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Motoboys de Blumenau criam associação para valorizar e apoiar a profissão

Principais pautas são a valorização da profissão, prioridade para vacinação e mais direitos trabalhistas

É comum encontrar pelos grandes centros urbanos como Blumenau um, ou mais, dos quase três mil motoboys entregadores de aplicativo, que trabalham no município, correndo contra o tempo para entregar algum pedido. A profissão, que vem crescendo por conta dos mecanismos de entrega, ainda luta pelos seus direitos em uma rotina que não perdoa atrasos, paga pouco e ainda leva o trabalhar a se arriscar diariamente. 

Pensando em dar apoio aos motoboys do município, a Associação União Maior Motoboys foi idealizada e será formalizada em agosto deste ano. A associação, que surgiu até então de um grupo do Facebook, quer suprir ao máximo a falta de direitos que a categoria enfrenta. 

“A associação surgiu, na verdade, de um grupo. A gente fazia uma vaquinha de R$ 10 a R$ 20 para termos de fundo de caixa e o dinheiro era administrado para caso alguém se acidentasse, pudéssemos ajudar um pouco”, explica Rodrigo Fellipe dos Santos, um dos organizadores da associação. 

Com o tempo, a necessidade vista pelos membros do grupo de ajudar mais trabalhadores da área fez com que a ideia tomasse forma. “Víamos que muitos outros motoboys se acidentavam e como não participavam do grupo não podíamos ajudar”, conta Rodrigo. Esse relato pode ser comprovado com dados, segundo dados de uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde, divulgados em 2018, mostrou que os motoboys são os que mais sofrem acidentes de trânsito relacionados ao trabalho no Brasil. 

Em novembro, houve então o começo da mudança para uma associação. “Assim continuaríamos dando apoio para os motoboys com foco nos materiais hospitalares e de apoio, além de organizar rifas e reivindicar direitos da profissão”, relata o motoboy. Uma assembleia foi marcada para o dia 15 de agosto, as 15h, no Farol Lanches para a formalização da instituição. 

Até o momento, 50 motoboys de Blumenau estão inscritos na associação e um agrupamento está sendo realizado. “Há aproximadamente de dois a três mil motoboys em Blumenau. O número ainda não é oficial, mas queremos agrupar esses dados”, conta.

Os membros que podem se associar são todos os motoboys, motociclistas e aqueles que se enquadram na CBO n° 5191. 

Apoio da Furb

Uma parceria foi feita com a Universidade Regional de Blumenau (Furb), por meio da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), para realizar pesquisas sobre os motoboys que trabalham em Blumenau. 

“Com a pesquisa foi comprovado que mais da metade da categoria trabalha de forma informal, não tem registro e nem MEI. A grande maioria trabalha de seis a sete dias por semana, por cerca de 10h por dia”, informa Rodrigo Fellipe dos Santos. 

Outra questão que a pesquisa expôs foram os problemas vividos pelos trabalhadores. A falta de formalização, capacitação, infraestrutura, o descaso das empresas e a exploração da mão de obra são alguns das várias adversidades sentidas pela profissão. “Queremos buscar leis que nos protejam e ajudem a gente, com a chegada dos aplicativos nosso serviço desvalorizou muito. Não temos nenhuma estrutura de trabalho ou segurança”, esclarece Rodrigo.

Prioridade na vacinação

Uma das primeiras reivindicações da categoria é a prioridade no Plano Municipal de Imunização contra a Covid-19. O manifesto foi entregue no dia 15 de julho a Prefeitura de Blumenau pela Associação União Maior Motoboys.

A categoria considerou o extremo contato com o público e o caráter essencial que trabalho tem. Outros detalhes foram as altas taxas de contágio, o poder de disseminar o vírus e outras cidades que reconheceram a prioridade dos motoboys e os incluíram em seus planos de vacinação.

Segundo o Rodrigo Fellipe dos Santos, um dos organizadores da associação, a Prefeitura de Blumenau alegou estar seguindo o protocolo estadual. O próximo passo da categoria é entrar em contato de uma forma formal com o secretário de Saúde de Santa Catarina.


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