Napoleão: “Vamos devolver ao Vale do Itajaí o protagonismo que ele merece”

Despedida do prefeito de Blumenau lotou o Teatro Carlos Gomes e reuniu alguns dos principais articuladores da próxima eleição

Faltou espaço no Teatro Carlos Gomes para receber autoridades, líderes políticos, empresários, funcionários públicos e curiosos que queriam ver o último discurso de Napoleão Bernardes (PSDB) como prefeito de Blumenau. O tucano formalizou a renúncia nesta quinta-feira, 5, diante de um auditório lotado, para concorrer às eleições de outubro.

Como metade do auditório foi reservada a autoridades, rapidamente os lugares restantes foram tomados pelo público, inclusive no mezanino. No salão de festas do teatro foi instalado um telão para que mais pessoas pudesse acompanhar.

Em clima de festa, o evento teve apresentações musicais enquanto as pessoas se acomodavam. Representantes de clubes de caça e tiro usavam trajes típicos. Assessores e servidores municipais usavam crachás onde se lia “organização”, como num espetáculo.

Despedida

A fala de Napoleão teve tom de candidato ao Senado. Disse que a Constituição é parte de sua formação e que “acredita na política” como solução para o país. Apresentou-se como um municipalista e valorizou o senador Dalírio Beber ao lembrar da importância da representação local em Brasília para aliviar as prefeituras.

Napoleão mencionou conquistas do mandato e meio como prefeito de Blumenau. Destacou medidas de transparência e parcerias com a iniciativa privada, como o novo pavilhão da Vila Germânica. Ao falar sobre programas desportivos, educacionais e culturais, convidou diversas pessoas para subir ao palco. Quando mencionou obras físicas, convidou moradores das regiões atendidas.

“Vamos devolver ao Vale do Itajaí o protagonismo que ele merece”, concluiu.

Caciques

Alguns dos principais caciques partidários de Santa Catarina, protagonistas na articulação das chapas eleitorais de 2018, estavam presentes: Paulo Bornhausen (PSB), Eduardo Pinho Moreira (PMDB), Raimundo Colombo (PSD), Paulo Bauer (PSDB), Mauro Mariani (PMDB) e Dalírio Beber (PSDB), entre outros.

Para conseguir um espaço numa chapa majoritária (a preferência declarada dele é o Senado), Napoleão precisará da simpatia de alguns destes nomes. Quando discursou, citou diversos políticos e fez agradecimentos individuais.

“Esse jovem político tem uma atitude corajosa para servir o seu povo, para servir a sua cidade”, afirmou o governador Eduardo Pinho Moreira, primeiro a discursar.

Questionado sobre a posição de Napoleão na chapa tucana da próxima eleição, o senador Paulo Bauer (pré-candidato ao governo) disse que quem vai decidir é o partido.

“Todos têm simpatia pelo Napleão, mas não podemos fazer dessa simpatia uma atitude impensada e um possível fracasso eleitoral. Eu coloquei meu nome como candidato ao governo do estado. As demais posições, quem vai definir é o partido”, disse.

Novo prefeito

O discurso de Napoleão foi antecedido pelo do vice, e agora prefeito, Mário Hildebrandt. Ele abriu falando das referências na carreira profissional e política. Enfatizou o papel da igreja e do trabalho no Cerene, que recupera dependentes de álcool e drogas.

Foi lá que Hildebrandt se envolveu com trabalhos sociais e partiu para a vida pública, como secretário de Assistência Social de João Paulo Kleinübing, em 2005. Hildebrandt agradeceu aos pais, que estavam presentes, e emocionou-se.

Nesta sexta-feira, Mário Hildebrandt dará posse a novos secretários, primeiro ato como novo prefeito de Blumenau.

Michele Lamin/Prefeitura de Blumenau

Manifestante

Quando Napoleão foi chamado ao palco para discursar, um homem levantou-se e gritou palavras de ordem contra o prefeito, dizendo que ele deveria cumprir o mandato até o final. Pessoas sentadas nas fileiras próximas pediram que ele se retirasse.

Houve rápida confusão, encerrada por dois homens, que retiraram o manifestante.

“São as compreensões e incompreensões da vida pública, que são democráticas e eu respeito”, disse Napoleão, antes de discursar.

Evandro de Assis

Correção

Até 7h47 do dia 6 este texto informou que seguranças retiraram o manifestante do Teatro Carlos Gomes. Segundo a prefeitura, os homens estavam na plateia e não eram seguranças profissionais contratados para o evento.

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