As lombadas e o efeito estufa

Um amigo, engenheiro mecânico Antônio Padilha, calcula que, cada vez que um carro acelera depois de passar sobre uma lombada asfáltica mal desenhada, uma média de 1,6 mililitros de combustível são gastos a mais, dependendo do modelo, para repor o veículo na velocidade normal da via pública.

Lombadas mal desenhadas são aquelas lombadas bruscas, nada suaves, que obrigam os veículos – carros, ônibus, caminhões e outros, a passar sobre elas quase parando, entre 10 e 15 km/hora, num trecho viário cujo limite é de 40, 50, 60 ou mais km/hora. Podemos chamar essas lombadas de lombadas “burras” e parece que são maioria nas nossas vias públicas.

A frota brasileira soma, entre automóveis, furgões, caminhões e ônibus, 130 milhões de veículos, além de 22 milhões de motos. O cálculo não é simples, mas, certamente, no Brasil, mais de 3 milhões de litros de combustível são queimados diariamente somente por conta das lombadas de asfalto, principalmente as do tipo “burras”.

No mundo todo, também em números cabalísticos, são mais de 30 milhões de litros queimados à toa por dia.

Lombadas asfálticas são destinadas a proteger vidas a curto prazo. Porém, se forem do tipo “burras”, impactam demais o meio ambiente, como explicado acima. Mas, se elas salvam vidas, como resolver a situação?

Em primeiro lugar, uma lombada asfáltica não precisa ser “burra”, como tantas que temos por aí. Elas penalizam todos, os maus e os bons motoristas e isso não é razoável nem justo. Cabresto, freio e rédeas curtas só se usam em cavalos chucros. Os cavalos já “civilizados” não os necessitam. Portanto, com as lombadas, todos são nivelados por baixo, no nível dos maus motoristas.

Em segundo lugar, existe a fiscalização que deve ser rigorosa, para pôr fim à sensação de impunidade que ainda grassa nas nossas rodovias. Quem respeita as normas de velocidade jamais vai se preocupar com “pardais” escondidos, guardas com “secadores de cabelo” atrás de uma moita, que só vão penalizar os maus e não os bons motoristas.

Quanto maior a sensação de que podemos ser flagrados a qualquer momento dirigindo fora da lei, mais rapidamente criaremos a cultura do respeito às leis de trânsito e maior será o número de motoristas que dirigirão na velocidade correta, sem necessidade de tanta lombada.

Em terceiro lugar, existe a opção do desenho inteligente, como em Jaraguá do Sul ou Balneário Camboriú, por exemplo. Nessas duas cidades a maioria das lombadas e passagens elevadas de pedestres são do tipo “inteligente”, têm um perfil que permite aos veículos passarem na velocidade determinada na rua, sem necessidade de frear e queimar combustível à toa para retomar a velocidade logo em seguida. Já entre Gaspar e Blumenau, na rodovia Jorge Lacerda, as lombadas são as mais grotescas possíveis.

No interior de Apiúna, caminho para Vargem grande, idem, onde os veículos quase param para depois acelerar, torrando combustível. Exemplos de lombadas “burras”.

Lombadas “inteligentes”, seriam a solução para chegarmos a um meio termo que contemple tanto proteção da vida humana como a proteção do meio ambiente, até o dia em que, com os motoristas brasileiros finalmente civilizados, elas sejam um artigo de luxo, somente instaladas onde realmente sejam essenciais e, mesmo assim, que sejam do tipo “inteligente”.

Abrimos uma exceção com esta foto que não é antiga, do grupo que fez a Travessia Oeste-Leste do Parque Nacional da Serra do Itajaí no último dia primeiro de abril, iniciativa da ACAPRENA, com o objetivo de chamar a atenção das autoridades para a importância da implantação definitiva desta importante Unidade de Conservação da Natureza.

57 participantes fizeram 27,5 km a pé pelas montanhas do Parque, (foto), mais 13 ciclistas, totalizando 70 participantes, um sucesso, com o precioso apoio de segurança do Corpo de Bombeiros Voluntários de Indaial. Foto – direção de Leocarlos Sieves, em 01/04/2023.


Cônsul da Áustria em Blumenau ensina a preparar um delicioso Hackepeter moderno: