“Carlos Moisés tem se mostrado menos estridente do que Bolsonaro”
Colunista analisa potenciais focos de polêmicas e atritos nos governos federal, estadual e municipal em 2019
Na política, 2019 será emocionante
Emoção não deve faltar à política em 2019. O controverso governo de Jair Bolsonaro já demonstra sinais de derretimento. Descartando o discurso antipetista, o capitão elegeu-se basicamente com duas pautas: a austeridade fiscal e o discurso anticorrupção. Porém, antes mesmo de assumir, demonstrou que estas podem ser duas fragilidades do novo governo. Bolsonaro prometeu 15 ministérios, assume com 22. O caso Queiroz ainda espera uma explicação convincente.
O “mito” ainda terá que controlar um colegiado de ministros composto por figuras altamente personalistas. Vai desde um juiz “pop star” e militares de alta patente a um político na Casa Civil descrito por seus correligionários como pouco afeito à negociação. E uma pastora ministra que a cada dia faz uma declaração controversa. Soma-se a isso a própria família Bolsonaro, um foco de polêmicas.
Na esfera estadual, Carlos Moisés tem se mostrado menos estridente do que o correligionário eleito presidente. Assim como durante toda a campanha estadual, o governador eleito tem falado pouco com a imprensa. Nomeou um secretariado eminentemente técnico e na maioria deles, com pouca ou nenhuma experiência política. Currículo técnico é importante, porém não é tudo. Para governar, é preciso muita negociação política.
O partido do governador elegeu seis representantes em um total de 40 deputados. Assim, Moisés terá que compor aliança para poder governar. MDB, com nove deputados, e PSD, com cinco, são as duas bancadas mais fortes no Palácio Barriga Verde. Dito de outra forma, terá de ir para o balcão da negociação política viabilizar seu governo.
Outro desafio é que, assim como o governador, os representantes do PSL são todos estreantes na política estadual e terão de negociar com deputados já veteranos.
Na esfera local, os atores políticos passam a atuar com olhos em 2020. O protagonismo dos vereadores independentes garantiu a Marcelo Lanzarin (MDB) a presidência da Casa. O partido é o que tem o maior número de militantes em Blumenau e já teve dois prefeitos. Porém, desde 1996 não ocupa o principal gabinete do terceiro andar da prefeitura.
Outro ator privilegiado é Mario Hildebrandt (PSB). O prefeito recebeu de Napoleão Bernardes (PSDB) uma folgada maioria e terminou o ano perdendo a eleição para a Mesa.
Bruno Cunha (PSB) e Professor Gilson (PSD) também podem surpreender com suas atuações no Legislativo. O DEM de João Paulo Kleinübing e Marcos da Rosa, esquecido na eleição da Casa, também é um ator importante. O Partido dos Trabalhadores que, apesar de ter apenas um vereador, possui uma aguerrida militância.
Na política, em 2019 não teremos tédio. Um feliz Ano Novo pra todos nós.