Justiça revoga prisão do marido da acusada de matar grávida em Canelinha

Segundo MP-SC, as novas provas deixam claro que a mulher enganou o marido o tempo todo

O Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) pediu no final da tarde desta quarta-feira, 7, a revogação da prisão preventiva de Zulmar Schiestl. Ele é o marido de Rozalba Maria Grime, mulher acusada de ter matado Flávia Godinho, grávida em Canelinha. A Justiça concedeu o pedido ainda nesta quarta.

O requerimento ocorreu após análise dos áudios e as trocas de mensagens que foram extraídas de celular apreendidos e periciados pelo IGP. As novas provas foram analisadas esta semana tanto pelos Promotores de Justiça quanto pelos policiais civis que atuam no caso.

Arquivo pessoal

Para a Promotora de Justiça Mirela Dutra Alberton e o Promotor de Justiça Alexandre Carrinho Muniz, as novas provas deixam claro que a mulher enganou o marido o tempo todo.

De acordo com a investigação, ela se aproveitava da circunstância do marido trabalhar em outra cidade e assim conseguia manipular a situação. O marido acreditava piamente na falsa gravidez da mulher. Quanto ao dia do crime, a mulher também deu falsas informações ao marido.

“Estamos perseguindo a justiça. A tarefa do Ministério Público no processo penal é descobrir a verdade, não é a de ceder a qualquer pressão, seja econômica, política e tampouco social. O que o Ministério Público faz é atuar nos casos da maneira mais justa possível, evitando-se que pessoas que não têm relação com o crime possam ser liberadas. Aliás, essa é a razão maior de existir o Ministério Público como titular da ação penal”, explicam os Promotores de Justiça que atuam no caso.

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Marido foi preso em flagrante

Zulmar foi preso em flagrante com a Rozalba assim que o crime foi descoberto. O flagrante logo foi convertido em prisão preventiva para que as provas do homicídio não fossem destruídas.

A mulher havia levado para casa as roupas da vítima, que agora se sabe que o marido acreditava serem de uma amiga da esposa.

Caso nenhum outro elemento surgir no decorrer do processo, o homem também deve ser excluído da denúncia apresentada pelo MP-SC pela possível prática dos crimes de feminicídio, tentativa de homicídio, parto suposto, subtração de incapaz e ocultação de cadáver.

Na ação penal, que já foi recebida pelo Judiciário, o MP-SC requer que os denunciados sejam submetidos ao julgamento do Tribunal do Júri da comarca de Tijucas.

Vítima estava na 36ª semana de gestação /Arquivo Pessoal

Relembre o caso

Segundo as provas produzidas em inquérito policial, no dia 27 de agosto Rozalba teria levado Flávia para um local afastado. Supostamente, seria para participar de um chá de bebê surpresa.

Lá, ela a golpeou com um tijolo e provocou seu desmaio. Na ocasião, a vítima estava grávida, e a investigada teria usado um estilete para realizar, de forma precária, o parto. A hemorragia do ferimento causou a morte da vítima.

Arquivo pessoal

Em seguida, Rozalba teria se encontrado com o companheiro e ido até o Hospital de Canelinha. Lá informou que o filho da vítima era seu e que fizera o parto em via pública. Ela solicitou ajuda no pós-parto.

A equipe do hospital percebeu que as informações eram controversas e acionou a Polícia Militar, que constatou o crime.


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