Médico de Blumenau é investigado por possível caso de homofobia contra criança em posto de saúde
Mãe diz que profissional pediu para ela "cortar o pinto" do menino já que ele "parecia uma menina"
Um possível caso de homofobia contra criança em posto de saúde de Blumenau está sendo investigado pela 6ª Promotoria de Justiça do Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC). O caso teria ocorrido na unidade de Estratégia de Saúde da Família (ESF) Martin Volles II.
O investigado é o médico Alvacyr Gonçalves Robaina. De acordo com as movimentações do processo, Alvacyr atendeu o menino junto com a mãe no posto de saúde. Ao vê-lo, Alvacyr teria afirmado que “ele parece uma menina”. Além disso, teria dito que o menino “deveria cortar o pinto, pois uma menina não precisa de pinto”.
Ele foi além dizendo que a mãe precisava “colocar logo um brinco nele, porque ele é uma menina”. O médico teria dito ainda que a mãe “está criando um homossexual”. “Depois não reclama no futuro, manda cortar esse cabelo dele”, concluiu a mãe em seu depoimento.
O MP-SC, diante dos fatos, instaurou um inquérito civil nesta semana para dar continuidade às investigações.
Situação seria frequente
Ainda de acordo com o depoimento da mãe da criança, sua primeira atitude foi reclamar na ouvidoria da Prefeitura de Blumenau. Um servidor da ouvidoria teria dito para ela que esse não foi o primeiro caso de homofobia de Alvacyr, e que ela deveria continuar em frente com a denúncia.
Além disso, após fazer a primeira denúncia, o mesmo fato teria ocorrido com uma vizinha da vítima.
“Ela me relatou o caso dizendo que por diversas vezes durante a consulta ele mandava ela cortar o cabelo do filho, pois ele era uma menina. Ela pediu para ele parar, mas mesmo assim continuava, e ao pedir para atender ao filho o mesmo pediu que ele deitasse na maca e baixasse o short para ele ver o pinto, isso se ele tivesse um já que era uma menina”.
Médico nega
A reportagem entrou em contato por telefone com o médico Alvacyr Gonçalves Robaina diretamente na ESF Martin Volles II. Ao saber do que se tratava ele afirmou que “isso é um absurdo” e que ele “atende a todos normalmente, as mais diversas pessoas”.
Em seguida, a ligação caiu, no momento em que foi questionado se ele sabia sobre o processo. Ao tentar retornar, a reportagem não obteve mais contato com o médico.
De acordo com informações da 6ª Promotoria, ao ser ouvido pelo MP-SC, o servidor público disse não se recordar desse atendimento e negou as acusações.
Atualização – 7/12/2021; 9h37
Diferente do que havia sido publicado anteriormente, foi um servidor da Ouvidoria – e não o responsável – que alertou para que a mãe da vítima desse sequência à denúncia.
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