Mesmo com queda de público, Festival Brasileiro da Cerveja tem aumento no consumo

Houve um aumento de 9% no ticket médio de bebida e alimentação

O Festival Brasileiro de Cerveja de 2019 teve uma redução de 11% no público em relação a 2018. Foram 31.717 visitantes entre quarta e sábado no parque Vila Germânica. Foi a segunda redução consecutiva. A edição do ano passado já havia recebido 10% menos pessoas que a de 2017.

Por outro lado, as vendas nesta edição do festival foram superiores aos números registrados em 2018, havendo um aumento de 9% no ticket médio de bebida e alimentação. No ano anterior, o ticket médio foi de R$ 63,44. Já em 2019, o valor atingiu R$ 69,13.

De acordo com o diretor administrativo-financeiro do Parque Vila Germânica, Guilherme Guenther, o aumento do consumo por pessoa durante o festival, mesmo com queda de público, pode ser explicado pelo perfil do visitante, que pode ter ido com a intenção de beber mais nesta edição do evento, e pela inflação. Guenther ainda explica que o consumo do festival é medido pelo valor gasto na moeda oficial do evento, a Ninkasi.

Para o presidente do Parque Vila Germânica e secretário de Turismo e Lazer de Blumenau, Ricardo Stodieck, há outros dados animadores, como o crescimento registrado tanto no Concurso quanto na Feira Brasileira da Cerveja, que bateram recordes de participação.

Para Stodieck, a redução no número de visitantes proporcionou um maior conforto ao público que esteve na Vila Germânica entre os dias 13 e 16 de março.

“Além do recorde de inscrições de rótulos de cerveja, ainda tivemos um aumento de 133% de crescimento na Feira. Estamos muito satisfeitos com o resultado. A festa estava muito bonita e o público elogiou muito”, celebra.

Cervejarias que participaram do Concurso e do Festival também perceberam uma diminuição no movimento de pessoas. Porém, algumas delas perceberam um aumento nas vendas. Foram o caso das premiadas Antídoto e Alles Blau.

Fabiano Massaneiro, cervejeiro da Antídoto, disse ter percebido a redução no número de pessoas na Vila Germânica, mas comemorou as vendas 10% superiores em comparação ao ano passado.

“Muitas pessoas gostaram das novidades que preparamos e voltaram para mais. Muitas vezes o público não quer repetir a mesma cerveja para provar todas as opções do festival, mas percebemos vários clientes voltando ao estande”, celebra Teco, como é conhecido na cidade.

O diretor da Alles Blau, Davi Zimmermann, compartilha da mesma opinião. Ele reparou em uma redução do público, mas notou que as vendas aumentaram em comparação ao ano passado, primeira participação da empresa no Festival.

“Inovamos com brincadeiras e com as cores da cerveja. Lançamos também uma garrafa especial e propusemos participações nas redes sociais. O feedback do público foi muito legal”, relata Davi.

Sistema de pagamento

Neste ano, o Festival optou por retomar o uso de cédulas de papel, a Ninkasi. A substituição do sistema de cartões, como na Sommerfest e na Oktoberfest, deve-se a uma pane no Festival de 2018. Entretanto, os dois cervejeiros ouvidos pela reportagem afirmaram que preferiam o sistema sem o uso de papel, desde que funcionando corretamente.

“Particularmente, prefiro o cartão. Dá uma dinâmica melhor para quem está atendendo e comprando. O problema do ano passado foi não ter um plano B quando o sistema parou”, opina Zimmermann.

Já Teco acredita que o uso de cédulas dificulta o controle de vendas do estande.

“O dinheiro é bom, mas acredito que um sistema de cartão que funcione seria a melhor alternativa. Precisamos ter muito controle para tomar ações no momento”, explica.