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Laudas Iniciais: saiba como foi o primeiro homicídio que se tem registro em Blumenau

Documento fez parte de exposição realizada por OAB-SC, Consulado da Áustria e Fundação Cultural

Um oficial húngaro foi a primeira pessoa assassinada em Blumenau de que se há registro. O relato deste crime foi apenas uma das diversas peças apresentadas na Exposição de Laudas Iniciais, realizada na noite desta terça-feira, 6. O Shopping Neumarkt foi o palco a receber as importantes reproduções de documentos jurídicos oficiais dos últimos séculos, muitos deles históricos e escritos a próprio punho.

A exposição deu início às comemorações do Mês dos Advogados. No próximo dia 11 é celebrado o o Dia do Advogado, portanto a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SC), Subseção de Blumenau, organizou uma série de eventos que homenageiam e preparam os profissionais da área.

Nesta exposição, além da participação da OAB-SC, houve também suporte e curadoria por parte do Consulado da Áustria em Blumenau, de onde surgiu a iniciativa da exibição das laudas iniciais, conforme explica o Cônsul Honorário, Mauro Kistner. “É a exposição dos primeiros documentos jurídicos da cidade de Blumenau. O primeiro livro caixa da cidade, assinado pelo Doutor Hermann Blumenau, peças de litígios antigos, brigas, confusões, os primeiros crimes, enfim, é uma exposição dos primeiros temas judiciais que mostravam a personalidade dos nossos colonizadores”.

Cristóvão Vieira

Durante a exposição foi possível conferir, também, o primeiro contrato social da Companhia Hering, conteúdos que foram resgatados por Kistner. “Realizei o processo de resgaste e de procura, no qual contei com grande colaboração da Fundação Cultural de Blumenau. Eles têm ainda saldo do que restou de documentos antigos após o incêndio que ocorreu e 1958 no Arquivo Histórico”.

A professora Sueli Petry, a coordenadora da Comissão de Cultura Andrea Reichow e o presidente da fundação Rodrigo Ramos também colaboraram diretamente com o projeto. Para Kistner, um dos principais nomes do passado foi o primeiro escrivão de anotações jurídicas da cidade. “A gênese desta exposição nasce a partir de uma figura chamada Theodor Klein, que veio no porão do Vapor Blumenau. Ele foi nomeado como o primeiro escrivão e realizou o primeiro fato jurídico de que se tem história na cidade: um furto de moedas”.

Assinatura do ex-presidente Juscelino Kubitscheck na fundação da Justiça do Trabalho de Blumenau. Foto: Cristóvão Vieira

Presidente da OAB-SC, Subseção de Blumenau, Maria Teresinha Erbs aprovou a exposição, e aproveitou para explicar mais sobre a sequência de eventos que marcam o Mês dos Advogados. “Todas as comissões se uniram para realizar a organização. Teremos ainda uma série de reuniões temáticas, o jantar dançante Noite do Rubi, workshops e, também, um evento em Pomerode, uma vez que o município também faz parte da Subseção de Blumenau. Portanto, teremos comemorações, mas também uma agenda de formações e preparações profissionais”.

Sobre a exposição, Maria Teresinha afirma que, apesar das formas rústicas dos antigos documentos, há muito de semelhante com o que é praticado até os dias de hoje. “Houve mudanças legislativas, mas as peças seguem ritos bastante parecidos, e é isso que é interessante e surpreendente de se notar”.

O primeiro homicídio registrado em Blumenau

O relato é do próprio doutor Hermann Blumenau, e data de maio de 1864. O doutor Miguel Klempa era um húngaro que veio para Blumenau poucos meses antes, junto com colegas revolucionários, fugidos da ditadura militar daquele país.

O assassinato de Klempa foi com requintes de crueldade, conforme afirma o doutor Blumenau. “O infeliz foi provavelmente assassinado no sono, o corpo despedaçado e deitado no rio, onde, com muitos esforços, finalmente, se encontraram a cabeça e outras partes”.

Conforme detalha o documento, primeiro foi encontrada uma mão nas águas do rio Itajaí-Açu, corredeiras do Salto Weissbach, em seguida a cabeça e as pernas, também separadas do corpo.

Foto: Cristóvão Vieira