Reprodução/ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade
Movimentos organizam passeata contra LGBTfobia em Blumenau
Mobilização iniciou após cartazes homofóbicos em ato na cidade
A ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade está organizando um ato de protesto contra a LGBTfobia na frente da Prefeitura de Blumenau e uma passeata até o parque Ramiro Ruediger, local onde panfletos atacando o público foram espalhados antes do piquenique do dia 15 de julho.
O trajeto da marcha contra o preconceito terá cerca de dois quilômetros de extensão e deve reunir entidades que lutam por direitos e contra a LGBTfobia e a violência direcionada a grupos minoritários.
A Polícia Militar e a Secretaria de Trânsito já foram informadas sobre a manifestação. Apesar de a manifestação ainda não ter data confirmada, um evento para confeccionar cartazes será realizado neste domingo, 30, no Green Place Park a partir das 14h.
Relembre o caso
Além dos panfletos que nomeavam jovens LGBT “filhes do diabo”, as mães que se reuniram para o piquenique teriam sido pressionadas a retirar todo material com alusão ao tema do encontro, como bandeiras, faixas e cartazes com as cores do arco-íris.
Ainda na mesma ocasião, um dos policiais militares teria negado o registro de denúncia contra os responsáveis pela impressão e distribuição dos panfletos apócrifos. Segundo a ONG, ele teria dito que as mensagens dos folhetos estavam corretas e que a postura das denunciantes é que seria passível de processo por intolerância religiosa.
Posicionamento da entidade
Os fatos ocorridos no piquenique são consequência de uma série de violações de direitos e atos discriminatórios contra a população LGBT que vem acontecendo em Blumenau e se intensificando nos últimos tempos, grande parte de forma institucionalizada, como:
* a retirada das pessoas LGBTQIAP+ do Plano Municipal da Juventude, aprovada na Câmara de Vereadores de Blumenau a pedido do prefeito;
* ataques criminosos aos direitos da população LGBT praticados por vereadores utilizando-se da imunidade parlamentar;
*a suspensão da participação dos profissionais do Centro Especializado em Diagnóstico, Assistência e Prevenção – Cedap, nos piqueniques mensais, que teria acontecido a pedido do Secretário Municipal de Saúde;
Projeto de lei
Ainda nesta terça-feira, 25, um projeto de lei do vereador Bruno Cunha (Cidadania) que veda nomeação para cargos públicos na administração municipal de pessoas condenadas pelo crime de racismo e homofobia foi rejeitado pela Câmara de Vereadores de Blumenau.
“Não podemos assistir calados o que vem acontecendo em Blumenau. É hora de levantar a nossa voz em defesa da vida, contra a violência e pelo direito de ser quem somos. Nós também lutamos pela família, por todos os tipos de família. O ato de protesto é pra dizer que nossos filhos existem e merecem respeito. Basta de LGBTfobia institucionalizada”, relata a presidente da ONG Mães do Amor em Defesa da Diversidade, a advogada Rosane Magaly Martins.
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