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Lutadora do UFC é acusada de aplicar golpe em técnico de Blumenau e outros profissionais de SC

Práticas seriam realizadas contra profissionais da área da luta

A lutadora de UFC natural de Jaraguá do Sul, Taila Santos, de 29 anos, é acusada de praticar golpes em no mínimo, três profissionais da área de luta em Santa Catarina. Um dos lesados é o blumenauense Patrício Barbosa Farias, 37, cunhado de Taila.

Em entrevista exclusiva ao jornal O Município Blumenau, os profissionais que se dizem lesados comentam sobre o assunto e dizem quais ações tomaram ao perceberem que Taila seguia lutando.

Ainda segundo os profissionais, a lutadora realizava as supostas ações ao lado do marido, Pedro Barbosa Farias, de 38 anos.

Taila ao lado do marido / Reprodução

A prática

Patrício explica que, para um lutador poder lutar em alto nível, é necessário muito tempo de treinamento. Durante esse tempo, são formadas as equipes, ou seja, os profissionais que estão ao redor do lutador para treinar, auxiliar e ensinar técnicas que visam melhorar a performance.

Por ser uma lutadora de alto nível, Taila Santos sempre buscava treinar com professores (mestres) de renome no cenário nacional, incluindo Patrício, que pratica Jiu Jitsu. Porém, segundo o blumenauense, durante as sessões o marido de Taila, Pedro, se intrometia nas decisões dos professores e criava intrigas na equipe.

“Foi assim comigo e com outros dois professores dela. Ele montava as equipes, prometia pagamentos e contratos, porém, do nada, se irritava e se intrometia nos treinos. Após criar intriga, ele mandava os profissionais embora, mas nunca pagava pelo serviço que foram prestados”, diz Patrício.

Patrício (esquerda) e Pedro (direita), firmando parceria / Arquivo pessoal

O blumenauense acredita que o mal da equipe sempre foi o seu irmão, que buscava criar confusão com os professores de Taila e acabava montando outras equipes para ela. E por tudo isso, Patrício registrou um boletim de ocorrência contra o irmão e a cunhada.

“O golpe é sempre o mesmo e no fim a culpa é dos dois. Um tem a ideia e o outro aprova. Eles firmam parceria com você, treinam por um tempo e depois saem, mas não pagam nada. Só nesta brincadeira eu já estou com R$ 15 mil em dívidas”, afirma o irmão de Pedro.

Lesados

Dentre os lesados estão alguns treinadores e equipes em que a atleta passou, como o treinador e comandante do CT da Thai Brasil Floripa, Marcio Malko, e também Marcelo Brigadeiro, da Astra Fight. Academias e professores renomados pelo treinamento de atletas de alto rendimento no MMA.

O mestre Marcio Malko, por exemplo, foi responsável por alavancar a carreira de Taila Santos, avançando a atleta de 12º para 2º lugar na categoria do peso-mosca feminino em menos de um ano, colocando-a ainda para disputar o cinturão contra Valentina Shevchenko (atual dona do cinturão), em junho deste ano.

Porém, muito embora todo o trabalho tenha sido prestado durante meses pelo treinador e sua equipe multidisciplinar, a atleta não teria honrado com o pagamento acordado, além de deixar uma carta ao treinador dizendo que, caso quisesse receber algum valor, teria que procurar seus direitos na Justiça.

A atleta atualmente disputa judicialmente com as duas equipes em que fez parte, as quais visam receber por todo o trabalho realizado.

Malko e Taila / Arquivo pessoal

Questionado sobre o caso, Marcelo Brigadeiro confirma a existência de questões judiciais para resolver com a atleta. Segundo ele, ainda não é possível comentar muito sobre o caso.

“Posso dizer que, em 26 anos de profissão, é a primeira vez que eu preciso entrar na Justiça contra um atleta. Acho que isso já diz muito sobre tudo”, diz Marcelo.

Taila Santos e Marcelo Brigadeiro / Arquivo pessoal

A equipe de reportagem do jornal O Município Blumenau entrou em contato com Pedro, marido de Taila. Durante a conversa, ele se mostrou irritado, ofendeu a equipe de reportagem e informou que não iria se pronunciar. Além disso, disse que tudo irá se esclarecer ao fim do processo.

Começo

Taila começou no esporte por volta dos 12 anos com o incentivo do pai que, na época, era professor de muay thai. A lutadora então começou a praticar esporte na academia onde o pai dava aula.

Ao compreender que a filha tinha talento para ser desenvolvido, o pai começou a inscrever a filha em lutas após três meses de treino. Na época, a esportista já lutava com mulheres adultas.

Taila e Patrício / Arquivo pessoal

UFC

A catarinense estreou no Ultimate Fighting Championship (UFC) em fevereiro de 2019, porém, não obteve vitória na primeira luta. A decisão foi dividida e deu a vitória para a lutadora Mara Romero Borella.

Após a derrota, Taila lutou outras quatro vezes e venceu todas. No dia 11 de junho deste ano, a lutadora entrou no ringue contra Valentina Shevchenko. A lutadora do Quirguistão é uma das maiores lutadoras da história da categoria e, à época, era a dona do cinturão, com o qual permanece até hoje, visto que Taila perdeu o confronto.

Reprodução