Nasce um filho, nasce um pai: blumenauenses relatam os desafios de ser pai solteiro

Neste especial de Dia dos Pais, confira as histórias das famílias monoparentais dos blumenauenses Lucas Goerttmann e Diogo Alves

Neste segundo domingo, 8, do mês de agosto é comemorado o Dia dos Pais. Uma data que gera nas pessoas sentimentos mistos envolvendo a paternidade e as diversas razões que levam as pessoas a sonhar em construir uma família. 

Muitos blumenauenses passam por essa data comemorando os laços desenvolvidos, outros sentem a dor da saudade de não ter uma figura paterna ao seu lado ou comemorando aqueles que os criaram e os formaram como seres humanos. Como o ditado popular: nasce um filho, nasce um pai.  

Pensando nas diversas histórias e singularidades das famílias blumenauenses, nós do O Município Blumenau separamos duas histórias emocionantes de pais solteiros, que encararam a responsabilidade da família monoparental e contaram suas vivências de como o nascimento de seus filhos mudou suas vidas. 

Arquivo Pessoal

Ser um super-herói

“Uma das melhores notícias da minha vida foi saber que seria pai”, relatou o blumenauense Lucas Goerttman, de 26 anos, pai solteiro do pequeno Antoni Matheo Goerttmann, de dois anos. Ele, que se separou da mãe de seu filho precocemente, abraçou a paternidade com alegria e encarou os desafios que construir uma família monoparental pode gerar. 

As principais dificuldades, diferente do que muitos acham, envolvem o questionamento das pessoas sobre a sua capacidade de ser pai solteiro. Essas questões, porém, nunca diminuíram a vontade de Lucas de ser o super-herói de seu filho. “Não é fácil, mas também nunca será impossível. Ele é parte de mim, é o amor da minha vida, com ele a minha vida faz sentido, amor que não tem tamanho para explicar”, declara. 

No dia a dia da paternidade, todavia, os medos estão mais presentes e são maiores que os desafios apontados pela sociedade. Para Lucas, principalmente, está o medo de não estar sendo presente para o seu filho como gostaria, mesmo que sempre concilie o trabalho com os horários da creche e se dedique nas brincadeiras com seu filho, estando presente nos momentos de felicidade e tristeza dele.

Com seu filho, de apenas dois anos, Lucas conseguiu crescer como pessoa e se tornar alguém melhor por conta de outro ser. “Tenho certeza que cresci e continuo aprendendo, sempre descobrindo coisas novas junto com ele. Aprendi muito sobre o verdadeiro amor e sentido da vida, o Antoni é um grande ensinamento para mim sobre responsabilidade. Ele é a minha prioridade”, expressa o blumenauense. 

Arquivo Pessoal

Outra questão que enfrentaram juntos foram as mudanças que a pandemia da Covid-19 gerou na vida de muitas famílias. Os dias de creche, as adaptações necessárias e as incertezas geradas pela doença também fizeram com que Lucas e Antoni tivessem que unir seus laços ainda mais como pai e filho. 

Todo final de tarde e noite eles estão juntos. “A alegria que brilha nos olhos dele quando me vê chegando do trabalho, já vem correndo em minha direção. A festa que ele faz no banho… São momentos incríveis que sempre vão ficar na memória”, conta Lucas. Nem todos os momentos são felizes, há enfermidades e situações que apenas vividas podem servir de ensinamento, no entanto, o blumenauense sempre tenta manter o laço entre os dois unido. 

Arquivo Pessoal

Os significados de ser pai

“Saber que existe uma pessoa que precisa de você, que precisa do seu apoio, do seu amor, seu carinho e atenção. É saber que em você ele vai querer se espelhar, por isso você é o modelo favorito dele, é o super-herói que o protege de todas as situações do mundo”. Foi assim que o blumenauense Lucas Goerttman relatou o que é ser pai em sua visão. 

Morador do bairro Progresso, Lucas tem como uma das atividades preferidas com seu filho ir até os parques da cidade. “Ele ama correr para todos os lados e ir nos brinquedos. Brincar de carrinho, fazer bagunça e brincar com os nossos cachorros também são grandes passatempos” relata Lucas, ele acredita que são esses momentos singelos que se tornam as melhores lembranças com seu filho. 

Lembranças essas que estarão para sempre impregnadas e vivas em sua memória. “Sou grato por sentir essa emoção e principalmente por ser pai, por ser o pai do Antoni. Te amo filho”, declarou o pai. 

Arquivo Pessoal

O mais puro amor 

O que é ser pai? Para uns, o ato de compartilhar sentimentos, atender as necessidades daquele que tanto precisa de você. Para o blumenauense Diogo Alves, de 38 anos, é a oportunidade de conhecer o amor em seu sentido mais puro. Com suas filhas Isabella e Larissa, de seis e quatro anos, pôde entender as dificuldades e alegrias de uma família monoparental. 

Diogo descobriu que seria pai em um misto de emoções, que estavam em uma linha tênue entre a alegria, pelo sonho se realizando, e o medo, de ter a responsabilidade de educar e ser presente. “Foi algo que eu sempre desejei e mesmo com os medos, sou muito feliz por tê-las”, conta. 

O maior desafio para ele, no entanto, é educar suas filhas para o mundo. Ensinar o que é certo com muito amor e carinho virou uma alternativa para seguir pelo caminho certo na paternidade. “Eu amadureci muito com elas, aprendi a ser paciente, a entender um pouco o mundo delas e partilhar essas emoções”, explica Diogo, que conta nunca ter sofrido algum questionamento sobre sua paternidade. 

Durante a pandemia da Covid-19, conciliar as mudanças na escola e no trabalho foi a questão de maior dificuldade. “Tivemos que nos adaptar com os horários das aulas. Uma semana em casa e uma semana no colégio, temos agora uma coleção de máscaras cor de rosa e coloridas em casa”, disse bem humorado Diogo. 

Arquivo Pessoal

As dificuldades, porém, são facilmente vencidas com os laços fortes que o trio carrega em seus peitos. Mesmo com idades diferentes, uma com seis e a outra com quatro anos, Diogo consegue achar formas de mantê-las ativas e sempre compartilhando brincadeiras. “Eu adoro cantar e dançar com elas, assistir desenho, brincar de maquiagem, fazer desenho, é sempre uma festa. São momentos que não troco por nada”, relata. 

Ser pai, no fim, é a oportunidade de aprender a amar e ser amado. Aos olhos do blumenauense Diogo, é poder se encontrar em suas filhas e elas em si. É ser o colo que elas descansam e o ombro que elas usam para chorar. “Ser pai para mim é um presente divino. É o mais puro amor”, completa. 


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