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“Nestas eleições, muito mais do que salvadores da pátria, precisamos debater um projeto de cidade”

Colunista comenta a situação das eleições municipais em Blumenau

2020: ano de debater a cidade

Nem terminamos as felicitações do ano novo e as boas notícias foram trocadas pelo pavor em torno da crise provocada pelo assassinato do general iraniano Qasem Soleimani pelos Estados Unidos. Para nós brasileiros a crise em torno do episódio ampliou-se por conta do comportamento controverso da nossa diplomacia, que, a despeito da tradição mediadora do Itamarati, tomou posição no conflito.

Com a abundância de notícias e facilidade de compartilhamentos, já tinha especialista de rede social decretando a Terceira Guerra Mundial. Características da sociedade globalizada e digital. A sociedade contemporânea é assim, temas globais e locais confundem-se, e às vezes são parte da mesma agenda.

Passado o alvoroço provocado por Donald Trump e curada a ressaca de férias, é preciso retomar a vida em 2020. Ano de eleições municipais. Assim, neste ano nossa relação com a cidade e com temas locais ganham relevância ainda maior.

Desde 2019 a crônica política local já é influenciada pelo certame municipal. Alfinetadas, trocas de farpas, notícias de alianças, declarações de amor que são relativizadas em seguida, candidaturas balões, gente se dizendo a nova política e etc. Neste ano não faltará tema na política local.

Muito mais do que nomes ou salvadores da pátria, precisamos debater um projeto de cidade. Uma cidade que seja humana, solidária e que esteja preparada para ser palco deste mundo globalizado e tecnológico. Assim, diante deste desafio, não temos mais espaços para aventuras ou bravatas populistas.

Tomemos a eleição de 2018 como exemplo. Algumas lideranças empresariais e associações de classe fizeram uma campanha aberta contra a política local. Escolheram temas, e sem debate interno, promoveram uma verdadeira cruzada redentora.

O resultado foi que mesmo tendo um deputado estadual nativo da região como o mais votado do estado, nossa representação política é a menor da história. Que 2020 sejamos sóbrios, não para escolhermos mitos, mas para debater uma cidade real.