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Laudo aponta que detenção onde morador do Vale do Itajaí morreu nos EUA apresentava condições ruins

Inspeção surpresa foi realizada em fevereiro deste ano

O morador de Camboriú, Kesley Vial, de 23 anos, morreu sob custódia da agência de imigração dos Estados Unidos na quarta-feira, 24. Ele estava há quatro meses preso no centro de detenção para imigrantes.

Na tarde desta segunda-feira, 29, o portal G1 trouxe informações de um relatório da Agência de Inspeção Geral, que pertence ao Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Nele estava escrito que, em visita surpresa feita em fevereiro deste ano, o local onde Kesley estava detido estava em más condições.

Com a identificação das condições e dos problemas vistos, o relatório fez uma recomendação de que todos os detidos tinham que ser realocados. Além disso, até a resolução das situações apresentadas, nenhum preso deveria ser encaminhado para lá.

Críticas

Com o objetivo de verificar as condições da prisão e ver se o local estava correto com as leis praticadas no país, a visita foi realizada entre os dias 1 e 3 de fevereiro. No documento, é possível ter a informação de que existiam apenas 133 funcionários no local, que deveria ter 245. Os dados significam que os funcionários precisavam realizar horas extras para cobrir a falta de outros colaboradores.

Mofos e vazamentos também foram identificados na inspeção. Os vazamentos, segundo o relatório, representavam um risco para os presos, que poderiam escorregar ou cair nas instalações. Já o mofo seria um risco para a saúde respiratória.

Das 157 celas visitadas em oito prédios, mais de 80 apresentavam problemas de encanamento. Foram identificadas privadas entupidas, que jorravam água ou que não funcionavam. Em relação ao frio, não havia torneiras de água quente.

DHS OIG/Reprodução

Também foram encontrados problemas no quesito de monitoramento dos presos. Separadas por paredes e janelas, as salas de controle apresentavam baixa visibilidade, além da falta de colaboradores. Muitos pontos cegos foram identificados na estrutura.

DHS OIG/Reprodução

As informações citadas são do portal G1.

Caso

Kesley foi encontrado desacordado e foi transferido para o Hospital da Universidade do Novo México, onde faceleu.

A agência de imigração se pronunciou sobre o caso. Segundo informações, ele foi preso no dia 22 de abril enquanto atravessava a fronteira do México para os Estados Unidos de forma ilegal. O objetivo da travessia era reencontrar a mãe, já que fazia 20 anos que ele não a via. Após a detenção primária, Kesley foi levado para uma prisão no Novo México.

O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) disse em nota ao G1, que já existem contatos com as autoridades locais e que as circunstâncias do falecimento de Kesley serão apuradas.

Vaquinha

Segundo familiares, o jovem não via a mãe há quase 20 anos e morava com a avó. Ela viajou para o país em busca de uma vida melhor e agora precisa de ajuda para levar o corpo de Kesley até onde os dois se reencontrariam, em Danbury, no Connecticut.

Para arrecadar a quantia de 28 mil dólares, amigos e familiares de Kesley criaram uma vaquinha online. O valor será revertido para realizar o translado do corpo. Até o momento, foram arrecadados 18 mil dólares.

Reprodução

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