Julgamento de Evanio Prestini: o que disseram as vítimas sobreviventes do Caso Jaguar

Antes do início do julgamento, uma jurada precisou ser substituída, pois passou por uma cirurgia. Portanto, foi sorteado novo jurado neste momento. Ao todo, são 7 juradas mulheres. Os nomes e fotos dos jurados não podem ser divulgados. Cerca de cinco testemunhas também foram dispensadas, antes do início do julgamento.

O julgamento, que deveria iniciar as 9h, iniciou apenas às 9h50.

O que dizem as vítimas sobreviventes

A primeira vítima ouvida e que teve que responder perguntas foi Tainara Schwartz, uma das sobreviventes do acidente. Ela era a motorista e proprietária do Pálio. Durante as perguntas, ela se emocionou e chorou, relatando o dia do acidente.

“Íamos rindo e conversando durante o trajeto. Foi muito instantâneo. Eu saí do carro. Fui ver se a Suelen estava bem. Vi que ela não tinha mais batimentos cardíacos. Eu entrei em depressão. Faço tratamento psicológico. Eu me lembro delas todos os dias. É uma dor que nunca vai passar. Não quero vingança. Só quero justiça”, afirma Tainara. O relato emocionou os presentes no local.

A primeira pergunta feita pelo promotor Ricardo Paladino foi se Evanio Prestini ajudou, buscou auxiliar ou pediu desculpas no momento do acidente, e Tainara afirmou que não.  Ele pergunta se todas as pessoas estavam acordadas, e ela afirmou que sim.

O promotor também pergunta se as demais vítimas beberam, e ela afirmou que não lembra. Na época, Tainara, a motorista, teve exame de alcoolemia negativado no momento do acidente.

Os advogados de defesa também fizeram perguntas. Roberto Brzezinski Neto perguntou se Tainara, abriu processo de indenização contra Evanio. Após recusa de responder, a juíza pediu que ela respondesse, e Tainara afirmou que sim. Após mais um momento, ela foi dispensada.

A próxima vítima a ser ouvida foi Thayná Cirico. Durante seu relato, houve uma pequena discussão entre a defesa e o promotor. O Advogado de defesa, Roberto se exaltou com suposta “olhada atravessada” do promotor em sua direção. Ele começou dizendo “o senhor quer arrumar confusão já? O senhor quer arrumar confusão já?”. A juíza precisou conter as partes.

Durante o relato, a jovem afirmou que não se lembra de nada do trajeto de volta. Apenas depois quando acordou em hospital. Ela lembra quando seus familiares chegaram ao hospital e ficaram aliviados de vê-la viva.

O promotor Ricardo Paladino fez uma pergunta relacionada a “Quem dirigia, não bebia?”, e Thayná afirmou que sim, que esse era o combinado.

“Eu não consigo sentir leveza nas coisas que eu faço.  Não consigo sorrir, me divertir, falar com as pessoas. É como se tivesse uma coisa errada que eu não consigo ir em frente. Tenho muita ansiedade, não segui em frente com a faculdade. Minha vida nunca mais foi a mesma”, afirmou Thayná.

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Após mais algumas perguntas da defesa e da juíza, Thayná também foi dispensada.

A terceira vítima a ser ouvida foi Maria Eduarda Kraemer. Ela foi ouvida por videoconferência. O relato iniciou com o promotor Augusto.

Durante as respostas, Maria também confirmou sobre o combinado de que Tainara não bebesse álcool. Ela também afirmou ter poucas recordações do momento da colisão, e que só lembra que acordou no hospital.

Ainda conforme relato, ela acordava e desmaiava. Apenas 24 horas depois, depois de passar por uma cirurgia, ela passou a ficar consciente. Por conta do acidente, ela teve quatro fraturas na bacia, rompimento na bexiga, fratura do nariz e precisou fazer uma cirurgia no abdômen.

Maria teve sequelas, como não poder fazer caminhadas longas, não poder ficar sentada ou em pé muito tempo, além de transtornos pós-traumático e de ansiedade.

“Eu não me lembro, foi muito rápido. O trauma afetou meu psicológico. Foi bem difícil”, contou Maria. Ela ainda respondeu uma pergunta afirmando que tem muita dificuldade para voltar ao mercado de trabalho, por estar com psicológico abalado.

Uma nova testemunha também foi ouvida. O julgamento segue durante o dia.