz Müller e também, de seu irmão August, influenciasse, de maneira negativa, os demais colonos de sua colônia.
A família Müller hesitou e se negou a mudar-se para a Capital da Província, em um primeiro momento. Hermann Blumenau, habilmente, mostrou as vantagens que teriam, se morassem em Desterro.
Insistiu tanto, que chegou um momento que Dr. Fritz Müller concordou, apesar do apego que já tinha com sua propriedade e região, já com muitas benfeitorias.
A família Müller partiu para Nossa Senhora do Desterro e foi residir na Praia de Fora – atual Beira Mar Norte.

Seu irmão – August Müller permaneceu na Colônia Blumenau. Foi professor, por longo tempo, até sua aposentadoria, na comunidade de Salto Weissbach – atual bairro da cidade de Blumenau.
De 1857 até 1864, data constante do mapa, no qual destacamos seu lote colonial, Dr. Fritz Müller foi professor de Matemática no Colégio Liceo – Desterro. Também lecionou aulas de Ciências Naturais como: Zoologia, Botânica e Química. Para ocupar o cargo de Professor, naturalizou-se brasileiro em 9 de agosto de 1856.

Müller teve 10 filhos. Seu único filho homem faleceu horas após seu nascimento. Restaram nove filhas. São elas:

  • Luise Müller (*1849–+1852);
  • Johanna Friederike Müller (*1852–+1940);
  • Rosa Müller (*1854–+1879);
  • Agnes Müller (*1856–+1933);
  • Thusnelda Muller (*1860–+1937);
  • Müller (*1862–1862) – Seria o único filho homem de Dr. Fritz Müller e sua esposa Karoline Thöllner – não sobrevive;
  • Selma Müller (*1863–+1948);
  • Martha Müller (*1865–+1945);
  • Linda Müller (*1869–+1950);
  • Emma Müller (*1870–+)1953.
Residência e Fábrica dos Irmãos Hering. Em frente, Karoline (Töllner) Müller na boleia da charrete. Nas janelas, Minna e Hermann Hering.
Nossa Senhora do Desterro – época do Professor Dr. Fritz Müller.

Em 1859, João José Coutinho – Presidente da Província, destinou uma quantia em dinheiro, para que Dr. Fritz Müller fosse a Europa adquirir equipamentos para montar um pequeno laboratório de Física e Química. Além deste laboratório, o Colégio também passou a ter um jardim botânico que também foi coordenado pelo professor Müller. Em 1860, João José Coutinho, deixa o cargo, o qual passa a ser ocupado por Araújo Brusque. Como habitualmente acontece, a partir da política nacional, há muito tempo, o novo presidente provincial fecha o laboratório e vende os instrumentos, por estarem ligados a um alemão “luterano” e colono da Colônia Blumenau.
O fechamento do laboratório aconteceu mediante às pressões de lideranças comunitárias locais – comerciantes e políticos radicais católicos – que temiam o grande número de luteranos lecionando no Colégio Liceo, como por exemplo, os senhores: Ricardo Becker, Carlos Parucker, Bukart e, de formação familiar (filho de pastor), o Professor Fritz Müller. Não aceitavam o colégio, mantido pelo governo da Província de Santa Catarina, sob estas condições.

Nossa Senhora do Desterro – atual Florianópolis.

Em 1864, o Colégio Liceo foi fechado por motivos políticos. O professor Fritz Müller e outros dois professores continuaram dando aula em uma sala alugada pelo governo da Província, até o ano de 1867, quando foram oficialmente demitidos. Müller sofreu Bullying – era chamado de “colono” de maneira pejorativa, e também se alegava que não possuía formação para o cargo de professor. Possuía o Doutorado na Alemanha. Nesse período, a realidade brasileira contava com um índice de 82,3% de analfabetismo.

Naturalista Dr. Fritz Müller.

O novo governo da Província de Santa Catarina, não admitia que somente professores alemães lecionassem. Via isto como perigoso à segurança nacional. Como se muitos dos portugueses residentes, também não fossem migrantes, e do país do qual o Brasil se libertou. Tentaram por vias legais reaverem seus postos e mesmo tentaram lecionar no colégio católico Santíssimo Salvador, mantido por jesuítas italianos. Não tiveram êxito. Dr. Müller tinha a família maior. Após muita conversa e ciente de seus direitos trabalhistas, uma vez que era professor por meio de concurso público e com mais de 4 anos de trabalho em sala de aula, ficou acertado nas estâncias oficiais que o professor Fritz Müller ocuparia doravante, o cargo de Naturalista da Província. Tinha então, 45 anos de idade. Foi neste recorte de tempo, que trocou informações científicas e resultados de pesquisas com cientistas do mundo. Em 1864 publicou “Fur Darwin”. Esta publicação lhe deu reconhecimento internacional na área da pesquisa e em 1869, é citado na publicação de Charles Darwin – A Origem das Espécies, trabalho que Dr. Müller contribuiu com argumentos e comprovações a partir de estudo empírico de crustáceos na ilha de Santa Catarina.
Dr. Fritz Müller publicou na Europa, mais de 248 artigos científicos, apresentando a flora e a fauna de Santa Catarina no cenário europeu. Recebeu dois títulos de Doutor Honoris Causa das universidades alemã de Bonn e de Tübingen. Quando retornou para sua propriedade em Blumenau – cidade a qual amava – ainda ocupou cargos de Juiz de Paz e Presidente da Câmara de Vereadores. Tinha o direito, portanto, de ser chamado pelo título de Doutor Fritz Müller, coisa que não aconteceu, enquanto isso, Hermann Blumenau é chamado de “doutor”, embora não o fosse, formalmente.

Museu Fritz Müller – antiga residência de Dr. Müller. Atualmente fechada. Vamos ao local fazer foto atual.

Quando Fritz Müller mudou-se novamente para Blumenau, adquiriu um terreno no Vorstadt e construiu uma casa, onde residiu por todo o resto de sua vida. O local está na paisagem atual da cidade. Foi nesse local que escreveu a maior parte de sua obra. O local é mantido pela Prefeitura Municipal de Blumenau. Em Blumenau – cidade a qual amava – ocupou cargos de Juiz de Paz e Presidente da Câmara de Vereadores. Tinha o direito, portanto, de ser chamado pelo título de Doutor Fritz Müller, coisa que não aconteceu, enquanto isso, Hermann Blumenau é chamado de “doutor”, embora não o fosse, formalmente.
Em 1892, a pedido do Dr. Peter Vogel de Munique, escreveu sua autobiografia, publicada na revista Das Ausland.

Colônia Blumenau.

Curiosidades:

Emil Odebrecht, amigo de Fritz Mueller e, culto como era, amante das ciências naturais, muito auxiliou o sábio na coleta de material científico nas suas excursões pelo interior. Várias espécies de plantas e insetos foram classificadas por Fritz Mueller com o nome de Odebrecht. É este um cidadão que, por todos os títulos, merece ter sua memória cultuada como um dos mais eficientes batalhadores pelo engrandecimento de Blumenau e do Brasil. Blumenau em Cadernos – maio de 1958 – página 135

1882 – dia 14 de maio . Em reunião da “Kulturverein” é eleita a sua nova diretoria: Presidente, Dr. Fritz Mueller; Vice-Júlio Sametzki. Blumenau em Cadernos – maio de 1958 – página 139

Em 30 de maio de 1883. Nesta data Hermann Blumenau já havia retornado para à Alemanha definitivamente.
Colônia Blumenau.

Ao contrário de Hermann Blumenau, fundador de Blumenau que retornou para a Alemanha definitivamente no dia 15 de agosto de 1884. Viveu em Braunschweig – Baixa Saxônia, com a esposa – Bertha Blumenau com quem casara em 1867 – Dr. Fritz Müller escolheu sua Colônia para morar e da qual fora obrigado a se exilar por algumas décadas porque não comungava da mesma religião do fundador.

Blumenau em Cadernos – Agosto de 1958. Em outubro deste mesmo ano, Hermann Blumenau é nomeado agente oficial da Colonização brasileira em Hamburgo. Sempre diplomático e parte de todos os lados.

Cruz e Souza pode ter sido aluno de Dr. Fritz Müller de acordo com a publicação

Dr. Fritz Müller recebeu e continua recebendo inúmeras Homenagens. Sua obra é imensurável, independentemente de sua opção religiosa e do ideário.
Mas, não foi compreendido no seu tempo, na cidade que escolheu morar, Blumenau. Foi humilhado, sofreu Bullyng, descartado, mesmo assim, foi o lugar que escolheu para morar e retornou para ele, mesmo quando foi deliberadamente afastado para não interferir no esquema premeditado, “não encher o s…”. Enquanto isso, um dos principais responsáveis por esse fato, retornou para a Alemanha sem nunca ter cogitado em naturalizar-se brasileiro, o que fez Dr. Johann Friedrich Theodor Müller.
Abaixo dois artigos da Revista Blumenau em Cadernos publicados em 1960. O primeiro, dentre os inúmeros, exemplifica como eram seu tratamento e relações na cidade de Blumenau. O segundo artigo apresenta a surpresa de seu sobrinho ao Heimat de Dr. Fritz Müller, no Brasil, e de como o reconhecimento à obra de Dr. Müller era modesta na cidade e como não existiam espaços dedicados a sua pesquisa.

Em 1890 esteve em Blumenau o pesquisador, professor Alfred Möller (*1860-+1922), filho de um primo, e neto da tia de Dr. Fritz Müller, Eva Maria Dorothea Trommsdorff (casada com Johann Friedrich Möller).

Möller permaneceu em Blumenau por três anos, até 1893. Pesquisou sobre fungos.
Segue um texto publicado na Revista Blumenau em Cadernos e resume sua passagem na cidade Dr. Fritz Müller escolheu para viver.
Segue um texto de sua autoria publicado na Revista Blumenau em Cadernos e resume sua passagem na cidade que Dr. Fritz Müller escolheu para viver.

Alfred Möller nasceu na cidade de Berlin em 12 de agosto de 1860 e faleceu no dia 4 de novembro de 1922, na cidade de Eberswalde. Foi um cientista da Floresta – o que se assemelha á área da pesquisa da Engenharia Florestal.
Estudou na Escola Superior de Silvicultura em Eberswalde e cursou seu doutorado em Münster. Seria o que atualmente é conhecido por Engenheiro florestal. É autor de inúmeros estudos e publicações.
Quando esteve no Brasil no ano de 1890, iniciou seus estudos com fungos tropicais. No ano de 1899, Alfred Möller tornou-se professor da Forest Academy Eberswalde e entre os anos de 1906 a 1921 – assumiu a direção.
Deixou projetos quanto ao estudo das florestas, que na sua época eram a frente de seu tempo, atualmente são práticas dentro da área da ciência. Por exemplo o vencedor do prêmio Nobel, James Lovelock – aparentemente sem conhecer as teses de Möller – desenvolveu suas ideias em escala global com a hipótese de Gaia, confirmado pelas alterações climáticas e estão em dia.

Dr. A. Müller, Aus St. Catharina, Brasilien. Naturwissenschaftliche Wochenschrift. Band IX, 1894. Nos. 37 e 51 e Band X, 1895, no. 22)

Monumento de Dr. Fritz Müller na Praça – O Pensador

Em 20 de maio de 1929 foi inaugurada a Praça Dr. Fritz Müller e nela foi colocado o monumento com estátua de Dr. Fritz Müller – “O Pensador” – esculpida em bronze e granito, obra do escultor francês Albert Freyholfer A iniciativa da homenagem partiu do Ministro Victor Konder. O local da praça esta localizado quase em frente a sua residência, em Blumenau.
Presentes no evento de inauguração estavam, como orador oficial, Edgar Roquette Pinto, Ministro Victor Konder e os familiares de Dr. Fritz Müller.

Monumento Dr. Fritz Müller localizado na Praça Dr. Fritz Müller, Rua São Paulo, Blumenau – Centro. Fonte: IBGE
Praça Dr. Fritz Müller e o monumento do Dr. Fritz Müller, com aspectos urbanísticos diferentes do há no local atualmente.

“Müller recebeu o título de Doutor Honoris pela Universidade de Bonn (1868) e pela Universidade de Tübingen (1874), na Alemanha, e foi Membro Honorário da Entomological Society de Londres (1884). Considerado um revolucionário em política, religião e filosofia, ficou conhecido no Brasil como um estudioso do meio ambiente.” IBGE

Dr. Fritz Müller. Faleceu com somente 75 anos de idade.
Naturalista Dr. Fritz Müller.

Um pouco antes de seu falecimento, doente sob vários aspectos, e de acordo com o texto de Gertrudes Hering Gross que o conheceu, Dr. Fritz Müller queimou no jardim de sua propriedade, os seus livros e manuscritos. Tudo, enfim, que lhe era caro e que, talvez, percebeu, nessa época, não tinha importância para a sociedade na qual viveu.
Um tempo depois, outro grande nome de Blumenau que deixou um importante e considerável legado e, sozinho e isolado, também queimou parte de seu trabalho por se sentir desprezado e pouco reconhecido, maestro Heinz Geyer. Ouvimos o depoimento e registramos em vídeo, Victor Sasse contando sobre, pois presenciou e testemunhou o fato, e acompanhou os últimos momentos do grande maestro, lamentavelmente.

No seu leito de morte, Dr. Fritz Müller contou com o apoio de seu amigo, o advogado Paulo Schwartzer, mesma pessoa que adquiriu a casa de Hermann Wendeburg, avô de Renate Louise Rohkohl, sogro de Johann Otto Rohkohl. Renate doou a casa de sua família à municipalidade de Blumenau, atualmente faz parte parte do Complexo do Museu da Família Colonial – Fundação Cultural de Blumenau, localizada na Rua das Palmeiras. O avô de Renate foi grande amigo de Dr. Fritz Müller, que viveu seus últimos quatro anos de vida, viúvo. Dr. Müller costumava trocar plantas com Schwartzer, que também o auxiliava na coleta de exemplares para suas pesquisas. Foi Paulo Schwartzer quem discursou à beira da sepultura de Dr. Fritz Müller. Quando Fritz Müller, se encontrava há vários dias acamado e muito doente, solicitou que chamassem o amigo e pediu a ele, que proferisse algumas palavras na ocasião de seu sepultamento, pois, fazia questão de que o pastor protestante não estivesse presente e rezasse na sua sepultura.

Dr. Johann Friedrich Theodor Müller faleceu aos 75 anos – em 1897, na cidade que escolhera para morar com sua família – Blumenau. Dr. Johann Friedrich Theodor Müller está sepultado, junto a outros membros de sua família, no Cemitério Luterano do Centro, onde vem recebendo Homenagens, na atualidade.

“Quando se é moço, não se pensa nas aflições dos outros homens. Encara-se as situações como fatos inalteráveis. Somente muito mais tarde, compreendi que o Dr. Fritz Müller levara, aqui, uma existência amargurada, isenta de prazeres.
Possivelmente ele nem se apercebera desta realidade em toda a sua extensão; pois, vivendo mais para o seu ideal, interessava-se mais pelos assuntos intelectuais do que pelos materiais.
(…)

Como acontece a todos os personagens eminentes deste planeta, também o Dr. Fritz Müller teve um fim de vida sombrio. Passou quatro anos como viúvo, na sua casa no bairro da “Vorstadt” (atual Rua Itajaí). Quatro de suas filhas estavam casadas, duas falecidas e a doente levava uma vida triste, internada num isolamento junto ao hospital católico, sob os cuidados desse nosocômio. Um neto, permanecia em companhia do Dr. Müller. Antes de recolher-se, doente e alquebrado, à casa de sua filha mais velha, a viúva Brockes, queimou ele, no jardim de sua propriedade, os seus livros e manuscritos, tudo, enfim, que lhe era caro. Tentou, por assim dizer, apagar o passado. Os seus trabalhos, entretanto, não foram feitos em vão. A sua obra vive. E sobreviverá nos seus frutos.” Gertruds Hering Gross, 1961

Túmulo de Dr. Fritz Müller , no cemitério luterano Centro Blumenau – 2014.

Artigo de Viegas Fernandes da Costa

Artigo publicado na Revista “Blumenau em Cadernos” – Tomo XXXVII – Fevereiro de 1996 – N° 2, nas páginas 53 e 54, sobre a estada do Dr. Fritz Müller em Desterro.

A ida de Fritz Müller ao Liceu Provincial em Desterro

Viegas Fernandes da Costa

No dia 21 do mês de agosto do ano de 1852, chega à sede da Colônia Blumenau o célebre naturalista Dr. Fritz Müller (Johann Friedrich Theodor Müller) e sua família, constituída pela esposa Carolina e a filha Johanna de alguns meses de vida apenas, juntamente com seu irmão Augusto Müller, jardineiro formado no Jardim Botânico de Berlim. A chegada de mais esses colonos (na verdade Fritz Müller não era um simples colono, mas sim, Doutor em Filosofia, médico e famoso naturalista devido aos seus estudos sobre moluscos na Alemanha) causou profunda alegria ao fundador da Colônia, Dr. Hermann Bruno Otto Blumenau. Este já conhecia àquele e sentia-se imensamente honrado em recebê-lo no seio de seu estabelecimento colonial. Tão logo chegados, os dois novos e ilustres habitantes da colônia recém fundada, puseram-se a trabalhar ardorosamente na construção de ranchos de ripa que, por algum tempo, seriam as suas moradas. Já estabelecidos no núcleo do povoado, Dr. Blumenau passou a conhecer um pouco melhor a pessoa do sábio naturalista, e preocupou-se de sobremaneira com a irreligiosidade do mesmo. Era de sua intenção edificar uma colônia profundamente religiosa e a presença do naturalista na sede era prejudicial àquele intento. Porém, ficou Hermann Blumenau um pouco mais tranquilo quando Fritz Müller mudou-se para uma região mais afastada da sede da Colônia (o lote de número 1, de 49,5 hectares na região do Vorstadt), onde a influência sobre os colonos já não seria mais tão intensa. Em carta datada de 1855, Hermann Blumenau escreve ao tio de “Fritz” o senhor Hermann Tromsdorff, que “é uma pena que tão sábio homem fique sepultado nestas matas desertas.”
Sabendo o Dr. Blumenau que o presidente da província catarinense, João José Coutinho, recém havia criado o Liceu Provincial (1856), pediu a este que aceitasse o sábio naturalista como professor do mesmo. Desta maneira atingiria seu objetivo de manter uma profunda religiosidade em sua colônia, e ao mesmo tempo, presentear o naturalista com tamanha honra em reconhecimento ao seu trabalho. Coutinho aceitou a indicação de Blumenau e ofereceu ao sábio a cadeira de matemática.. De princípio, Fritz Müller não quis aceitar a oferta. Afinal, mal havia ele se estabelecido com a família na colônia e já teria que abandonar tudo para se transferir a Desterro. Só depois de muita insistência do Dr. Blumenau, Fritz Müller aceitou ir conversar pessoalmente com o Presidente Coutinho. Por muitos trechos do litoral catarinense, em direção à capital, efetuou sua viagem caminhando. Durante estas caminhadas ia observando a grande quantidade de moluscos e outros seres marinhos que os vagalhões atiravam à praia. Observando esses animais lembrou-se “Fritz” dos estudos que havia desenvolvido sobre moluscos quando ainda estava na Europa. Em conversa com o Presidente Coutinho, “Fritz” acabou aceitando o cargo de lente de matemática e negando o de diretor do novo educandário, que ficou a cargo do jurista Becker. O Liceu começou a funcionar em 1857 com as cadeiras de Frances, Inglês, Latim e Matemática. Com o tempo foram abertas vagas para outras disciplinas e, entre elas, a de Ciências Naturais de acordo com sugestão do próprio naturalista, e que também foi o catedrático de mais essa cadeira. Foi também de “Fritz” a ideia de se criar um Jardim Botânico dentro da chácara do próprio Liceu Provincial: ideia essa imediatamente acatada pelo presidente provincial. Durante onze anos em que viveu e lecionou em Desterro, “Fritz” dividia seu tempo entre aulas no liceu (algumas poucas horas por dia), suas leituras científicas e suas excursões pelo litoral da ilha de Santa Catarina, descalço e vestido como pescador. Nessas excursões pelo litoral catarinense, buscava encontrar moluscos, crustáceos e outros seres marinhos que pudessem investigar (inclusive, falha seria se não dissesse, em 1884, já a serviço do Museu Nacional do Rio de Janeiro ocupando a função de Naturalista Viajante, Fritz Müller encontrou algo extraordinário! Descobriu ele um novo espécime da fauna catarinense: um animal cujo gênero é BALANOGLOSSUS, do filo Chordata: um Enteropneusta. Esse espécime só foi novamente encontrado em 1959 pelo Prof. Wladimir Bessard. O período compreendido entre 1856-1867 foi marcado pela grande quantidade de trabalhos científicos elaborados pó “Fritz” na área da botânica e zoologia, as suas duas grandes paixões. Em 1864 publica o livro “Pró Darwin” na língua alemã, e que é traduzido para o inglês em 1869. Nesse livro Fritz Müller desenvolve estudos sobre os crustáceos e moluscos, seu desenvolvimento e, dessa maneira, procura dar maior subsídios à “Teoria da Origem das Espécies” de Darwin. Tal trabalho lhe trouxe um grande reconhecimento no meio científico mundial e lhe concedeu o direito de ser denominado por Charles Darwin de “o príncipe dos observadores da natureza do Brasil.” Ainda em Desterro, Fritz Müller teve a alegria de ver nascer duas de suas filhas: Thusnelda Müller em 25.10.1860 e Selma Müller em 08.09.1863. Em 1859 José Coutinho deixa a presidência da província catarinense e seus sucessores, sem tanto tino para a importância da educação, fazem com que o Liceu Provincial tenha a sua qualidade deteriorada. Professores são demitidos, instrumentos de laboratórios são vendidos. Tudo isto faz com que Fritz Müller ficasse desgostoso com a situação e, e, 1867, ele volta para a Colônia de Blumenau onde a alguns anos tão efusivamente fora recebido com sua família. Dessa maneira volta a poder tirar os calçados dos pés e caminhar descalço sobre a terra fértil da organizada Blumenau. Dedicou-se então, por algum tempo, a simples vida de colono. O que aconteceu a partir de então já é outra história.

Texto – Luiz Francisco da Gama Rosa – Final do século XIX.

Presidente da Província de Santa Catarina

“Fritz Müller, o grande naturalista darvínico, representa, com o arqueológo Lund, da Lagoa Santa, os dois maiores cientistas habitando permanente e definitivamente o Brasil, numa adopção de Pátria. Conhêcemo-lo em Santa Catarina, quando professor de matemáticas, no Liceu Provincial, de que fomos juvenil aluno durante três anos, de 1862 a 1865.
Fritz Müller viera para o prestigioso, original e feérico Brasil, impelido por paixão cientista, aportando em Santa Catarina, em 1852.
Vagando, porém, um lugar no Liceu Provincial, conquistou a cadeira de matemáticas em concurso para sempre célere.
Era, nessa época, homem de 35 a 40 anos, alto, magro, ágil, a barba inteira, curta, rala, sempre vestido singelamente, com roupa de algodão, tecidas na terra catarinense.
Uma de suas singularidades era realizar os cálculos mais complicados de modo exclusivamente mental…
Como disciplinado aluno prussiano, jamais faltava ao Liceu, à hora exata, e, cumprido rigorosamente o dever oficial, volvia rapidamente à Praia de Fora, onde habitava com a consorte e família, uma numerosa ninhada de crianças louras, por vezes acompanhando-o ao longo da praia, quando, pés descalços e calças arregaçadas até os joelhos, colhia à beira d´água abundante e variados espécimes da fauna marinha que cuidadosamente classificava.
Frequentemente, as excursões dirigiam-se, também, às florestas e montanhas e , aí trabalhava isolados, sem a escolta das crianças louras.
Fritz Müller singularizava-se como naturalista por intensíssima e universal intuição filosófica, como assinalado intérprete das doutrinas de Darwin, com quem ativamente se correspondia, merecendo do Jeovah do naturalismo plena aceitação e glorificantes referências.
Fatos, investigações, descobertas, realizadas por Fritz Müller, à luz dessa ingente teoria, incessantemente corroboram e ampliam a grande doutrina emancipadora da mentalidade humana.
As numerosas e pretantes obras de Fritz Müller, todas versando sobre natureza brasileira, merecem ser colecionadas, traduzidas e vulgarizadas.
Fritz Müller, apesar das aparências abstratas e reservadas, era vivacíssimo espírito, sempre a par não só de progressos científicos, como de todos os sucessos ocorridos no mundo, e muito especialmente no Brasil, acompanhando-os detidamente, em prolongadas leituras de jornais da Alemanha e nas do nosso invencível decano, o “Jornal do Comércio”.
Apenas aposentou-se como lente, fixou residência em Blumenau, onde por dilatados anos, cercado de universal veneração, extinguia-se, como supremo chefe espiritual daqueles nascentes povos teuto-brasileiros.

Um texto que mede a sapiência através do vestir e da aparência!

Darwin e Dr. Fritz Müller.

Em 25 de fevereiro de 2020, uma pessoa, entre seus milhares de descendentes entrou em contato conosco, via correspondência eletrônica e nos escreveu:

Prezada dona Angelina! Recebi ontem de um amigo uma reportagem da senhora sobre a colonização de Blumenau, e gostei muito! Me interessa bastante, pois Fritz Müller foi meu tataravô!!Li também a história da Porcelana Schmidt em Pomerode, também meus parentes! Eu moro há 28 anos na Alemanha!
Ano passado viajei para a cidade de Erfurt, e conheci mais um pouco dos meus antepassados !
Casa onde viveu Fritz Müller em Erfurt/Alemanha antes de emigrar ao Brasil!
Parabéns e continue esse seu trabalho valioso!
Saudações, Ilka

Sua casa ainda permanece na Alemanha,
embora nunca mais tenha retornado ao país.

E como está sua casa em Blumenau?

Sou Angelina Wittmann, Arquiteta e Mestre em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade.
Contatos:
@angewittmann (Instagram)
@AngelWittmann (Twitter)

Leitura Complementar – Clicar sobre:

  1. August Müller e seu Diário – Colônia Blumenau – 2° metade do Século XIX
  2. Fritz e Hermann – Dois Personagens da História de Santa Catarina
  3. Colônia Blumenau – Blumenau – Desde 1846 – Um pouco desta História
  4. Semana dos Museus lembra Fritz Müller
  5. August Müller e Hermann Müller – Irmãos de Fritz Müller
  6. Fritz Müller – Fur Darwin
  7. August Müller e seu Diário – Colônia Blumenau – 2° metade do Século XIX
  8. Você conhece casa da família (de 1880 até 1997) do 1° Diretor da ferrovia EFSC e Cônsul Honorário da Alemanha que foi doada à Blumenau, por Renate Luise Rohkohl – sua filha?

 

Referências

  • Mapas del mundo. Gran mapa de la ciudad de Erfurt y sus alrededores con carreteras y otras marcas. Disponível em: https://www.mapas-del-mundo.net/europa/alemania/erfurt/gran-mapa-de-la-ciudad-de-erfurt-y-sus-alrededores-con-carreteras-y-otras-marcas. Acesso em: 7 de abril de 2024 – 20h16.
  • CASTRO, M. W. de. O Sábio e  Floresta. Rio de Janeiro. Ed Rocco Ltda. 1992. 139p.
  • Häckel, E. Necrológio de Fritz Müller. Blumenauer Zeitung. Ano 16. N° 37. 11 de setembro de 1897. Blumenau. 1897. s.n.
  • NASCIMENTO, Paulo Aramando Morales do. Fritz Müller A chama Austral da Evolução Biológica do Século XIX. Blumenau em Cadernos, tomo XXXVIII – N° 05 – maio de 1997. pg8 .
  • Schlögel, Bráulio Maria. Fritz Müller: Um Homem que quebrou Paradigmas. Blumenau em Cadernos, tomo XXXVIII – N° 05 – maio de 1997. pg 23 .
  • Documentos Originais. Carta de Fritz Müller a sua irmão Rozinha. Blumenau em Cadernos, tomo XXXVIII – N° 05 – maio de 1997. pg 35 .
  • Brasiliana Fotográfica. Imagens de Blumenau: por Bernardo Scheidemantel e em um álbum do início do século XX. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/?p=16234.
  • Brasiliana Fotográfica. Instituto Moreira Salles. Álbum de Blumenau – Rua com casas na margem. Disponível em: https://brasilianafotografica.bn.gov.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/2627.
  • DEEKE, José. Traçado dos primeiros lotes Coloniais da Colônia Blumenau. 1864. In: FUNDAÇÃO CULTURAL DE BLUMENAU. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Colônia Blumenau. Mapas.
  • DEEKE, José. O município de Blumenau e a história de seu desenvolvimento. Blumenau : Nova Letra, 1995. 295 p. il.
  • FERREIRA, Ana Emília Cordeiro Santo; CARVALHO, Carlos Henrique de. Escolarização e Analfabetismo no Brasil: Estudo das mensagens dos Presidentes do Estado de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul (1890-1930). Disponível em: https://sites.pucgoias.edu.br/pos-graduacao/mestrado-doutorado-educacao/wp-content/uploads/sites/61/2018/05/Ana-Em%C3%ADlia-Cordeiro-Souto-Ferreira_-Carlos-Henrique-de-Carvalho.pdf. Acesso em: 9 de abril de 2024 – 21h46.
  • FOUQUET, Carlos. O Ramo Brasileiro da Família do Dr. Fritz Müller: “sábio decifrador da natureza do Brasil. “São Paulo: Tipografia Gutemberg-Becker & Cia. 1947
  • GERLACH, Gilberto Schmidt. Colônia Blumenau no Sul do Brasil / Gilberto Schmidt-Gerlach, Bruno Kilian Kadletz, Marcondes Marchetti, pesquisa; Gilberto Schmidt-Gerlach, organização; tradução Pedro Jungmann. – São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2019. 2 t. (400 p.): il., retrs.
  • IBGE. Biblioteca. Catálogo. Monumento à [Fritz] Müller : Blumenau, SC.Título Secundárias: O Bronze d’O pensador. 1 cartão postal : p&b. Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=446684 . Acesso em: 9 de abril de 2024 – 10h.
  • NOMURA, Hitoshi. Grande Achado científico de Fritz Müller, in. Blumenau em Cadernos. Tomo III, n° 12, dezembro de 1960, pag. 232.
  • Paróquia da Comunidade Lutherana Blumenau –  Centro. “Pioneiros da Colônia Blumenau – Famílias Evangélicas de Confissão Lutherana da Colônia Blumenau – Período: 1856 – 1940″. Arquivo Histórico José Ferreira da Silva. Blumenau 1856-1940
  • SILVA, José Ferreira da. História de Blumenau. 2.ed. – Blumenau: Fundação “Casa Dr. Blumenau”, 1988. – 299 p.
  • SILVA, J. Ferreira da. Fritz Müller, o sábio colono. In Centenário de Blumenau: 1850 – 2 de setembro – 1950. Blumenau: Edição da Comissão de Festejos. 1950. 396-401.
  • SILVA, J. Ferreira da. Fritz Müller e o Presidente Coutinho. In. Blumenau em cadernos. Tomo III, n° 08, junho/julho de 1858, pg. 143-146.
  • SILVA, José Ferreira da. O Doutor Blumenau. 2.ed. – Florianópolis – EDEME, 1995. – 104 p.
  • COSTA, Viegas Fernandes da. A ida de Fritz Müller ao Liceu Provincial em Desterro. Revista Blumenau em Cadernos. Tomo XXXVII – Fevereiro de 1996 – N° 2, nas páginas 53 e 54. Blumenau, 1996.
  • WETTSTEIN, Phil. Brasilien und die Deutsch-brasilieniche Kolonie Blumenau. Leipzig, Verlag von Friedrich Engelmann, 1907.