Ministério Público Federal investiga abusos em manifestações de caminhoneiros na BR-470
Procuradora da República em Blumenau, Rafaella Alberici instaurou o inquérito após ler reportagem de O Município Blumenau
A reportagem de o O Município Blumenau que expôs a agressão ao jornalista Arnaldo Zimmermann enquanto cobria a manifestação dos caminhoneiros em frente à Havan, em Indaial, chegou ao Ministério Público Federal. Depois de ler o texto e ver as imagens, a procuradora da República em Blumenau, Rafaella Alberici de Barros Gonçalves, instaurou o inquérito e passou a colher depoimentos.
Rafaella informa que iniciou o procedimento por dois motivos. O primeiro seria porque no vídeo ao vivo é possível ouvir algumas pessoas falando que aquele não era mais um movimento de protesto ao preço do diesel, e sim pedindo intervenção militar. A agressão praticada pelos supostos caminhoneiros também foi levada em consideração pela procuradora. Será preciso investigar se, no caso de Arnaldo, houve algum tipo de ameaça, o que configura crime.
Para a confecção do documento, Rafaella colheu o depoimento de Arnaldo Zimmermann. Agora, o principal obstáculo é conseguir identificar não só as pessoas que o agrediram, mas também os líderes de um movimento que ultrapassou a pauta dos caminhoneiros. Segundo relatos, diversos caminhoneiros queriam deixar o acampamento mas estas pessoas não permitiam a saída.
Para que o inquérito tenha continuidade e consiga identificar os indivíduos que praticaram abusos durante as manifestações, o Ministério Público Federal pede ajuda à comunidade. Qualquer informação que possa auxiliar deve ser repassada pelo telefone (47) 3321-1700 ou (47) 3321-1701.
Arnaldo Zimmermann diz que em primeiro momento acreditou que os agressores eram, evidentemente, caminhoneiros. No entanto, hoje ele pensa que sejam pessoas infiltradas com o intuito de levantar a bandeira da intervenção militar.
“Minha expectativa é que os caminhoneiros não sejam prejudicados, mas que sejam apurados manifestantes infiltrados com o uso unicamente da bandeira de intervenção militar”, deseja.
A procuradora federal acrescenta que existem outros inquéritos neste formato sendo desenvolvidos em outras cidades catarinenses, como Itajaí e Florianópolis.