Kleinübing, Décio e Napoleão põem a representatividade de Blumenau à prova
Ex-prefeitos disputam vagas nas chapas majoritárias das eleições, que serão definidas nos próximos dias
Em 30 dias os catarinenses conhecerão os candidatos aos principais cargos políticos do estado em outubro, e três ex-prefeitos de Blumenau lutam por um lugar ao sol. João Paulo Kleinübing (DEM) e Décio Lima (PT) são pré-candidatos ao governo estadual. Napoleão Bernardes (PSDB) disputa dentro do seu partido a indicação para uma cadeira no Senado.
Entre a intenção deles de concorrer e a presença na urna eletrônica, entretanto, há uma distância considerável: as negociações das alianças partidárias. Ao fim delas, Blumenau tanto poderá contar com três políticos na disputa quanto nenhum – quadro que repetiria as últimas três eleições catarinenses.
A última vez que alguém com título de eleitor blumenauense disputou a eleição na chamada “chapa majoritária” foi em 2002, com o advogado Luiz Carlos Nemetz, à época candidato a vice-governador pelo PT, ao lado de José Fritsch.
Vilson Kleinübing foi o último a concorrer a governador. Venceu as eleições de 1990 pelo antigo PFL (hoje DEM).
As convenções dos partidos, que selarão as decisões, começam nesta semana. Porém, o prazo para registro das candidaturas termina somente em 15 de agosto.
Veja a situação de cada um dos ex-prefeitos blumenauenses na composição das coligações:
Décio Lima (PT)
O ex-prefeito tem o desafio de liderar o PT numa eleição em que os adversários procurarão relacionar o partido aos recentes escândalos de corrupção nacionais. Décio lançou-se pré-candidato ao governo estadual, mas ao mesmo tempo ajudou a estimular a filiação do ex-desembargador Lédio Rosa à legenda.
Assim, o atual deputado federal também pode surgir como um dos nomes ao Senado, apostando no eleitorado cativo da esquerda para manter-se em Brasília. Uma opção mais conservadora seria concorrer à reeleição para a Câmara dos Deputados.
Como não há disputa interna pela candidatura, a posição de Décio vai depender mais da disposição dele em assumir riscos políticos.
Napoleão Bernardes (PSDB)
Napoleão renunciou ao mandato de prefeito para concorrer à majoritária. Porém, seu futuro depende do caminho que o PSDB escolher. O senador Paulo Bauer é pré-candidato ao governo, deixando a Napoleão a possibilidade do Senado. Se os tucanos fecharem alianças com outros partidos (o MDB de Mauro Mariani, por exemplo), pode faltar espaço para o blumenauense na chapa.
Na hipótese de uma chapa puramente tucana, sem alianças, Napoleão poderia até surgir como candidato ao governo, com Paulo Bauer disputando a reeleição ao Senado.
O ex-prefeito tem como trunfo o apoio do atual senador Dalírio Beber, que abriu mão da candidatura à reeleição (ele assumiu após a morte de Luiz Henrique da Silveira).
João Paulo Kleinübing (DEM)
Descontente com os rumos do PSD, Kleinübing filiou-se ao DEM em abril e lançou pré-candidatura ao governo. Próximo ao ex-governador Esperidião Amin (PP), ele vem participando das negociações para a formação de uma chapa que inclua ambos.
Nesta semana, recusou ser candidato a vice-governador de Gelson Merísio (PSD), o que aumentou a incerteza em torno da composições das coligações. Uma outra possibilidade aventada é a aproximação de Kleinübing e Amin com Paulo Bauer e os tucanos. Neste caso, o maior prejudicado pode ser Napoleão, que teria reduzidas as chances de disputar o Senado.
Coringa da eleição, Kleinübing pode surgir como candidato a vice-governador, senador ou até mesmo governador. A hipótese de disputar a reeleição para deputado federal é menos provável, visto que a pré-candidatura de Marcos da Rosa (DEM), presidente da Câmara de Vereadores, já está na rua.