Mais de 140 mil catarinenses ficam desempregados em função do coronavírus

Dados são de pesquisa do Sebrae/SC referente aos primeiros 15 dias de isolamento social praticado no estado

A pandemia do coronavírus levou 148 mil pessoas ao desemprego em Santa Catarina. A informação é resultado de pesquisa realizada pelo Sebrae/SC, divulgada na manhã desta quinta-feira, 2.

Dados foram recolhidos nos dias 30 e 31 de março e são referente aos 15 dias de isolamento social praticado no estado até 29 de março. A sondagem analisou o universo dos pequenos negócios.

De acordo com o Sebrae, o estado tem 785.147 pequenos negócios. Desses, 380.472 são micro e pequenas empresas e os demais microempreendedores individuais, os quais são responsáveis por 91% dos empreendimentos e por 57% dos empregos formais em Santa Catarina.

Para o estudo, foram ouvidos 2.120 empresários, de todas as regiões do estado. A pesquisa apresenta um índice de confiança de 95%, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Segundo o Sebrae, do total de entrevistados, 19,5% das micro e pequenas empresas afirmam já terem feito em média duas demissões nesse período.

“Os números são impactantes e ao expor eles, o Sebrae/SC chama a atenção para as 148 mil pessoas que estão no caminho da perda de renda hoje em Santa Catarina. Entendemos que a luta contra a pandemia é e deve ser prioridade, mas é preciso chegar a um equilibro para garantir que essas pessoas possam ter seus empregos, já que essa é a única forma de manter o sustento de suas famílias. A nossa preocupação neste momento é com a vida humana”, comenta o diretor superintendente da entidade, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

Em relação ao faturamento, 91% dos empresários registraram uma redução de 90% no faturamento, o que resulta em uma perda bruta de R$4,4 bilhões. Ainda, estudo aponta que todas as regiões foram fortemente impactadas.

De acordo com o diretor técnico, Luc Pinheiro, os pequenos negócios catarinenses são responsáveis por 57% do empregos formais de Santa Catarina e por 37% do PIB do estado.

“A representatividade das micro e pequenas empresas na nossa economia é evidente. É dever de todos olhar para os pequenos negócios e garantir a sobrevivência deles. São as pequenas empresas que irão ajudar o estado e o país a retomar o desenvolvimento econômico quando essa crise passar. Por isso, precisamos olhar por elas agora. A Medida Provisória publicada ontem pelo governo Federal, que busca evitar demissões e permite que as pequenas empresas reduzam em até 70% a jornada de trabalho e o salário dos trabalhadores, sendo que o governo garante ao trabalhador um valor complementar de renda, e permite o desligamento garantindo seguro desemprego aos trabalhadores, é uma prova de que essa preocupação também está em Brasília”, comenta Luc.

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