Mãe e padrasto serão julgados por homicídio de criança de 3 anos, em Gaspar
MP-SC denunciou o padrasto pelo homicídio e a mãe por omissão
O caso da morte do menino de três anos em Gaspar ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira, 31. A Justiça aceitou a denúncia da 3ª Comarca do Ministério Público de Gaspar, de homicídio duplamente qualificado em desfavor do padrasto e da mãe da criança. O inquérito aponta que o homem cometeu a ação, enquanto a mãe foi omissa, permitindo as agressões.
Ainda segundo o MP-SC, a morte da criança foi provocada pela reiterada violência do padrasto, gerando traumatismo craniano na criança, que não sobreviveu no hospital.
As qualificados do homicídio são duas: motivo torpe, visto que as agressões foram motivadas pelo fato do padrasto não aceitar que o menino era filho de outro relacionamento da companheira.
E recurso que dificultou a defesa da vítima, já que a mãe deixava o menino sozinho com o homem, e que a criança, com três anos, não tinha como se defender.
O processo será iniciado agora e deverá ouvir os acusados e testemunhas. Caso defira o pedido do MP-SC, tanto a mãe quanto o padrasto porem ser ir a júri popular.
Contraponto
Nossa reportagem tentou entrar em contato com o advogado do acusado, Hermes Soethe, porém, até a publicação da reportagem, não recebeu nenhum retorno. Na última conversa com Soethe, no início de janeiro, ele falou sobre o processo em que o padrasto responde pela tortura da criança.
“O que existiu foi um pequeno corretivo por parte do padrasto e da mãe do garoto. Mas nunca e nem de longe tortura. Isso não corresponde a verdade”, afirmou o advogado do acusado, Hermes Soethe.
Em relação à morte da vítima, o advogado afirma que “não existe prova nos autos que ele tenha cometido o homicídio. E esta cada vez mais provado que houve um acidente”, completou.
O caso
O menino de três anos foi encaminhado ao Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no dia 10 de novembro de 2019, por, segundo mãe e padrasto, ter caído da cama. Ele foi transferido para o Hospital Santo Antônio, em Blumenau, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Como a criança já havia ido ao hospital em Gaspar em outra oportunidade, por conta de agressões do padrasto, a unidade de saúde comunicou o caso a polícia, que iniciou as investigações. O padrasto foi preso preventivamente no dia 13 de novembro, e encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau, onde permanece atualmente.
A primeira denúncia do MP-SC foi feita ainda em novembro, citando apenas o padrasto, por tortura. Após outro inquérito, agora investigando a causa da morte, houve a segunda denúncia, envolvendo também a mãe do menino.