Jovem que matou duas pessoas em ponto de ônibus em Blumenau vai a júri popular
O crime aconteceu em 2014. O motorista, na época com 23 anos, não tinha habilitação e estava fugindo da polícia
Paulo César Vieira vai a júri popular nesta terça-feira, no fórum de Blumenau, pelo crime de homicídio. Em 2014, enquanto fugia da polícia, ele atropelou e matou duas pessoas que estavam em um ponto de ônibus no bairro Água Verde.
O acidente aconteceu por volta das 4h30. Paulo dirigia um automóvel Tipo, com placas de Penha. Ele começou a ser seguido pela Polícia Militar após fazer manobras arriscadas nas proximidades do Parque Vila Germânica.
Segundo a Guarda de Trânsito, o motorista fugiu em alta velocidade, perdeu o controle do veículo e se chocou contra o ponto de ônibus na rua Frei Estanislau Schaette. Fernanda Fagundes, de 25 anos e Jacir Ribeiro, de 47, aguardavam o transporte coletivo e morreram na hora.
Paulo não era habilitado e estava com o licenciamento do carro vencido. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro. Foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau, onde permaneceu até o fim do ano passado. Segundo o Ministério Público, ele foi liberado por excesso de prazo para o julgamento.
As vítimas
Fernanda era funcionária de uma indústria têxtil. Jacir trabalhava na Companhia Urbanizadora de Blumenau. Os dois estavam esperando o transporte coletivo para irem ao trabalho.
“Não foi um crime de trânsito. Foi assassinato! A minha irmã tinha apenas 25 anos, tinha toda uma vida pela frente. Nós queremos que ele pague pelo que ele fez!”, declara Fabia Tereza Fagundes, irmã da Fernanda.
Com o impacto da batida, Fernanda foi arremessada contra o muro e Jacir ficou embaixo da estrutura do ponto de ônibus. A esposa dele escutou o barulho do acidente e foi até o local. Preocupada, ela começou a ligar para o marido e o celular dele tocou embaixo dos escombros.
“Nós estamos pedindo que ele seja enquadrado por homicídio doloso. O que ele cometeu foi uma brutalidade. Ele estava em alta velocidade, na contramão e ainda visivelmente embriagado”, afirma o promotor do caso, Odair Tramontin.
O advogado de defesa, Ronaldo Ferreira, diz que não há provas de que Paulo estaria embriagado. Segundo Ferreira, isso sustenta a tese de que foi homicídio culposo