Médico perito do INSS investigado pela Polícia Federal permanece detido
Ele é suspeito de participar de irregularidades na concessão de benefícios
O médico perito do INSS investigado pela Polícia Federal na Operação Sangrando, deflagrada na quinta-feira, 30, continua preso temporariamente em Itajaí. O mandado de prisão é por cinco dias, para que policiais e agentes da Inteligência Previdenciária conduzam as investigações.
A reportagem apurou nesta sexta-feira que o profissional investigado se chama André Luis Accioly. Ele foi detido na casa dele, em Blumenau, por suporta participação em concessões irregulares de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez.
A operação envolveu 44 policiais federais e dois servidores da Inteligência Previdenciária para cumprir 11 mandados judiciais em Blumenau, Cruz Alta (RS) e Tupanciretã (RS).
Segundo a Polícia Federal, o médico, lotado na agência da Previdência Social de Blumenau, estaria realizando atendimentos a pessoas específicas fora da agenda oficial. De acordo com o relato dos investigadores, em ação combinada com os pretensos beneficiários, concessões de benefícios seriam feitas com a inserção de dados falsos no sistema da Previdência.
Segundo a PF, muitos desses falsos beneficiários mantinham algum tipo de inter-relacionamento. Ao menos 16 pessoas pertencem a um mesmo grupo familiar.
Além dos mandados judiciais, na operação foi decretada pela Justiça Federal a suspensão do exercício da função pública do médico, além do sequestro de bens, com o fim de garantir a reparação dos danos já causados aos cofres públicos – calculado em quase R$ 3,5 milhões.
Contraponto
De acordo com o advogado Charles Balbinot, que defende Accioly, um pedido de habeas corpus já foi apresentado à Justiça Federal. Para o defensor, a prisão é injusta. Ele nega as acusações feitas pela Polícia Federal e afirma que três dos beneficiários ouvidos nesta sexta-feira rejeitaram qualquer irregularidade em seus processos junto ao INSS.
No entanto, Balbinot disse que ainda está apenas iniciando o trabalho de defesa e que está se inteirando dos fatos. Ele criticou a operação da Polícia Federal e questionou os danos à imagem de Accioly:
“Fizeram da investigação um picadeiro. Ninguém pensou na família dele, na carreira dele, na imagem dele perante à sociedade”, disse.
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