Mário Hildebrandt (Podemos) fala sobre eventos, mobilidade urbana e entrega de projetos

Atual prefeito da cidade fala sobre obras feitas durante seu governo e continuidade caso seja reeleito para os próximos anos

Idade: 51 anos
Naturalidade: Mirim Doce
Profissão: Prefeito
Grau de instrução: Ensino Superior completo
Número na urna: 
19

Confira o perfil completo do candidato.

O atual prefeito de Blumenau assumiu o cargo em abril de 2018 após a saída de Napoleão Bernardes, que buscou a posição de vice-governador nas eleições daquele ano. Natural de Mirim Doce, o catarinense cresceu e morou em Taió até os 20 anos.

Pai de duas meninas, Hildebrandt é administrador, assistente social e pós-graduado em Contabilidade. Sua vice, Maria Regina Soar (PSDB), é especialista em Administração Hospitalar e já foi Secretária Municipal da Saúde.

Se preferir, ouça a entrevista no podcast do jornal O Município Blumenau no player abaixo:

Hildebrandt falou sobre a entrega e andamento de importantes projetos para a cidade, como as obras das pontes, o Centro de Convenções e a ligação Velha-Garcia. O prefeito também comentou sobre os efeitos da pandemia no turismo da cidade e os planos para o futuro do lazer blumenauense.

“Acreditamos que o futuro de Blumenau não é em 2050. É agora. Com propostas efetivas que mudem a vida das pessoas. As pessoas não podem esperar pelo projeto, elas querem resultados nesse momento que dê oportunidade para elas” declarou.

Assista à entrevista na íntegra:

Com a pandemia, tivemos uma queda brusca na arrecadação da cidade. O que o prefeito terá de fazer ano que vem para administrar a cidade e fazer os investimentos necessários com menos recursos?

Fazendo o que eu acredito: planejando e trabalhando na gestão da cidade, afinal, sou administrador. Desde que entrei na prefeitura, implantei um sistema de fluxo de caixa para controlar nossas ações e fazer um planejamento com base no orçamento da prefeitura. Isso nos permite ter uma visão do que temos e daquilo que planejamos.

Mesmo com a pandemia, este ano entregaremos um saldo positivo desses meus dois anos e meio de governo. Do mesmo modo, já temos ações planejadas e todo o sistema organizado para dar contas das demandas de 2021.

Nesse ano foram anunciadas obras na ligação Velha-Garcia. Contudo, a obra não vai ter pavimentação por ser realizada em um solo bastante sensível. Por isso, foi alvo de uma série de críticas. Não era melhor ter aguardado um projeto mais completo que solucionasse integralmente o problema?

Ficamos discutindo qual o melhor lugar para se fazer uma ponte na região central da cidade. Por oito anos, as pessoas ficaram esperando a possibilidade de atravessar o rio. Nós estamos fazendo ponte, é a mesma relação com a ligação Velha-Garcia.

Na Vila Itoupava, temos 200 km de estrada de chão que são importantes e permitem que as pessoas se movam. Estamos impedindo as pessoas há 12 anos de poder ter a ligação Velha-Garcia porque se discute qual era o melhor caminho e não se abriu um caminho fácil, prático e objetivo para atender as necessidades da população.

Se analisarmos Blumenau, as ruas Progresso, locais da Hermann Huscher e Araranguá o solo é instável. Temos que fechar essas vias também? Não, temos que dar condição para que elas sejam utilizadas. Se o solo fechar, abriremos novamente.

Quais outras obras o senhor pretende fazer?

Todas ações exigem planejamento e resultado. Tenho focado em ações rápidas e objetivas. A discussão sobre a duplicação ponte Adolfo Konder durou pouco mais de seis meses de projeto, licença ambiental, fechamento com a empresa e entrega à comunidade no início do ano que vem.

Assim como a duplicação da ponte Desembargador Pedro Silva, ao lado da Thapyoka, e a duplicação da ponte ao lado do Farol Lanches, para facilitar a mobilidade ao redor da Praça dos Estudantes.

Temos que fazer uma ponte na rua Santa Terezinha, no Garcia, para evitar que a comunidade fique ilhada quando há deslizamentos na região. Temos que garantir que as pontes continuem podendo atender a população de Blumenau. Há muitos anos não vemos reformas.

Estamos buscando resolver problemas e questões antigas. O melhor projeto é o que traz soluções para a comunidade. Mudando a vida das pessoas e desafogando o trânsito da cidade.

Quando o senhor era vereador, o senhor tinha um projeto de incentivo para instalar bicicletários nas escolas de Blumenau. Nesses quatro anos na prefeitura, não se caminhou muito no incentivo às bicicletas. Como o senhor pretende trabalhar em relação à isso nos próximos quatro anos?

Na realidade, nos dois anos que estou como prefeito implantamos 14 quilômetro de ciclovias. Em projeto temos ainda previsão de implantação de 30 quilômetros. Também estamos trabalhando para revisão do nosso sistema cicloviário que precisa ser repintado e identificado, especialmente em vias compartilhadas.

Nos projetos de reforma das escolas estamos implementando bicicletários para que nossos jovens usem a bicicleta. Depois daquele acidente com o menino Isaque, na Itoupava Central, queremos entregar capacetes para as mais de 600 crianças que vão de bicicletas para nossas escolas. O Seterb não fez ainda por conta da legislação eleitoral.

Uma leitora questionou sobre a ponte no Testo Salto que foi removida e até agora não foi construída uma nova.

Na realidade não é uma ponte, e sim uma passarela que estava interditada. Ainda assim, a comunidade estava passando de moto e utilizando. Assumimos um compromisso com a comunidade e o projeto já está sendo feito. São mais de R$ 3 milhões de investimento para fazer uma ponte de concreto e resolver definitivamente o problema.

Paralelamente a isso, estamos trabalhando para buscar soluções para melhor ainda mais a mobilidade urbana da região do Badenfurt e Testo Salto. Estamos discutindo com o DNIT para fazer uma passagem inferior na BR-470 interligando a Bernardo Scheidemantel e a Teodoro Nuss.

Como a prefeitura irá colaborar com as empresas de turismo e eventos após os impactos da pandemia?

Tenho um compromisso muito claro com o trade turístico de incentivar o turismo nos moldes que já estávamos fazendo no ano de 2019. Foi o melhor ano que Blumenau teve em relação ao turismo. Tivemos o maior Reveillón da história da cidade. O Festival da Cerveja, os Jogos Escolares Nacionais, Oktoberfest, Magia de Natal.

Temos algumas questões importantes. Primeiro o Centro de Convenções, que será executado com ou sem o dinheiro do Governo do Estado. Traremos um atrativo turístico que vamos divulgar essa semana que deve ser uma segunda Oktober. Estamos implementando e fortalecendo a Prainha.

Outra notícia boa é que o Frohsin despertou o interesse do restaurante Indaiá, de Itapema. Estamos fortalecendo a revitalização da Curt Hering, para ser um atrativo turístico e movimentar a economia de Blumenau.

Paralelamente a isso, no novo edital que estamos fazendo em relação à Oktober, estamos planejando a construção do Museu da Oktoberfest e de um novo Biergarten em frente à Vila Germânica.

Dos 365 dias do ano, temos 165 dias ocupados. Ainda temos 200 dias para ocupar. O Centro de Convenções irá nos ajudar, além de fortalecer eventos que já temos, como o Magia de Natal e o da Páscoa, que tínhamos um grande planejamento este ano e precisou ser abortado por conta da pandemia.

Para os pequenos, estamos fazendo o Programa Juro Zero.

O senhor falou que pode ser que o Governo do Estado não envie os R$ 29 milhões para o Centro de Convenções. Essa possibilidade é real? E se esses recursos não vierem, onde a prefeitura vai buscar dinheiro para construção? E o que o senhor pretende fazer quanto à Feira Live, que há anos não sai do papel?

Nem sabemos que governador vamos ter ainda neste mês. É uma instabilidade econômica e política de gestão que Santa Catarina vive. O atual governo tem um compromisso com Blumenau, mas não sei se esse compromisso vai ser renovado.

Creio que sim, porque, infelizmente, tirando R$ 4 milhões em investimentos para o aeroporto e alguns pequenos repasses, Blumenau ficou esquecida pelo atual governador. Vamos usar como exemplo o prolongamento da SC-108, da Via Expressa, que é uma ação importante do Governo do Estado.

Se não for possível, vamos buscar fontes de financiamento ou de iniciativa privada. Porque entendemos que essa obra será de transformação e ampliação da ocupação desses outros dias sem eventos. Trazendo mais movimentação para o setor hoteleiro e turístico.

O mercado público está com edital praticamente pronto para ser lançado. O projeto que ganhou o prêmio do edital daquela gestão, traz uma série de dificuldades de sustentabilidade. Ninguém nunca conseguiu trazer dinheiro público para executar.

Com uma concessão para iniciativa privada, eles poderão explorar estacionamento e lojas. E nós vamos explorar e ceder para nossos pequenos agricultores e comerciantes a área central.

O senhor pretende fazer outra ponte para ligar a Beira Rio ao bairro Ponta Aguda ou até na Dois de Setembro, para desafogar o trânsito de Blumenau?

Dentre as vias projetadas para Blumenau temos uma no Boa Vista, que também permite uma interligação, e a da rua Bolívia com a Beira Rio. Não existe um projeto pronto, mas sim uma concepção de acesso via essa via. Estamos fazendo a avaliação.

Essas são algumas das vias projetadas que vamos avaliar para que possam ser implementadas. Além da duplicação da ponte Adolfo Konder e conclusão de outras pontes espalhadas pela cidade para melhorar a mobilidade urbana de Blumenau.

Um leitor questionou sobre os pontos que ônibus que seriam renovados, mas até então só foram trocados no Centro da cidade. E os bairros?

Nunca foi falado que todos seriam trocados. Fizemos 118 novos pontos de ônibus e estamos licitando mais 110 para ampliar ainda mais a cobertura. Temos um compromisso de gradativamente resolvermos os problemas dos locais onde não havia ponto, remanejando os atuais para os bairros.

Melhorar os abrigos de ônibus foi uma das minhas prioridades nesses dois anos. Tanto é que, quando assumi, reformei as atuais estruturas de pré-embarque estavam enferrujadas e com risco para população. Em todas vias novas estamos contratando pontos de ônibus para que sejam colocados.

Sua candida a vice, Maria Regina Soar, era Secretária de Saúde até 2018, quando pediu desligamento devido a divergências com seu governo. O que mudou? 

Eu e Maria Regina temos algo em comum: somos dois obstinados para levar resultado para a vida das pessoas. O que antes nos separou, agora nos uniu. Nos reaproximamos muito durante a pandemia no acompanhamento e cuidado com a vida das pessoas.

Ela é administradora, tem visão de gestão também, o que a qualifica para estar junto comigo. A experiência dela de seis anos como secretária de Blumenau e também de Pomerode, Gerente Regional de Saúde e também com a Fecam.

Depois de 2008, foi feito o plano 2050 do ex-prefeito João Paulo Kleinübing. O senhor fazia parte do governo como Secretário de Assistência Social. Por que aquele planejamento não foi aproveitado pelos outros prefeitos?

Quem proibiu o uso do termo Blumenau 2050 foi a justiça. O que tem sido feito é não rotular as obras e ações de governo. O Ministério Público tem cobrado das prefeituras para que elas não rotulem uma proposta, programa ou ação.

Não estamos aqui discutindo essa ação, mas sim as obras que são importantes para a cidade. Ações essas que já vinham de governos anteriores e estamos implantando. Nesses dois anos temos colocado em ação todas obras e projetos estruturantes para que Blumenau possa seguir adiante.

Sabemos que, por conta da pandemia, tivemos muitas demissões e as pessoas precisaram se reinventar para sobreviver. Que incentivos o senhor pretende dar para que empresas sejam instaladas em Blumenau? E como resolver o problema dos acessos para escoamento dessas produções, como o problema das rotas da BR-470.

Já estamos cobrando do governo federal e deputados que terminem a BR-470. Desde o dia em que o governador Moisés assumiu, entreguei para ele a cobrança da SC-108 como uma obra prioritária para dar agilidade ao trânsito da região Norte. Não moveu-se uma pedra e nossos deputados estaduais também não ajudaram para que a obra acontecesse.

Em relação à acessos, estamos revitalizando as ruas Itajaí, Antônio Treis e República Argentina. Revitalizamos as ruas Bahia, General Osório e fizemos uma nova Humberto de Campos. Estamos revitalizando a rua Engenheiro Udo Deeke e a revitalização da Via Expressa também está encaminhada. Vamos revitalizar a rua das Missões.

Temos uma dificuldade por Blumenau ficar entre morros e o entorno da BR-470 estar ocupado por casas ou empresas. Para atrair empresas, vou trazer um exemplo: trouxemos para Blumenau a Serasa Experian, empresa de recuperação de crédito, com incentivo fiscal. Só o recolhimento de ISS deles praticamente quadruplicou na cidade de Blumenau

Acreditamos que podemos trazer empresas de tecnologia, fortalecendo essas empresas e fortalecendo também as pequenas e micro empresas. Nos últimos três meses, Blumenau teve aumento na geração de empregos.

Os hotéis estão expandindo e novos estão chegando, o que significa que eles acreditam no turismo da cidade. Só nesse ano, no meio da pandemia, mais de 2,2 mil empresas tiraram o CPNJ na cidade de Blumenau.

Como prefeito o senhor precisou lidar com muitos casos de corrupção entre fiscais de Obras e Meio Ambiente, que cobravam propina para liberar obras na cidade. O que o próximo prefeito terá que fazer para lidar com esse tipo de situação dentro da prefeitura?

Continuar fazendo o que eu fiz. Ter coragem para resolver o problema. A Polícia Civil noticiou dois ou três casos. Mas tem cinco ou seis que nós afastamos sem denúncia, porque fizemos a fiscalização interna. Hoje, estamos com oito fiscais afastados.

Exonerei retroativamente secretários do município que estavam com problemas de governos anteriores. A comissão da prefeitura fez a análise e entendeu que precisava proibir esses secretários e diretores de serem cargos comissionados e não tivemos medos de assinar esse afastamento definitivo.

Em 2008 o senhor foi candidato a vereador pelo Democratas, em 2012 pelo PSD, em 2016 candidato a vice-prefeito já pelo PSB e mais recentemente passou a integrar o Podemos. Mas também anunciou no início do ano que pode se filiar ao Aliança pelo Brasil se o partido realmente se concretizar. Por que essa constante mudança de partidos na sua carreira?

Eu busco partidos que me deem a condição de viver o que eu prego na minha vida pessoal. Eu sou conservador nos costumes e liberal na economia. Quando um partido me oferece essa possibilidade, eu confio nele. A partir do momento em que ele trai essa perspectiva, eu não consigo me manter distante do que acredito.

O Podemos ofereceu essa possibilidade muito clara de termos essa linha de ação e perspectiva. Se o partido continuar firme nessa direção, continuaremos firme com ele.

Temos aqui em Blumenau a cobrança das tarifas de água, esgoto e lixo englobas, uma depende da outra. O senhor acredita que esse tipo de cobrança é justa? O formato vai continuar?

O Samae já está discutindo a tarifa básica operacional. Ela vai trazer algumas alterações importants na questão do lixo, água e esgoto. Não é um aumento, apenas uma cobrança que já aconteceu em outras cidades para que não se pague mais a taxa mínima. As pessoas vão pagar de acordo com o consumo.

Antes da Blumob/Piracicabana, a gente tinha o modelo Siga, com as empresas Glória, Rodovel e Verde Vale. O grande problema do Siga era a Nossa Senhora da Glória. O senhor pretende aumentar o número de empresas prestando esse serviço?

O problema do Siga não era a Glória, era o Siga. O Siga tinha um contrato com a prefeitura. Se a Nossa Senhora da Glória levou o Siga à falência, foi porque o consórcio faliu. É importante desmistificar isso.

As razões da falência foram dificuldade de manutenção do sistema, ingerência política em relação aos preços e uma série de ações. Hoje, com a agência reguladora, esse processo já está estipulado. A Piracicabana venceu um processo licitatório que estava aberto para todo Brasil participar.

A Blumob sofreu com a pandemia por conta da redução de 100 mil para 30 mil passageiros. As pessoas cobram porque demos dinheiro para a empresa, e não para outras empresas privadas.

Mas a Blumob executa um serviço que é de responsabilidade do município e a ação judicial decidiu que nós pagaríamos ou executaríamos. Eu não posso correr o risco de peder o transporte coletivo, como aconteceu em Camboriú. Vamos entrar com uma ação contra o Governo do Estado para que ele nos reindenize desse valor.


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