Menino negro e autista leva cusparada em terminal de ônibus em Blumenau e mãe faz desabafo

Caso ocorreu no último dia 29, no terminal da Fortaleza

Jaina Amorim e seu filho, um menino de nove anos negro e autista, sofreram um grande constrangimento no último dia 29, em Blumenau. Ao descerem do ônibus, no terminal da Fortaleza, o garoto levou uma cusparada de alguém que passou ao seu lado.

Segundo Jaina, o ato foi rápido, e ela não conseguiu observar quem teria tomado essa atitude. O cuspe foi registrado, no braço do menino. “Temos certeza ser um ato de racismo, pois a pessoa teve audácia de tirar a máscara, que é obrigatório o uso no terminal, para fazer esse ato ilícito”, desabafou a mãe. Segundo ela comentou para a reportagem, não havia como ter sido “sem querer”, e ela afirma que foi proposital.

“A mente dele é muito infantil. Ele só quer saber de brincar. Naquela hora ele ficou um pouco perdido, ele já entende que existe o racismo. Mas logo ele já estava brincando com o bonequinho dele, enquanto eu resolvia as coisas. Talvez pelas patologias dele, ele tenha ficado mais tranquilo quanto a isso”.

Já com Jaina, a situação é diferente. “Eu não tenho nem conseguido dormir. Para mim está sendo mais difícil. Eu não consigo entender uma coisa dessas, não entra na minha cabeça. Esse tipo de coisas eu não admito”. A mãe do menino fez o boletim de ocorrência na Polícia Civil e o agente pediu para que ela vá na próxima terça-feira na Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI) para realizar outro BO.

Ela passou a gritar para saber quem teria feito a cusparada, mas ninguém respondeu ou se manifestou. Em seguida, ela foi direcionada à administração do terminal. A gerência do local afirmou para Jaina que realizará uma sindicância interna para apurar e alertar possíveis casos em outros terminais com as mesmas características.

Em uma publicação que teve muita repercussão no Facebook, ela pede ajuda para que o fato seja compartilhado e fatos como esse não se repitam.

A história foi motivo de grande repercussão também no Instagram. O mestrando em Direito, Leonardo Idenio, que tem como sua pesquisa a história dos negros africanos e afrodescendente em Santa Catarina, fez uma longa postagem se sensibilizando com o caso, que, por sua vez, também recebeu uma enxurrada de comentários em apoio à mãe e ao menino.


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