Moradora de Blumenau comemora cem anos de vida em festa com a família

Wally Hasse nasceu em Ibirama, mas foi trabalhando aqui que encontrou um lar para casar e ter os quatro filhos

Um século de vida. Muitos sonham em alcançar este marco, outros têm medo de viver tantos anos. Mas Wally Hasse, descrita pela família como uma mulher que sempre esteve a frente de seu tempo, teve a alegria de celebrar o centésimo aniversário ao lado das pessoas que a amam.

Nascida no dia 20 de junho de 1919, em Ibirama, Wally veio para Blumenau logo jovem, onde encontrou seu primeiro emprego como au pair, termo utilizado na época para descrever as babás.

Desde jovem, não seguia os padrões da época, declarando que não fazia questão de casar. Mas no final das contas, conheceu o alemão Kurt Adolph Heinz Joachim Hasse, com quem se casou aos 28. Com 30 anos, ela teve o primeiro filho, Carlos. Logo em seguida vieram os outros três. A família cresceu no bairro da Velha, próximo à Vila Germânica.

Aos 55 anos, a vida de Wally mudou. O marido dela faleceu e ela precisou tomar conta da casa. Com filhos entre 15 e 10 anos, ela começou a trabalhar na loja de chocolates Orion, que pertencia ao irmão dela. Nas horas vagas, Wally fazia artesanato. Além de ter na atividade uma paixão, ela também trazia uma renda extra para a casa.

“Ela penou bastante, teve que cuidar da casa, dos filhos, morar fora… Fez tudo isso sozinha”, relata Fabíola Carvalho Hasse, neta mais velha de Wally.

A equipe da casa de repouso prestou uma homenagem à Wally / Especial O Município Blumenau

Hoje, apenas o segundo filho, Conrad, e a família dele moram no Brasil. Carlos e as irmãs Ellen e Monika vivem na Alemanha. Entretanto, Wally não passa um dia sozinha na casa de repouso.

“Todos os dias alguém vai visitar ela, sem falta. Se meu pai não pode, eu ou minha irmã vamos, mas minha mãe é quem está lá quase todo dia. Sem visita ela não fica”, conta Fabíola.

Wally e uma de suas melhores amigas, Ana Schlepper, de quem foi vizinha por 40 anos / Especial O Município Blumenau

Apesar de ter uma saúde física exemplar para alguém com essa idade, Wally tem problemas de memória e tem dificuldade em reconhecer os parentes. Na festa, a família optou por uma cadeira de rodas para aumentar o conforto dela, já que ela tem dificuldade para caminhar sozinha.

“Pra nós é uma alegria muito grande ela ter alcançado um século de vida. Muita gratidão por ela ter chegado até onde ela chegou”, comemora Fabíola.

Wally com a neta Fernanda e a bisneta Valentina / Especial O Município Blumenau
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