Problemas na entrega fazem marca de Blumenau acumular mais de 18 mil reclamações em todo o Brasil

Empresa alega que foi vítima de um incêndio

Peças com baixo preço e alta qualidade são o carro chefe da empresa blumenauense Legging Brasil. Entretanto, nos últimos meses, a marca acumulou mais de 18 mil reclamações envolvendo compras que nunca foram enviadas, falta de retorno e impossibilidade de reembolso.

A empresa, que se anuncia como líder do setor no Sul do Brasil, é localizada no bairro Passo Manso e afirma produzir cada peça 100% internamente. No início do ano, a indústria afirmou produzir 75 mil peças por mês, com plano de chegar a 225 mil peças mensais em julho de 2022.

Em suas publicidades, a marca afirma estar preocupada em atender os clientes de forma rápida e ágil para garantir a satisfação. Entretanto, essa não foi a experiência relatada por Simone Freitas. A moradora de São José do Vale do Rio Preto (RJ), de 35 anos, realizou uma compra de R$ 339 no fim de agosto e ainda não recebeu o pedido.

“Descobri a marca a partir de divulgação nas redes sociais. A primeira surpresa foi assim que finalizei a compra, já que não informam que a mercadoria não está pronta em estoque. Só no final estipularam um prazo para entrega e percebi que era muito além do que outras empresas levam”, afirma.

O prazo inicial de Simone era 20 de setembro, quase um mês da data da compra. Ao perceber que a data de entrega se aproximava e o produto ainda constava como “em produção” no site, ela entrou em contato pelo SAC.

“Falaram que estavam com problemas, mas que a mercadoria estava pronta para ser despachada. Assim que passou do prazo liguei de novo e disseram que estava pronto, só faltava emitir nota fiscal. Na terceira ligação solicitei o reembolso e disseram que entrariam em contato pelo e-mail, mas até agora nada”, relata.

Desde então, Simone afirma que as ligações não são mais atendidas e os e-mails nunca foram respondidos. Ao dar de cara com milhares de reclamações no Reclame Aqui, ela percebeu que não era a única. E que as respostas dadas pela empresa na plataforma eram padronizadas.

“Foi a primeira vez que me vi em uma situação dessas. É muito triste, porque mesmo sabendo que o mundo virtual não é 100% confiável, como vamos pensar o contrário de uma empresa que se mostra tão confiável?”, desabafa.

Reclamações se espalharam pela internet

Um perfil, chamado Legging Brasil Não Entrega, chegou a ser criado no Instagram para expor algumas reclamações. Dentre as denúncias estão que clientes que reclamam são bloqueados, que entregas não são feitas e até entregas realizadas, mas que não correspondem com o pedido.

A reportagem tentou contato com o perfil, que possui mais de 1 mil seguidores, mas não recebeu resposta.

Até essa quarta-feira, 9, a nota da empresa no site Reclame Aqui era de 4,4/10. No Instagram, todas as publicações tiveram restrição de comentários. Entretanto, no Facebook, não faltaram críticas à empresa.

Empresa se manifestou nas redes sociais

A última publicação da Legging Brasil no Facebook e no Instagram é uma nota de esclarecimento do dia 14 de outubro afirmando que as vendas ficariam fechadas até que todos os pedidos fossem entregues. Entretanto, poucas semanas depois, o site voltou a aceitar compras mesmo sem as reclamações terem cessado.

A empresa também afirmou estar trabalhando “dia e noite para colocar todos os pedidos feitos em dia”. A nota ainda afirma que as redes sociais da empresa foram derrubadas por “pessoas mal intencionadas” e que, por isso, estavam sem um canal de comunicação com as clientes.

Um pouco antes, no dia 20 de setembro, um vídeo com um pedido de desculpas foi compartilhado alegando que a pandemia e um incêndio na fábrica teriam afetado a produção. Entretanto, se comprometendo com as entregas.

“Sabemos que nem sempre conseguimos cumprir com êxito tudo aquilo que planejamos, mas te decepcionar nunca foi uma opção. […] Afinal, quem nunca errou, nunca teve a oportunidade de tentar algo melhor”, diz a legenda.

Em outubro, a empresa chegou a afirmar que resolveriam toda a situação em 15 dias. Entretanto, um mês depois, ainda há reclamações. A reportagem tentou contato com a empresa, mas até o momento não teve contato.

Confira o vídeo na íntegra:

 

 
 
 
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