Justiça dá prazo para comissão eleitoral do DCE da Furb contar todos os votos da eleição
Os 545 votos de três urnas que haviam sido impugnadas podem mudar o resultado da votação para presidente do diretório
Colaborou Julia Schaefer
A confusão nas eleições do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Furb deve ganhar novos capítulos ainda neste mês. A Justiça determinou na semana passada a contagem e apuração dos votos das três urnas que foram impugnadas pela Comissão Eleitoral do DCE em novembro.
O pedido já havia sido feito em dezembro, mas como a decisão judicial não especificava prazo e multa, um novo documento foi emitido. De acordo com a decisão, do dia 10 de janeiro, os votos deverão ser recontados e a chapa vencedora no voto empossada na sequência. Se a exigência não for cumprida, a comissão pode ser multada em R$ 5 mil.
Com o recesso do Judiciário, a intimação deve sair no Diário Oficial do Tribunal de Justiça a partir do dia 20. Depois disso, a apuração tem que ser feita em até cinco dias. Lucas Schlogl, da Comissão Eleitoral, comenta que a decisão do ano passado não criou a sensação de urgência que a nova estabelece:
“Oficialmente, não fomos intimados da nova decisão. A Furb está fechada, então não tem como contar nesse período. Após a intimação, a gente vai marcar uma reunião e vai contar os votos”, afirmou.
Como há 545 votos em aberto, o resultado da eleição pode ser modificado. Haviam sido impugnadas as urnas que guardam os votos dos cursos de Direito, Administração, Nutrição, Psicologia, Ciências Biológicas, Química, Sistemas da Informação, Matemática e Ciência da Computação.
Chapas na expectativa
O presidente da Chapa 2 – DCE Para Todos, Jonatan Borges, está otimista com a nova apuração. Num primeiro momento, a chapa venceu a eleição por 511 votos a 442. Para Jonatan, os “pequenos erros” que ocorreram durante a votação não deveriam anular as dezenas de votos da comunidade acadêmica:
“O que queríamos era a contagem de todos os votos, por isso pedimos para abrir todas as urnas”, enfatiza.
Letícia Rocha, vice-presidente da Chapa 1 – Pra Fazer a Diferença, indigna-se por afirmar que a sua chapa seguiu todas as regras do edital com as normas da Furb. Ela afirma que os dois lados foram prejudicados pela impugnação das urnas.
“Nós da Chapa 1 nos sentimos lesados porque não foi somente a Chapa 2 que sofreu por essa decisão (impugnação das urnas). As urnas do meu curso e do presidente da nossa chapa também foram impugnadas”, argumenta.
A vice-presidente diz que a Chapa 1 ainda estuda que posicionamento adotará após a decisão judicial, e que seguirá tentando esclarecer os fatos. Letícia também diz que todo o processo está prejudicando os alunos da Furb.
“Queremos estar dentro do DCE para buscar as melhores alternativas para o acadêmico, pois as aulas já estão aí e nós precisamos pensar em como será o ano. E uma eleição não pode acabar com esse planejamento”, conta.
Entenda o caso
Nas eleições realizadas no dia 23 de novembro, a Chapa 2 – DCE para todos, do presidente Jonatan Borges, venceu o pleito com 511 votos. A Chapa 1 – Pra fazer a diferença, do candidato Giullio Fernando, ficou com 442 votos.
Porém, após a divulgação do resultado do pleito, vários recursos foram acionados contra a vitória da Chapa 2. Os aceitos foram por condutas contra o edital, como campanha fora do prazo estabelecido e em locais vetados, entrada de militantes da Chapa 2 dentro de espaço não permitido por edital e suspeita de irregularidade de fiscais e/ou mesários na eleição.
No início de dezembro, a Comissão Eleitoral do DCE decidiu eliminar a Chapa 2 da disputa e dar a vitória à Chapa 1. Com a decisão judicial, a chapa vencedora será aquela que obtiver a maior votação, incluindo os votos das três urnas impugnadas.